Neste momento de crises econômica e sanitária provocada pelo coronavírus, a orientação política da burguesia é clara, repassar trilhões para manter as margens estratosféricas de lucro dos capitalistas e para população dar apenas o mínimo para se evitar uma convulsão social monstruosa, que se desenha no horizonte. Havendo independente de suas diferenças internas, uma unidade de toda a burguesia em torno desta orientação.
O governadores não fogem a esta orientação, e por fora de toda campanha cínica destes na imprensa venal, a atuação de todos os governos em todos os estados é a mesma, manter os lucros dos capitalistas e para a população no máximo esmolas para se evitar convulsões sociais. Quando se ignora a campanha descarada dos governadores e observa-se os números ficar claro que a população trabalhadores está às moscas, sem atendimento adequado morrendo aos milhares pelo covid-19.
No Paraná, onde o governador Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD) leva uma campanha desavergonhada de supostos combate a pandemia do covid-19, com 258 casos e 4 mortes oficialmente confirmadas, houve apenas em março 1,8 mil internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sintomática da infecção pelo novo vírus corona. Segundo dados do InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a média 442 internações por SRAG no mesmo período no anos anteriores, ou seja, houve em 2020, durante a pandemia um aumento de 307% nos casos de internações por SRAG, o que deixar flagrante a subnotificação dos casos de covid-19.
Do total de 1,8 mil pessoas internadas em março de 2020 no Paraná apenas apenas 173 foram diagnosticadas como Covid-19, o que reforça a tese de subnotificação. Outro dado importante neste sentido é que em março de 2019, no Paraná 20% dos internados com SRAG eram idosos já em 2020 essa porcentagem ultrapassa os 30%.
A subnotificação e o maior impacto da pandemia ocorre nas periferias que a muito desamparadas pelo estados não têm estrutura ou atendimento adequado para enfrentar a pandemia. Onde o isolamento social é impraticável, e a classe trabalhadora é deixada à própria sorte, recebendo quando muito uma esmola para ir contra a maior crise sanitária em décadas.
Só a mobilização independente da classe trabalhadora, nos seus locais de moradia para reivindicar ações dos governos, no sentido de atendimento de suas necessidade, pode se opor à política genocida da burguesia. Nesse momento, a política de frente popular da burocracia sindical e pequena burguesia pode custar milhares de vidas da classe trabalhadora.