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Uma política desastrosa

A frente ampla é uma frente com a direita golpista

A burguesia quer impulsionar uma frente ampla da esquerda para facilitar a derrota do movimento contra o golpe

Uma “notícia-fofoca” do Globo trouxe à tona novamente o problema da frente ampla da esquerda para as eleições de 2020 e 2022. Trata-se da informação divulgada pelo jornal golpista de que Lula teria convidado o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), para entrar no PT e encabeçar uma chapa presidencial em 2022. Em seu twitter oficial, Lula tratou de desmentir a informação, afirmando que não convidaria Dino a abandonar o PCdoB e se filiar ao PT.

Porém, diante da informação do jornal golpista, os setores da esquerda que apoiam a política da frente ampla correram, acriticamente, para comemorar a suposta abertura dada por Lula a uma chapa formada por Flávio Dino.

Aproveitando o fato, é preciso mais uma vez reforçar algumas palavras sobre a chamada frente ampla. Não apenas Flávio Dino mas outros políticos da esquerda já mostraram na prática o que entendem como uma frente ampla. Dino tem percorrido o País dedicado a reunir-se com elementos da direita  burguesa. Reuniões com tucanos como Fernando Henrique Cardoso, com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), e até com o candidato a candidato oficial da direita, o apresentador da Globo, Luciano Huck. Apenas para citar alguns casos.

Na mesma esteira, outros elementos da esquerda pequeno-burguesa também estão compenetrados em costurar uma frente com a burguesia. Marcelo Freixo (Psol), que sonha em ser eleito prefeito do Rio de Janeiro, se esforça para fechar uma aliança com setores da burguesia, da Rede, do PDT, PSB e outros e se esforça também por repetir o apoio que obteve da rede Globo no segundo turno das eleições passadas. Freixo tem ficado conhecido por suas boas relações com a direita, elogiando Janaina Paschoal, Alexandre Frota e Kim Kataguiri, defendendo a Polícia Militar e votando no pacote anti-crime da direita.

A frente ampla é apresentada pelos seus defensores como a grande salvação política para as eleições de 2022. Seria preciso que a esquerda se unificasse com a direita, com exceção apenas do bolsonarismo, para vencer as eleições. Para tal, essa esquerda procura livrar a cara da direita, chamando-a de “democrática”, de “direita civilizada” contra a barbarie que seria a extrema-direita bolsonarista.

Existem pelo menos duas questões fundamentais que envolvem a política de frente ampla. A primeira é a de que a esquerda que embarca nessa política venda para a população a ilusão de que bastariam manobras eleitorais para que o problema do povo estivesse resolvido. Ignoram o golpe de Estado, o controle da direita sobre o regime político, a ascensão da extrema-direita e a fraude eleitoral.

O segundo problema fundamental está justamente em que a política de frente ampla é na realidade uma frente com a própria direita golpista. No fundo da questão o problema da frente ampla pode ser resumido assim: “uma frente com bolsonaristas contra bolsonaristas”. O que é vendido como uma grande política contra Bolsonaro é na verdade uma fator para impulsionar o bolsonarismo.

Há quem possa achar exagero, mas não é preciso ter uma memória tão boa para se lembrar que foi o PSDB, de FHC, José Serra, Aécio Neves que esteve à frente do golpe de Estado. Golpe este que resultou em Bolsonaro. Mas a participação dos tucanos na subida presidencial de Bolsonaro não foi apenas indireta. Toda a burguesia golpista se unificou para eleger Bolsonaro nas eleições de 2018. O que dizer ainda sobre o global Luciano Huck, elemento ativo no golpe e reconhecido político de extrema-direita?

A frente ampla é uma política que pretende colocar a esquerda a reboque da direita golpista, inclusive bolsonarista. Quem se beneficia com isso? Os próprios golpistas, especialmente Bolsonaro e a extrema-direita.

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