A juventude é um dos setores mais afetados pelos ataques do governo Bolsonaro. O exemplo mais notável desses ataques foi o anúncio do corte de 30% da verba estatal para as instituições de ensino superior público, o que gerou uma grande mobilização popular encabeçada pelos estudantes, levando aos grandes atos dos dias 15 e 30 de maio diretamente contra Bolsonaro.
Esses atos, ao contrário do que apregoa a imprensa burguesa e a esquerda pequeno-burguesa, não foram por pautas isoladas como o corte, mas, nitidamente, contra o governo em seu conjunto. Foram visíveis os cartazes pelo Fora Bolsonaro e ouviu-se por todo o País o mesmo grito, às vezes com variações.
Devido a sua defesa do ensino público, o movimento estudantil histórica e internacionalmente é um movimento contra o Estado. Portanto, seus protestos e greves são essencialmente políticos. Isso foi visto durante a ditadura militar brasileira e também durante a grande onda que sacudiu o mundo em 1968, como o Maio francês.
Os estudantes estiveram sempre na vanguarda da luta contra a direita e pelos direitos democráticos da população. Quando a situação é revolucionária e em meio a uma intensa crise da burguesia, a aliança da juventude com a classe operária se torna um elemento que pode colocar abaixo as estruturas de dominação do Estado burguês.
Se isso é possível, é ainda mais possível uma derrubada de um governo totalmente impopular pela aliança da juventude com os trabalhadores. Esse é o caso de Bolsonaro. Existem, atualmente, as condições para o desenvolvimento dessa aliança na luta pelo Fora Bolsonaro. As entidades estudantis, principalmente a UNE, devem organizar a juventude para colocar como palavra de ordem e a sua efetivação o Fora Bolsonaro, a derrota do regime golpista e eleições gerais já, com a liberdade de Lula, mostrando assim a força dos estudantes e colocando na ordem do dia as suas exigências, como educação universal, pública e gratuita em todos os níveis, a total autonomia universitária com um governo tripartite e as condições para o pleno desenvolvimento humano dos jovens. Para isso, é preciso a união com os trabalhadores e demais setores oprimidos a fim de derrotar a direita.