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Não à política de conciliação

A esquerda precisa deixar de ser base do governo e se tornar oposição

A esquerda nacional se coloca como força auxiliar do governo golpista, apoiando projetos e iniciativas que só favorecem os bancos e os grandes capitalistas, contrárias ao povo

O coronavírus, que chegou de forma fulminante no País, vem revelando ao mundo, de forma incontestável, a falência histórica do capitalismo e o resultado da política neoliberal dos governos servis e subservientes ao grande capital, aos bancos e ao imperialismo, de uma forma geral.

O devastador e terrível vírus não apenas vem infectando o conjunto da população desassistida e abandonada território nacional afora, a infecção também se instalou na consciência e no modo de pensar e atuar, de fazer política, da maioria das direções da esquerda nacional, paralisando-a, ou melhor, fazendo com que ela se posicione e atue de forma contrária aos interesses da população pobre e explorada do País.

É assombroso e assustador o que vem fazendo a maioria da esquerda brasileira diante da pandemia que se instalou no mundo e que começa a devastar o País, onde todas as projeções indicam, mesmo as menos pessimistas, que a saúde pública, assim como todo o sistema hospitalar e de atendimento à população, em todas as regiões, entrará em colapso ainda neste mês de abril.

A hecatombe social que vai se impondo ao País, vem sendo placidamente acompanhado  e encarado pela esquerda nacional como um problema emergencial que diz respeito ao País “como um todo”, que agora não estaria em jogo e nem em discussão as “diferenças ideológicas”, as “diferenças políticas”, mas que estaríamos (de acordo com a esquerda) diante de um “inimigo comum” (o vírus), que precisa ser enfrentado acima das “divergências”.

Aqueles que deveriam estar na linha de frente da luta, do combate e da obstinada determinação em denunciar a política criminosa do governo fascista, de extrema direita, serviçal dos bancos e do imperialismo, que vem impondo todos os maiores sofrimentos e privações à população, esta mesma esquerda está neste momento (já vem fazendo isso há algum tempo) totalmente a reboque e atuando da forma mais servil e abjeta como força auxiliar da direita, como coadjuvantes da política que vem destruindo o País e empurrando a população para a morte.

Os partidos que se reivindicam como representantes do povo, da população pobre e explorada aprofundaram a política que levaram no último período, de recusa a atuarem como oposição, por mínima que seja esta forma. Sequer a formalidade de atuar como oposição ao governo Bolsonaro vem sendo cumprida pela esquerda (PT, PCdoB, Psol).

O Psol e sua bancada (Freixo, Ivan Valente, Erundina) parecem ser neste momento os mais entusiastas apoiadores da estratégia de “todos juntos contra o vírus”. Freixo chegou a publicar a hastag “Fica Mandetta”, advogando a permanência do ministro direitista, do DEM, destruidor do SUS e da saúde pública brasileira, à frente do Ministério da Saúde, diante das ameaças de Bolsonaro em exonerá-lo da pasta. Uma conduta inaceitável e absurda para um deputado eleito por um partido que se rotula como esquerda e que mantém na sigla a chancela do “socialismo”.

Outro, dentre muitos, episódio que evidencia a mais completa e total subserviência e seguidismo da esquerda aos interesses do governo de extrema direita, do “centrão e dos banqueiros, liderados por Rodrigo Maia se deu na votação, na semana passada, da PEC 10/2020, intitulada “PEC do Orçamento de Guerra”. O Projeto, que blinda os banqueiros e permite a transferência de prejuízo dos bancos para o Estado (cofres públicos), pois autoriza a compra de títulos públicos e privados nos mercados nacional e internacional, foi votado em plenário virtual da Câmara dos Deputados, com o apoio e o voto maciço da esquerda, inclusive com as bancadas (todas) orientando o voto na PEC dos bancos, ou “Orçamento de Guerra”.

Diante do que estamos? Que “oposição” é esta? Na verdade, não há, nenhuma oposição no País atuando verdadeiramente como oposição (parlamentar, institucional), como força política que denuncia o governo criminoso dos golpistas, dos neoliberais pró-imperialistas, dos generais, da burguesia e da extrema direita. A atuação da esquerda nos faz lembrar do velho MDB (Movimento Democrático Brasileiro), a “oposição” oficial que existia à época da ditadura, cuja atuação se dava nos limites do que era permitido pelo regime militar, uma espécie de “oposição consentida”, que se opunha aos ‘excessos institucionais” do regime dos generais (censura à imprensa, casuísmos eleitorais, corrupção etc.), sem fazer uso das tribunas para denunciar o caráter fascistóide da ditadura e do regime (torturas, assassinatos, desparecimentos, exílios etc.). O que a “oposição” faz hoje é ainda mais vergonhoso, pois não só não denuncia as atrocidades do governo contra a população, como vem endossando todas as principais medidas dos golpistas contra a população pobre e explorada, ao mesmo tempo que apóia a distribuição de dinheiro para os banqueiros e capitalistas.

No momento em que deveria estar havendo um grande esforço das forças populares e da esquerda do País para denunciar e mobilizar contra as ações criminosas do governo Bolsonaro contra a população; a situação caótica em que se encontra a saúde pública nacional; o trágico quadro do atendimento à população nos hospitais públicos; as dificuldades impostas para fazer chegar aos pobres e mais necessitados a esmola de R$ 600 (onde todos os obstáculos para dificultar o acesso ao benefício são colocados pela burocracia do Estado); as ameaças de golpe de Estado vinda das hostes mais reacionárias; o que vemos é a mais completa prostração da esquerda oficial, parlamentar, que avaliza os ataques do Estado burguês contra os trabalhadores, contra o povo pobre.

Neste sentido, não é hora de nenhuma “união nacional”, ou de qualquer outra política de aproximação e/ou conciliação com os golpistas, com os representantes do governo de extrema direita, controlado e manietado pelos militares, pelos generais fascistóides, que conspiram contra o País, contra o conjunto da nação, contra os interesse nacionais. É necessário outra política, uma outra concepção sobre o conjunto da situação política nacional, que não pode ser de apoio, sob qualquer aspecto ou circunstância, ao governo que vem aplicando contra o povo trabalhador uma politica de ataques e terra arrasada. Fora Bolsonaro! Nenhum apoio da esquerda às iniciativas dos golpistas que só favorecem os bancos, os grandes capitalistas! Por novas eleições gerais!

 

 

 

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