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Pandemia

A importância dos trabalhadores na luta contra o COVID-19

Sem uma atitude democrática perante o povo, explicando os procedimentos que o Estado irá tomar, é impossível dar um combate real à crise sanitária

Agora que a esquerda pequeno-burguesa entrou em uma onda reacionária de apoiar a burguesia em todas as suas iniciativas, virou moda elogiar as instituições e as autoridades. Tolamente, a esquerda que se julga progressista por se opor à extrema-direita de maneira moral e superficial, acaba fazendo de sua bandeira a defesa apaixonada do regime político imundo que é democracia imperialista.

Parte dessa defesa consiste, hoje, na defesa da “ciência” contra o “obscurantismo”. Os setores progressistas da sociedade nunca se opuseram ao desenvolvimento científico. No entanto, quando a luta entre “ciência” e “obscurantismo” que existe na cabeça do esquerdista pequeno-burguês traduz-se, na realidade, na luta entre os laboratórios e governos nacionais controlados pelos monopólios das indústrias química e farmacêutica contra as contradições da extrema-direita, é preciso ter uma política independente.

Com base nessa defesa das “autoridades médicas” — leia-se a imperialista Organização Mundial de Saúde (OMS) e do fascista João Doria (PSDB) —, a esquerda está aceitando, inclusive, rasgar os direitos democráticos do povo. Basta, agora, a GloboNews ou a Folha de S.Paulo divulgar que o “doutor fulano de tal” disse “a” para que a esquerda defenda cadeia para quem não defende “a”, cadeira elétrica para quem falar em “b” na televisão e tortura para quem se recusar a adotar o tratamento científico “a”.

Não é exagero. O secretário-geral do PCB, Edmilson Costa, recentemente, usou suas redes sociais para pedir “cadeia para quem insistir nessa conversa fiada de tratamento precoce com cloroquina. Inclusive prá [sic] quem inventou essa história”.

Trata-se de uma mentalidade repressiva — bolsonarista — e extremamente burocrática. Em vez de se preocupar em convencer a população de uma determinada política, a burguesia e a esquerda pequeno-burguesa decidiram se apoiar na inquestionável “autoridade científica” para impor a sua política. Não importa o argumento, nem o suposto caráter “científico” do argumento: um Estado que usa a força para impor aquilo que o povo não quer ou ignora é uma ditadura contra o povo. Logo a esquerda pequeno-burguesa, que tanto clama pela democracia e chama a Venezuela de “ditadura”, confraterniza-se com a pior ditadura que tem: a ditadura da burguesia contra a esmagadora maioria da população.

Essa postura ditatorial, que foi vista durante toda a pandemia, está sendo utilizada largamente no caso da vacinação organizada pelos governadores, em especial o paulista João Doria. O Estado não se preocupou, em momento algum, de explicar ao povo qual o seu plano para a vacinação, como o plano se daria, quanto tempo levaria etc.

Em qualquer relação normal entre um médico e um paciente, espera-se que o médico explique o tratamento. É direito do paciente saber que determinada cirurgia tem um certo percentual de risco de morte, que pode levar a efeitos colaterais. É dever do médico explicar quanto tempo demorará a sua recuperação, até mesmo para a pessoa organizar sua vida em função da cirurgia, e que explique, também, a necessidade daquele procedimento e as consequências de quem não realizá-lo. Caso contrário, o paciente se recusará a ser cortado ao meio ou será negligente com o tratamento.

Não é porque, neste caso, o “paciente” é um País inteiro que a discussão sobre as questões mais básicas do tratamento para o coronavírus deve ser ignorado. Muito pelo contrário: já que é um assunto de interesse nacional, deveria haver um grande esforço, uma grande campanha de esclarecimento sobre o assunto. O Estado, tão interessado em ir até a casa das pessoas para furar seu braço ou prendê-la, deveria, antes, estar interessado em bater de porta em porta para tirar as dúvidas, explicar seu plano, convencer as pessoas a se vacinarem. Quanto mais explicação, menos resistência haveria em relação à vacina.

E por que o Estado não quer ter essa postura e ainda arrasta a esquerda pequeno-burguesa para uma administração bolsonarista da pandemia?

Em primeiro lugar, porque já perdeu a capacidade de fazê-lo. Como visto no caso do auxílio emergencial, quando milhões de brasileiros ficaram de fora do benefício por não preencher requisitos mínimos de documentação básica, o Estado está muito distante do povo e ignora completamente a sua realidade. A esquerda pequeno-burguesa, entranhada no aparato burocrático do Estado, segue a mesma realidade, a ponto de defender pautas absurdamente impopulares, como o encarceramento em massa. Em segundo lugar, porque é impossível, diante das atuais circunstâncias, promover um debate franco junto ao povo. O Estado burguês, dirigido por golpistas asquerosos, não quer salvar o povo de um vírus mortal, mas, antes de tudo, salvar os negócios dos capitalistas. Sua política, portanto, é genocida, criminosa e altamente impopular.

Jamais o Estado irá, portanto, bater na porta das pessoas para explicar que a vacina que desenvolveu tem apenas 50% de eficácia. Também não irá explicar seu cronograma, porque não existe cronograma. Já mudou tantas vezes que não passa a mínima segurança de que há um plano sério.

A política da vacinação obrigatória tem como seu principal arquiteto o PSDB de João Doria. Mas é, na sua essência, uma política bolsonarista, que fortalece a extrema-direita e o caráter autoritário do Estado sobre o povo. Deve ser combatida energicamente pela esquerda e pelos trabalhadores.

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