“Art. 2º Não serão admitidas ao trabalho efetivo nas fábricas crianças de um e outro sexo menores de 12 anos, salvo, a titulo de aprendizado, nas fabricas de tecidos as que se acharem compreendidas entre aquela idade e a de oito anos completos.
(…)
Art. 4º Os menores do sexo feminino de 12 a 15 anos e os do sexo masculino de 12 a 14 só poderão trabalhar no máximo sete horas por dia, não consecutivas, de modo que nunca exceda de quatro horas o trabalho continuo, e os do sexo masculino de 14 a 15 anos até nove horas, nas mesmas condições.
Dos admitidos ao aprendizado nas fabricas de tecidos só poderão ocupar-se durante três horas os de 8 a 10 anos de idade, e durante quatro horas os de 10 a 12 anos, devendo para ambas as classes ser o tempo de trabalho interrompido por meia hora no primeiro caso e por uma hora no segundo.
Art. 5º E’ proibido qualquer trabalho, compreendido o da limpeza das oficinas, aos domingos e dias de festa nacional, bem assim das 6 horas da tarde ás 6 da manhã, em qualquer dia, aos menores de ambos os sexos até 15 anos.”
Esses são artigos do Decreto-Lei nº 1.313. de janeiro de 1891, mas poderiam fazer parte de um Projeto de Lei do, agora, deputado Kim Kataguiri, fundador do fascista MBL. A diferença é que, em 1891, a proposta era para proteger as crianças, pois o trabalho infantil era uma realidade.
A mentalidade de Kataguiri é a do século XIX, provavelmente não tão avançada quanto a que dominava a 3ª República, no fim daquele século. Provavelmente está mais próxima dos escravagistas que ainda lutavam para manter o trabalho infantil, pelo menos das crianças negras.
Os ‘liberais’ como Kataguiri são caricaturas, tão falsos quanto cristãos que pregam o ódio e queimam sem tetos e indígenas. Todos são apenas fascistas. Travestidos de liberais e financiados pelo imperialismo norte-americano para minar a democracia, banalizar a ação política, criminalizar a esquerda e os movimentos sociais em geral.
Em nome de uma suposta luta por uma ‘sociedade livre’, os Estudantes pela Liberdade (Student for Liberty), que recebem recursos das fundações sustentada pelos irmãos Koch, também são apoiadas pela Atlas Economic Research Foundation, criaram o MBL, que como vimos não atuam por uma sociedade livre, mas por uma sociedade conservadora, que despreza os pobres e alimenta a discriminação e a violência contra minorias.
A esquerda luta por avanços na proteção dos trabalhadores e, com isso, na proteção das crianças, da família operária. A direita almeja legitimação da exploração do trabalhador, da naturalização da servidão, da escravidão, um fetiche da burguesia tupiniquim que acredita que pobres e negros nasceram para servir. Filho de pobre, de trabalhador, só pode ter um destino: trabalhar. Que comecem cedo. O MBL luta por isso.