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Adaptação ao bolsonarismo

A esquerda pequeno burguesa reclama mas não vai à luta

Lideranças da esquerda-pequeno burguesa têm aplaudido as mobilizações no Chile e no Equador, mas não mobilizam o povo brasileiro.

Nas últimas semanas, vários países no mundo, em especial na América Latina, testemunharam a fúria da população contra a política neoliberal. É o caso, por exemplo, do Equador, que colocou indígenas, trabalhadores do transporte e a população em geral nas ruas, do Chile, que tem levado estudantes e trabalhadores a se chocar com o governo direitista de Sebastián Piñera, da Catalunha, que pôs seu povo em choque com o regime ditatorial espanhol e do Haiti, que vive uma situação explosiva.

As notícias de tais mobilizações chegam ao Brasil com muita simpatia por parte dos trabalhadores e da esquerda, que estão sendo vítimas de um governo entreguista e de extrema-direita, apoiado em um golpe de Estado, Afinal, se os outros povos estão se levantando contra a direita, por que não chegaria a hora dos brasileiros fazerem o mesmo?

Pegando carona no entusiasmo com as mobilizações, as lideranças da esquerda pequeno-burguesa têm aproveitado a situação para elogiar a bravura dos revoltados, Guilherme Boulos, líder do MTST e candidato do PSOL às eleições presidenciais de 2018, afirmou que a revolta no Equador seria um “exemplo” para o povo brasileiro. Já Humberto Costa, atual líder do PT no Senado, falou, citando o caso do Chile, que a “hora do Brasil” iria chegar.

Os diversos elogios às mobilizações que estão acontecendo em outros países, no entanto, contrasta totalmente com a ação dessas lideranças e dirigentes em seu próprio país. Guilherme Boulos, que falou que a mobilização equatoriana deveria ser um “exemplo”, foi incapaz de convocar sua base a lutar pela derrubada do governo Bolsonaro, mesmo após um ano dos mais brutais ataques. Pelo contrário: logo após as eleições de 2018, Boulos declarou que o mandato de Bolsonaro deveria ser respeitado. Humberto Costa, por sua vez, desde 2016, já vem expressando qual é a política que uma ala de dirigentes e lideranças está disposta a encampar: virar a página do golpe. Em sua publicação sobre a revolta chilena, Humberto Costa talvez tenha dado mais uma pista de qual é a política que pretende levar adiante: se a “hora do Brasil” vai chegar, a esquerda não precisaria convocar o povo para a luta.

No fim das contas, o que a prática das lideranças e dirigentes da esquerda pequeno-burguesa revela é que esss setores da esquerda nacional estão dispostos a se adaptar ao regime político, e não a derrubá-lo. A crise imensa em que o governo Bolsonaro está inserido, acompanhada de uma série de mobilizações na América Latina contra a política neoliberal, está criando uma fortíssima tendência à mobilização pela liberdade de Lula e pelo fora Bolsonaro – tendência essa que se demonstra de muitas maneiras, como na mobilização para o grande ato nacional em Curitiba, no próximo domingo (27). Contudo, as direções e lideranças da esquerda pequeno-burguesa se mostram incapazes de acompanhar essa tendência, ignorando a demanda da população por uma mobilização centrada nessas palavras de ordem.

Em geral, os mesmos que não mobilizam o povo e aplaudem a mobilização de outros países, são também os que vomitam longas teses para tentar explicar que o povo brasileiro não é capaz de se revoltar. Ao contrário dessas teses, o povo brasileiro tem um histórico de lutas, tendo inclusive uma série de conquistas que são resultado dessa luta, como a criação de uma das maiores centrais sindicais do mundo. O que é necessário para que a situação se encaminhe para uma revolta generalizada e que essa revolta tenha sucesso em derrubar o regime político é uma decisão das direções e lideranças da esquerda em ir para a luta. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Liberdade para Lula!

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