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É hora de ir à luta!

A FUP precisa organizar a greve com ocupação de refinaria

Petroleiros baianos entrarão em greve. É preciso não apenas declarar a greve, mas ocupar a refinaria!

O governo ilegítimo, fascista e entreguista de Jair Bolsonaro e da “turma do centrão” continua, a passos largos, sua empreitada pela destruição completa e total da Petrobras. Seguindo os moldes traçados pelo seu antecessor, o golpista e agente dos Estados Unidos da América (EUA), Michel Temer (MDB), Bolsonaro e seu comparsas estão vendendo a Refinaria Landulfo Alves-Mataripe (RLAM), localizada em São Francisco do Conde, na Bahia.

Os entreguistas planejam dar ao Fundo Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos (EAU), em troca da esmola de 1,65 bilhão de dólares americanos, valor bem abaixo da importância econômica e política da RLAM tanto para a Bahia quanto para o Brasil. Segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), o valor real da RLAM é mais de que o dobro da negociação, variando entre 3 e 4 bilhões de dólares americanos.

A RLAM é uma das maiores refinarias do país, com capacidade para o processamento de 333 mil barris por dia, isto é, 14% da capacidade de refino de petróleo do Brasil. Junto com outras 7 refinarias, que os inimigos do povo pretendem entregar aos capitalistas, o governo planeja liquidar 50% do refino de petróleo no país.

Outro ponto a ser observado é que a RLAM, do ponto de vista produtivo não é interessante para os capitalistas, pois todo o escoamento da sua produção é feito por caminhões, um meio caro e lento se comparado com oleodutos. O que os capitalistas pretendem é, na verdade, depenar a refinaria e retirar todos os seus equipamentos. É esperado que não muito após a compra da RLAM, os capitalistas inventem mil e um desastres para justificar o fechamento da fábrica e a retirada dos seus maquinário, que possui valor maior do que o que está sendo pago.

Enterro do real e dolarização da economia

O impacto desta política entreguista será desastroso para a economia do país. Mais do que isso, significa o enterro, quase que imediato, da moeda nacional.

Se o Brasil entregar seu refino para países estrangeiros e continuar no desmonte da Petrobras, terá todo seu combustível indexado em dólar. Isto significa uma dolarização forçada da economia, pois mesmo que não seja aumentado um real para refinar o petróleo, os capitalistas imporão valores de acordo com o mercado internacional, em dólar.

Entretanto, não é Bolsonaro que inaugura esta política de destruição. O próprio Fernando Henrique Cardoso (FHC), que intitula-se “pai do plano real”, inaugurou este processo ao indexar o valor da energia elétrica ao Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). Isto fez com que se o preço do pão subisse, já que o Brasil importa quase todo trigo que consome, o preço da energia elétrica também subiria, mesmo que o preço da produção e distribuição não aumentasse um real.

A política de FHC, na época, foi para tornar viável, para os capitalistas, o obsceno programa de privatizações, ao mesmo tempo que o governo segurava a economia, com paus e cordas, mantendo o valor do real brasileiro ao dólar americano. Até os objetos inanimados sabiam que seria impossível manter o valor do real tão alto e que logo tudo desabaria (como ocorreu). Os capitalistas sabiam que investir no Brasil em dólar, era perder dinheiro. Por isso, FHC inventou a aberração da vinculação dos preços da energia elétrica vinculados ao IGP-M.

Com o desmonte da Petrobras e sua entrega para o capital estrangeiro, os combustíveis, que já estão seguindo os preços internacionais, desde o golpe de 2016, serão ainda mais afetados. Como o refino estará na mão dos capitalistas e especuladores internacionais, a Petrobrás será obrigada a manter esta política absurda de preços. Caso contrário, as refinarias privadas simplesmente causarão o desabastecimento do mercado.

O valor dos combustíveis será sentido em toda cadeia de produção e distribuição. O Brasil tem, por causa do lobby agressivo dos monopólios, quase todo seu escoamento de produção do interior do país feito por caminhões. Isto torna toda política de preços do país sensível a quaisquer mudanças no preço dos combustíveis.

Fim da soberania nacional

Por trás do desmonte da Petrobras não está apenas a dolarização da economia e a perda do controle do estado nacional sobre esta, mas também a perda da soberania nacional como um todo. A Petrobras é estratégica para a defesa da soberania do país.

Controlar commodities e a produção e distribuição de energia é vital para independência política de qualquer país. Por isso, o imperialismo investe tanto em tomar refinarias e poços de petróleo mundo a fora. Ter o controle dos commodities em solo estrangeiro tem valor similar a ter uma base militar neste, pois, se assim for o desejo do imperialismo, o país oprimido pode ficar rapidamente sem combustível e outros produtos essenciais.

A entrega da Petrobras significa levar o Brasil, um dos países mais industrializados e desenvolvidos dentre os países de capitalismo atrasado, de volta para a época da colônia.

Greve na Bahia é só um primeiro passo na luta dos trabalhadores

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) anunciou que entrará em greve, na Bahia, a partir do dia 18 de fevereiro contra a venda da RLAM. No restante do país, os petroleiros entraram em estado de greve (o quer que se isso signifique).

Os sindicatos, entretanto, erram feio ao apostar que a coisa se resolverá a partir de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Dadas as eleições para as presidências de ambas as casas legislativas, ficou claro que o congresso nacional está no bolso do presidente fascista e da burguesia imperialista. Não passa de um misto de ingenuidade com preguiça “terceirizar” a luta dos trabalhadores para o pútrido congresso.

O movimento feito pelos petroleiros baianos está no caminho correto. É hora de agir em prol da categoria e fazer uma greve consciente contra as privatizações e as demissões. Todavia, o movimento não deve parar simplesmente na greve. O sindicatos dos petroleiros devem ocupar as refinarias e fazer valer a força da classe trabalhadora.

Os petroleiros de todo país devem se juntar aos petroleiros da Bahia em um grande movimento nacional, deflagrando greve geral. A inspiração para esta mobilização deve ser a dos professores do Brasil inteiro, em todos os níveis de ensino, que estão lançando campanhas e greves contra o retorno às aulas presenciais enquanto não houver imunização de professores, técnicos, estudantes e terceirizados.

Um movimento de massa dos petroleiros, junto ao dos professores, será um grande incentivo aos metalúrgicos de Ford, Mercedes e Audi, para resistir ao ataque dos capitalistas e a política entreguista e genocida do governo golpista.

Apenas com uma luta real e agressiva dos trabalhadores será possível parar o ímpeto entreguista do governo golpista e ilegítimo de Jair Bolsonaro. Não deve haver meias palavras e ações simbólicas. O movimento dos trabalhadores da Petrobras, da educação, da metalurgia e de outros setores deve ser implacável contra aqueles que querem destruir os direitos do povo e dar as riquezas nacionais a vampiros estrangeiros.

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