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Do lado de Trump e Guaidó

A esquerda que luta contra o povo venezuelano junto com o imperialismo

Corrente do PSOL ataca governo e povo venezuelano, defendendo derrubada do governo legítimo que os EUA querem derrubar

Em plena situação de ameaça efetiva por parte do governo da maior potência econômica e militar do mundo de atacar militarmente a Venezuela e/ou patrocinar um golpe de Estado contra o governo eleito pelo povo venezuelano, com o posicionamento de navios de guerra nas proximidades do País e o oferecimento de “recompensas” de dezenas de milhões de dólares pela “cabeça” do presidente e de outros dirigentes do governo desse pais vizinho e de longa tradição de solidariedade com o povo brasileiro, uma corrente de esquerda integrante do PSOL, se juntou – do ponto de vista prático – ao imperialismo e a tudo que há de mais reacionários na direita, como o bolsonarismo, para se dirigir à população venezuelana pedindo para para que ela derrube seu governo, faça o que quer Trump e todo os governos imperialistas e pró-imperialistas de todo o mundo.

Trata-se do pequeno grupo, esquerda marxista, que publicou em seu sítio eletrônico e endossou artigo publicado originalmente no dia 31 de março de 2020 no site da Corrente Marxista Internacional (CMI) – conforme eles mesmos informam – sob o título “O coronavírus na Venezuela: mais uma chicotada nas costas dos trabalhadores”.

A intensificação do ataque imperialista à Venezuela desmascara a farsa da propaganda imperialista de que o momento é de “solidariedade internacional”. Em plena evolução da pandemia do covid-19 (que tem como epicentro nesse momento os EUA e que começa a se desenvolver na região caribenha), o imperialismo não só mantém o embargo ao País (como também acontece em relação à Cuba e ao Irã, entre outros) que impede o País de ter acesso a medicamentos e equipamentos de várias partes do Mundo, como também vetou empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao País, que seriam destinados ao combate à epidemia. Morram! rosnam os capitalistas (de direita e de “esquerda”), longe das câmeras nas quais falam de “unidade”. A esquerda pequeno burguesa, de olhos vedados para realidade, faz coro com esses senhores.

Assim, na longa matéria, com a tradicional enrolação de dados que – na realidade – são dispostos para tentar contornar o essencial da realidade, a Esquerda Marxista e sua “corrente internacional” , fundamentalmente, se dedicam a atacar a burocracia chavista, como se pode ver em inúmeros trechos da nota, dentre os quais destacaremos alguns.

Segundo a Esquerda Marxista/PSOL, na Venezuela seria preciso “oferecer ao país uma alternativa revolucionária à atual liderança do movimento bolivariano, que se tornou uma força reacionária e burguesa”, daí a concluir que seria necessário se juntar a Trump, Guaidó, Bolsonaro e toda a direita para derrubar o governo de Nicolás Maduro e do Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV), seria um passo, o que significa adotar a mesma posição que setores do PSOL e o PSTU adotaram diante do golpe no Brasil, quando defenderam – junto com a direita – o “Fora Dilma, fora todos!”.

Nessa mesma linha reacionária, a nota defende “reconstruir uma alternativa revolucionária para a Venezuela”, sem apontar o que seria essa “alternativa” abstrata em um País em que o governo tem claro apoio popular, da imensa maioria das organizações de luta dos trabalhadores e onde a única “alternativa” real, neste momento, é a direita golpista, com apoio do imperialismo. É bom lembrar que essa mesma política foi adotada por setores da esquerda também na Síria, o que significou apoiar o imperialismo contra o governo nacionalista burguês de Bashar Assad que contrariava interesses do imperialismo na região.

Nessa mesma direção, a nota  afirma de forma genérica que o governo “tomou medidas cada vez mais a favor da burguesia e do capital imperialista e contra os interesses dos trabalhadores, camponeses e massas oprimidas” e faz em contrapartida, apenas de passagem uma crítica ao governo Trump, em relação aos seus atos de 2017, afirmando que suas sanções em 2017 “formaram o clímax dessa série de eventos, quase destruindo nosso sistema de saúde e as conquistas relacionadas ao período Chávez. Essas sanções impediram o país de adquirir remédios e suprimentos médicos do exterior, causando um golpe mortal em nossos hospitais e centros de saúde já sobrecarregados“.

Mesmo assinalando esse “golpe mortal”, o centro da nota é atacar o governo que luta contra o golpe do imperialismo afirmando que ele “tem atacado a classe trabalhadora e implementado políticas de austeridade burguesa há um ano e meio. Dessa forma, espera conter a crise e, ao mesmo tempo, manter-se no poder“.

Tudo isso no momento em que a Venezuela,  está na iminência de ser invadida pelos EUA e está empreendendo uma série de esforços no combate ao coronavírus, adotando medidas que nenhum país imperialista (com centenas de vezes mais recursos) adotou, como a suspensão de demissões, o aumento do salário mínimo, a realização de testes massivos, internação dos doentes etc.

No final da Nota, fica ainda mais evidente o caráter reacionário dessa esquerda e sua covardia política.

Após expressar apoio à derrubada do governo, tal como pretendido por Trump, Bolsonaro e Cia. o grupo-irmão da Esquerda Marxista/PSOL (e quem sabe ela mesma que endossa a nota) afirma estar entrando em “férias”, como faz a maioria da esquerda no Brasil que está fechando os Sindicatos, sedes partidárias e se limitando a se pronunciar na imprensa capitalista, no parlamento e na internet em apoio aos “salvadores da pátria”: o Ministério da Saúde chefiado pelo DEM e os governadores estaduais, liderados pelos fascistas Dória (PSDB), Witzel e Cia.

Assim a nota anuncia:

Após o período de quarentena, quando a vida social do país voltar ao “normal” (embora tenha sido uma normalidade bastante severa e anormal nos últimos anos), devemos retomar nossos esforços para construir uma força revolucionária autônoma enraizada nas massas trabalhadoras . Não podemos esquecer, nem por um momento, esse objetivo fundamental”.

Ou seja, as palavras de agora, não são para fazer nada a não ser pregar o apoio à direita golpista – que não vai entrar de férias -. Quando o “país voltar ao normal” (se voltar), os pseudo marxistas “retomaram seus esforços…”.
Definitivamente, a classe trabalhadora da Venezuela, do Brasil e de todo o mundo não tem nada a aprender com uma esquerda reacionária como essa.

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