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A farsa da Chacina de Porto Cambira

Nessa semana está ocorrendo o julgamento de indígenas da etnia Guarani-Kaiowá em um conflito em 2006 onde morreram dois policiais e um outro que ficou ferido. O conflito ficou conhecido pela imprensa burguesa como Chacina de Porto Cambira.

O conflito ocorreu no município de Dourados, Estado do Mato Grosso do Sul, na comunidade Guarani-Kaiowá de Passo Pirajú, nas margens do rio Dourados. A região é palco de intensos conflitos até os dias atuais, sendo a região com maior conflitos motivados por questões de terra do país e, também, um dos estados em que o latifúndio comete mais crimes contra os indígenas.

Para entender que a suposta Chacina é uma farsa precisamos olhar alguns dados sobre os indígenas e o estado. Os dados oficiais mostram que Mato Grosso do Sul é onde estão 6,8% da população indígena brasileira e registrou 44% do número total de índios mortos no Brasil entre 2003 e 2016. Também é o estado onde grande parte das terras foram entregues aos latifundiários, 92% de sua área total. Só com esses dados já seria possível observar quem manda nas instituições do Estado e quem seria o vilão nesses conflitos.

Também existem inúmeras denuncias de atuação de policiais contra os indígenas. Denuncia que ficam paradas porque o judiciário está nas mãos dos golpistas e dos latifundiários.

O Ministério Público Federal (MPF) e parlamentares da esquerda tentam investigar a ligação entre latifundiários do Mato Grosso do Sul e agentes da polícia em todos os níveis para defender as terras dos latifundiários. São inúmeros exemplos de ações arbitrárias e violentas da polícia civil, militar, federal e a Força Nacional de Segurança contra os indígenas. Não é segredo para ninguém, nem para a própria justiça do envolvimento de policiais.

Neste ano, o MPF entrou com um recurso denunciando três delegados e um agente da Polícia Federal em Dourados após escutas telefônicas gravadas com autorização judicial entre policiais e delegados da PF e latifundiários. Entre eles, está o delegado Denis Colares de Araújo, da Polícia Federal, e o latifundiário acusado de assassinato no Massacre do Caarapó, Dionei Guedin.

Outro caso de utilização das forças de repressão do Estado contra os indígenas é numa organização não-governamental chamada de “Sociedade Amigos da Liberdade, Vigilância e Esperança” (Salve). É uma organização formada por latifundiários do Mato Grosso do Sul que apoia o Departamento de Operações de Fronteira (DOF), da secretaria de justiça do Estado, para ações de proteção a fronteira e combate ao tráfico de drogas e outros crimes. Mas na verdade é somente fachada, nada mais é do que um grupamento que atua em reintegrações de posse . Os latifundiários financiam e contam com a repressão desses agentes contra os indígenas. até cederam um prédio de 1.100 m², avaliado em R$ 750.000,00 para sediar o DOF.

As ações do DOF unificam as forças policiais em bloqueio de estradas, investigações, revista de pessoas, aldeias e entrada em terras ocupadas pelos indígenas. Essas ações beneficiariam os latifundiários do Salve que financiam o DOF para ter proteção de suas terras e perseguição dos indígenas.

Existem uma infinidade de casos que poderiam ser citados nesta matéria que revelam que as milícias dos latifundiários no Mato Grosso do Sul são as próprias forças policiais que não investigam casos de violência contra indígenas, dão cobertura em ações de despejo aos latifundiários, atuam como verdadeiros esquadrões da morte. São os pistoleiros dos latifundiários.

No caso da “Chacina de Porto Cambira” não é diferente. O que faziam os policiais em um carro descaracterizado e não fardados e fortemente armados dentro de uma comunidade indígenas? Certamente foram atacar e perseguir os indígenas. É provável que os policiais achavam que os indígenas não poderiam se defender.

Segundo as testemunhas, os policiais chegaram atirando e agredindo os Guarani-Kaiowá. Os indígenas apenas se defenderam da violência dos policiais, pois não aguentavam mais tamanha violência.

Hoje, a justiça e os latifundiários querem prender lideranças indígenas que apenas se defenderam diante dos ataques dos policiais. Entre os acusados está a liderança Nhamoi Carlito, um indígena de 80 anos. A perseguição da justiça é tão grotesca, que o julgamento foi transferido do Mato Grosso do Sul para São Paulo devido a parcialidade dos juízes do Mato Grosso do Sul.

Tem que ser denunciado a todos que a Chacina de Porto Cambira é uma farsa e quem evitou a chacina foram os indígenas que se defenderam quando estavam sendo atacados. As entidades de esquerda e progressistas precisam denunciar essa perseguição contra os indígenas no Mato Grosso do Sul para impedir a demarcação de suas terras.

É preciso exigir o fim do processo-farsa contra os indígenas Guarani-Kaiowá e a perseguição dos latifundiários, do judiciário golpista e dos policiais contra os povos indígenas.

 

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