A semana começou agitada com conflitos entre os golpistas. Na segunda-feira (29) a Polícia Federal cumpriu sete mandados de busca e apreensão em Minas Gerais nas supostas investigações sobre o chamado “laranjal” do PSL para as eleições de 2018. A sede do partido do Presidente da República em Belo Horizonte foi invadida, como também gráficas ligadas ao partido.
A principal acusação recai sobre o atual Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio. Em 2018 ele presidia a sigla no estado e por isso é responsabilizado pela organização de campanhas com candidatos laranja. Algumas dessas candidatas decidiram denunciar a armação para a imprensa e a Polícia Federal. Esses candidatos, na maioria mulheres, eram colocados na disputa apenas para cumprir a cota de candidatos. Porém, os recursos de campanha eram desviados dessas candidaturas para os caciques do partido. Fica nítido que existe um ataque ao PSL de Minas Gerais e ao Ministro do Turismo. Esse fato expõe ainda mais as rusgas entre os setores golpistas e dentro do próprio governo.
Por outro lado, mais um conflito veio à tona nesse início de semana. Ao que tudo indica, o General Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo, entrou em rota de colisão com setores bolsonaristas. Santos Cruz se opôs a censura da propaganda do Banco do Brasil que foi aplicada por Bolsonaro.
Além disso, o General afirmou que a lei das estatais não permitiria uma ingerência direta do presidente e criticou o fato da Secretaria de Comunicação, subordinada a ele, enviar e-mail determinando censura nas propagandas das estatais.
Em matéria publicada no jornal O Globo, afirma-se que ala ideológica do governo criticou a atitude de Santos Cruz bem como sua proximidade com Mourão. Não obstante, alguns setores bolsonaristas estariam dispostos a travar uma batalha pelo controle a Secretaria de Comunicação e pretendem desidratar Santos Cruz. O general é acusado de se intrometer no Executivo e de não apoiar as pautas conservadoras.
A fratura entre os setores bolsonaristas, considerados ideológicos, e os militares fica cada dia mais exposta. Esse conflito tem potencial para enfraquecer o combalido governo e ainda dificultar suas reações. O assédio ao laranjal do PSL em Minas Gerais também é um indicativo de disputa interna e que tem difícil compreensão do seu sentido. Portanto, está colocada a necessidade de mobilização contra o governo e pelo “fora Bolsonaro”. Enquanto os golpistas se engalfinham o povo precisa sair as ruas, libertar Lula e derrubar o governo e todos os golpistas.