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Demagogia

A farsa do “projeto nacional de desenvolvimento” de Ciro Gomes

Não é possível qualquer desenvolvimento sem um confronto entre os trabalhadores e seus inimigos

Na mesma era em que os terraplanistas vieram à tona, tornou-se frequente ver Ciro Gomes e os seus apoiadores, na internet, apresentarem a si próprios como grandes expoentes de uma política supostamente nacionalista.

A propaganda é ridícula — afinal, a propaganda aceita tudo. Ciro Gomes é e sempre foi um verdadeiro capacho do imperialismo, sem compromisso algum com os interesses nacionais. O hoje pedetista iniciou sua carreira na ARENA, partido da ditadura militar, e passou por praticamente todos os partidos da burguesia, incluindo o hiper-privatista PSDB. Seu padrinho político, com quem jamais rompeu, é ninguém menos que Tasso Jereissati, um dos mais importantes representantes do imperialismo no Nordeste, dono de parte da imprensa golpista da região e funcionário de destaque da Coca Cola. Enquanto o golpe de 2016 estava sendo armado, Ciro Gomes batia ponto em um escritório de Benjamin Steinbruch, presidente da FIESP…

Apesar da propaganda tosca, que colocaria, em uma mesma “frente ampla”, setores que vão de Rodrigo Maia (DEM) a Orlando Silva (PCdoB), a ideia de um “projeto nacional de desenvolvimento” é vista com simpatia por incautos da esquerda do movimento operário. É preciso, portanto, apontar não só que Ciro Gomes não tem nada a ver com a esquerda, como, na prática, o tal “projeto”, nas condições em que é apresentado, é uma farsa.
Até colocaram o ex-presidente e entreguista-mor Fernando Henrique Cardoso bem escondido no canto.

O debate sobre o desenvolvimento do País é, de fato, um debate muito importante. No entanto, ele não pode ser feito a partir de bravatas e programas de governo produzidos em um gabinete, mas sim sob o ponto de vista da luta de classes. O debate sobre o desenvolvimento no Brasil, finalmente, é o debate sobre as condições necessárias para que a vida da classe operária deixe de ser um eterno sofrimento. Isto é, que o trabalhador não pereça no corredor de um hospital público sucateado, que não esteja desempregado, que não morra de fome, que tenha acesso a todo o patrimônio científico, cultural e tecnológico da humanidade etc.

Se o debate já é, em geral importante, a situação atual do País o coloca na ordem do dia. O povo está morrendo como inseto por causa do colapso total do sistema de saúde, os índices de desemprego aumentam a cada mês, a inflação vai se tornando um inimigo cada vez mais presente e, como se tudo isso não bastasse, parte significativa da indústria nacional está decretando falência, enquanto parte da indústria estrangeira está abandonando o Brasil.

Mas constatar a desgraça nacional não é suficiente. Para superá-la, é obrigatório discutir, de forma profunda, o retrocesso do Brasil e os problemas históricos em seu desenvolvimento. E essa discussão, obviamente, Ciro Gomes ignora: seu objetivo com o tal “projeto” é fazer demagogia, e não apresentar uma saída real para os problemas que estão colocados. Até porque, para conseguir superá-los, Ciro Gomes precisaria se voltar contra toda a rede de apoio construída no interior da burguesia que lhe sustenta até os dias de hoje.

A única forma de impulsionar o desenvolvimento nacional é por meio de uma luta decidida contra os inimigos do desenvolvimento: os capitalistas. Sempre foi assim, mas tal lei se torna ainda mais patente na medida em que a polarização aumenta em todo o mundo, colocando abaixo qualquer possibilidade de convivência entre o povo explorado e os bancos.

Essa questão, inclusive, não é uma saída que corresponde unicamente à análise marxista das contradições nacionais.  No final da ditadura militar, o economista brasileiro Celso Furtado, que não era marxista, diante da crise gravíssima em que o País se encontrava, afirmou, corretamente, que, para que um país se desenvolva, é preciso ter uma poupança interna, um capital para investir. Algo, inclusive, que deveria ser óbvio.

Se o País não procura as suas fontes de investimento em seus próprios recursos, de onde mais viria? Do imperialismo francês, do imperialismo alemão ou do imperialismo inglês, que empurraram milhões de pessoas para a morte apenas para defender os interesses de seus bancos? É claro que não. Se o País tem o capital estrangeiro, especulativo, como fonte de seu desenvolvimento, nunca irá se desenvolver. Isso, inclusive, já está provado pela história: desde o governo FHC, com a moeda equiparada ao dólar, o Brasil teve toneladas de investimentos estrangeiros, que entraram, saíram, e não desenvolveram em nada o País.

A única solução, portanto, seria que o Estado estatizasse todo o sistema financeiro e centralizasse o sistema de créditos, de tal modo que pudesse, a partir de seus próprios critérios, financiar o desenvolvimento nacional. Isso, por sua vez, só poderá ser feito por meio de um Estado estabelecido em meio a uma guerra do proletariado contra a burguesia: sem um programa que mobilize os trabalhadores contra esses parasitas, qualquer desenvolvimento é impossível.

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