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A farsa da imprensa golpista sobre o Plano Real

A inflação era a maior preocupação dos brasileiros no final dos anos 80 e início dos 90 do século passado.

As pessoas recebiam o salário e corriam ao supermercado para encher carrinhos com mercadorias, tudo que pudessem comprar, antes que as maquininhas de remarcação de preços as alcançassem. Se deixassem para o dia seguinte, já comprariam menos coisas, pois a alta dos preços chegou a 5.000% ao ano.

Só para se ter uma ideia, o preço do quilo do tomate subiu 4.500% em 12 meses. Como comparação, é como se o preço do tomate subisse de R$ 6 para R$ 275,54 em um ano.

O povo estava sofrendo muito e fazia muito tempo. Qualquer pessoa que fosse vendida como tendo a fórmula mágica para botar um fim nisso seria elegida a Deus. E também seria reeleita…

A imprensa golpista e os bancos usaram a fórmula do salvador da pátria para evitar a eleição de Lula e a ascensão popular mais uma vez.

Para começar, o ministro da Fazenda do presidente Itamar Franco (depois que o Collor renunciou) era Fernando Henrique Cardoso, que não era economista, e sim sociólogo, mas foi vendido como o pai do plano real. Quem então criou o real?

O Plano Real foi idealizado por economistas, reunidos pelo então Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso em 1993, depois substituído por Rubens Ricúpero, que foi flagrado em uma gravação, sem saber que o áudio estava sendo captado, dizendo que não tinha escrúpulos em mostrar o que estava dando certo e esconder o que estava errado.

Ricúpero foi ministro da Fazenda de 30 de março a 6 de setembro de 1994, durante o período de implantação do Plano Real, como pode ser lido claramente no site do ministério da fazenda, porque, justamente, FHC precisou obrigatoriamente se desincompatibilizar do ministério para ser candidato a presidente nas eleições de 1994.

Ricúpero foi depois substituído no ministério da Fazenda por Ciro Gomes, que assinou a primeira nota de real bem a tempo de ela servir de material de campanha para eleger FHC.

O efeito do real foi imediato. A inflação foi controlada, FHC venceu as eleições e a maquininha foi aposentada. Ponto. Roteiro cumprido.

Efeitos colaterais: a debelação do monstro da inflação deu ao “pai do real” credibilidade para privatizar tudo que viu pela frente, do sistema Telebrás à mineradora Vale do Rio Doce por um valor inferior ao que a empresa tinha em caixa na ocasião da venda. Um escândalo de enormes proporções, uma volumosa sopa de letrinhas disponível no livro “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Júnior.

Além disso, a paridade cambial com o dólar irreal do real abarrotou as lojas no Brasil com importados “baratinhos” enquanto os fabricantes brasileiros não conseguiam exportar, uma vez que os preços de seus produtos se sobrevalorizaram abruptamente e passaram a ser recusados no exterior. Outra consequência: a indústria nacional, que dependia de insumos, peças e componentes, passou a importar tudo isso mais barato do que era produzido domesticamente por seus compatriotas. Não é difícil fazer uma conta rápida e perceber que, tanto em um caso como em outro, o resultado foi falência e desemprego.

No segundo semestre de 1998 já estava claro que o congelamento do câmbio era um absurdo. Gustavo Franco, presidente do Banco Central, era apegado a ele. Foi um desastre, destruindo rapidamente o superávit comercial brasileiro.

Foi aí que o Brasil quebrou a primeira de três vezes, durante os dois governos de FHC.

No segundo semestre de 1998, o Ministro da Fazenda Pedro Malan negociou um empréstimo-ponte com o FMI. Havia duas intenções claras: manter o câmbio congelado até passar as eleições e dar uma porta de saída para o capital especulativo. Depois de terem ganho muito dinheiro com o diferencial de taxas de juros, o empréstimo do FMI permitia aos capitais especulativos saírem numa boa, ganhando em cima do real apreciado antes que estourasse uma maxi-desvalorização inevitável. O ministro, “bonzinho”, trabalhou para os capitalistas estrangeiros.

A imprensa golpista fez cara de paisagem e ajudou a reeleger FHC.

Os casos do Banestado, do Banco Garantia, do Marka e do Fonte-Cidam, culminando com a maxidesvalorização obrigatória do real, de volta á realidade, em 1999, as outras duas vezes em que FHC quebrou o Brasil e teve de se ajoelhar ao FMI, fica para outro capítulo.

Em resumo: o povo brasileiro foi iludido a acreditar que o plano real foi a melhor coisa do mundo, mas foi um esquema para muitos ganharem mais dinheiro e bloquearem o quanto puderam a ascensão da classe trabalhadora ao poder.

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