Com o surgimento da pandemia, os capitalistas estão aproveitando a situação para inventar mais desculpas para defender um tipo de arte que seria muito mais facilmente controlado pelos monopólios. Com a paralisia por conta do coronavírus, companhias de teatro sucumbem à crise financeira que está sendo acirrada por conta do Covid-19 e adiam estreias. Havendo pouco auxílio dos governos, tanto estaduais, como municipais e federais, a escassez é grande e o setor iniciaram campanhas para arrecadar alimentos. Só em São Paulo e no Rio de Janeiro já são mais de 12 mil pessoas que trabalhavam na área que estão desempregadas, segundo os dados da Associação dos Produtores de Teatro, a ATPR, mostrando assim uma crise sem precedentes.
Da mesma forma, quando na época surgiu a televisão e se dizia o mesmo, esta não substituiu o teatro, pois são expressões diferentes, apenas parecidas e a internet não irá substituir o teatro e toda sua essência também. Para nós hoje, a imagem do teatro está ligada às manifestações artísticas de vanguarda que fervilhavam nos tempos da ditadura militar aqui no Brasil. As vanguardas expressando, na arte, as transformações políticas daqueles tempos.
“Se o público não for ao teatro, o espetáculo ao vivo não sobreviverá. A tela é apenas uma lembrança do que foi visto no palco”, desabafa Peter Gelf, diretor do Met. Nada substitui uma peça de teatro “ao vivo e a cores”, principalmente por conta da troca de experiência das emoções que a obra transmite, com as pessoas que se encontram no mesmo espaço.
Existe um caráter intrinsecamente subversivo na criação artística, que é o desejo de liberdade, abertura de novos horizontes, busca de novos espaços. Conservador como todo estado capitalista, esse não poderia compactuar com a essencial subversidade da arte livre, como o teatro. Tentando assim, encaixa-lo em um formato que não tem haver com a forma de expressão verdadeira do teatro, para que assim haja um controle do sistema em cima dele e assim uma censura.
Os atores estão nostálgicos, sentindo falta da coxia e da plateia. A esperança é de que tudo isso seja passageiro, embora esteja demorando, pois mesmo depois do fim do isolamento social, o medo das pessoas de frequentarem espaços públicos ainda é grande. A civilização burguesa, ignora o fato de que os artistas são, realmente, as antenas da raça de uma civilização mais evoluída. Vários deles, engajaram-se em vários processos revolucionários, buscando uma síntese entre renovação artística e uma nova sociedade.