Com a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), por quatro votos a um, na última terça-feira (9), reformando decisão monocrática em favor do compartilhamento de mensagens da Operação Spoofing com a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), há uma importante discussão no Partido dos Trabalhadores e em vários setores da esquerda sobre os próximos passos no sentido da reconquista dos direitos políticos da maior liderança política do País.
A decisão reflete a profunda desmoralização da criminosa operação de perseguição política que serviu como base para o golpe de Estado, a prisão de Lula e o maior retrocesso da economia nacional e das condições de vida da maioria da população de toda a história do País.
As mensagens, que incluem diálogos por importante figuras da Operação Lava Jato, como o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro e procuradores, como Deltan Dallagnol. que conspiravam de forma totalmente ilegal para para condenar Lula, atendendo aos desejos dos donos do golpe, são uma gota d’água no “mar de lama da lava jato”, já profundamente revolto, no qual não falta denuncias e provas de submissão do esquema putrefato ao Departamento de Estado norte-americano, incluindo a participação ilegal (sem autorização do governo brasileiro) de agentes do FBI nas investigações.
A decisão do STF expõe a crise no interior das próprias instituições do regime golpista, como o STF, que referendou toda a operação criminosa contra Lula, que é expressão da crise geral da burguesia e do aprofundamento da divisão no seu interior, ante o avanço da crise econômica, social, sanitária etc. etc. e da total impotência do atual regime de fazer frente a ela.
Agora, a imprensa capitalista anuncia que,
Parece absurdo que setores do PT, uma semana após derrota vergonhosa da política de frente ampla com a direita golpista nas eleições para a mesa da Câmara dos Deputados, na qual se aliaram ao chamado “bloco dos 11”, liderado pelo ex-presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para tentar eleger o candidato golpista, deputado Baleia Rossi (MDB) e foram abandonados pelos seus aliados de direita, com DEM, PSDB, MDB e outros (inclusive dos partidos de esquerda) dando votos para eleger o candidato do “centrão” apoiado pelo bolsonarismo, queiram – agora – apontar uma frente com a outra ala da direita como caminho para garantir uma derrota final da Lava Jato e, quem sabe, dessa maneira, assegurar a devolução dos direitos políticos do ex-presidente Lula.
Fica evidente, que as “alternativas” desses setores não vão além das suas profundas ilusões no próprio regime golpista, no qual procuram enxergar “luzes” democráticas. E tudo dependeria de uma mudança de posição, de setores da própria burguesia golpistas e das suas máfias políticas. O que não deu resultado em nenhum luta, em qualquer etapa do golpe de Estado.
Se mostram incapazes de deixar de lado uma vez por todas essas ilusões “democráticas”, quando fica cada dia mais evidente que a única solução é a mobilização dos trabalhadores.
Contra essa perspectiva de derrota e desmoralização da própria esquerda, como no caso do Congresso, quando uma deputada do PT, Marília Arraes (PE) acabou eleita para a vaga do partido, contra a manifesta vontade do mesmo (que lançou outro candidato), com os votos do centrão, e um senador, Rogério Carvalho (PT-SE), ex-líder do PT no Senado, acabou sendo “premiado” com a segunda Secretaria do Senado, depois de apoiar o candidato de Bolsonaro, é preciso apontar o caminho das ruas, da mobilização,
Foi assim na luta pela liberdade de Lula do cativeiro.
Será assim, para reconquistar os direitos políticos do ex-presidente, como parte da luta por Fora Bolsonaro e todos os golpistas, pela anulação de todos as condenações da lava jato, eleições gerais, Lula candidato e Lula presidente.