O Estado de São Paulo, publicou neste último dia 3, uma matéria acusando o presidente Alberto Fernández de promover um Estado ditatorial na argentina, favorável ao peronismo, ao aumentar o poder do judiciário local.
Neste mês, o Fernández teve sua proposta de reforma do Poder Judiciário, aprovada no senado. Agora, novos tribunais criminais serão formados em Buenos Aires, 60 tribunais federais no interior do país, além de novas câmaras de apelação e uma reforma na Suprema Corte.
A alegação favorável a proposta, dizia que a medida visava aumentar a “capacidade de decidir casos com relevância institucional e, consequentemente, midiática”. A ação, é atacada pelo jornal golpista Estadão, que a compara com as medidas tomadas pela ditadura militar.
Esta crítica, mascara o fator essencial em toda esta política de fortalecimento do judiciário. Ao contrário do que acusa o jornal burguês, o aumento do poder judiciário na Argentina não favorece o peronismo e o processo contra Cristina Kirchner, mas sim, o poder da própria burguesia Argentina em cima da população, contra o mesmo governo nacionalista.
Dessa maneira, o peronismo longe de estar sendo favorecido, é colocado em um embate contra a burguesia ainda mais desfavorável. Os exemplos extraídos em países como o Brasil, Equador, e Bolívia, mostram que o poder judiciário é um dos pilares para as ações golpistas e ditatoriais dos principais setores da burguesia contra a esquerda e os trabalhadores.
Com esta ação, o governo peronista de Fernández se vê mais enfraquecido e pressionado. Pouco a pouco, a burguesia nacional e o imperialismo, vem tendo em suas mãos as condições necessárias para promover um novo ataque contra a principal liderança da esquerda nacionalista argentina, Cristina Kirchner, e contra o governo do qual participa.
Os peronistas acreditam que estão democratizando a justiça, criando formas de denuncia dos juízes quando sofrem de pressões externas, porém, na realidade estão piorando a situação. A única forma de defender a esquerda e os trabalhadores é por meio da mobilização.