Por quê estou vendo anúncios no DCO?

A esquerda não pode se solidarizar com a direita, precisa derrotá-la em todos os terrenos

O suposto atentado contra candidato fascista, Jair Bolsonaro, de um determinado modo, serviu para desmascarar completamente os moralistas pequeno-burgueses da esquerda nacional e seu compromisso para com a sociedade capitalista liberal. Demonstram que estão na contramão das necessidades políticas da classe operária brasileira no período atual.

O ataque contra o fascista é expressão da polarização política nacional, ou seja, do deslocamento das massas populares para a esquerda. Diante da investida violenta da burguesia golpista contra o povo, derrubando um governo eleito, colocando o principal líder popular na cadeia, destruindo a economia nacional etc., e da ausência de um movimento unificado de toda a esquerda e dos trabalhadores, pela frouxidão da esquerda na luta contra o golpe, o sentimento anti-golpista crescente na população, expresso na candidatura do ex-presidente Lula, acaba transbordando em ações individuais inócuas e desesperada como esta. Quer dizer, a ação isolada de um indivíduo oprimido contra um represente do sistema monstruoso que burguesia estabeleceu no país.  

A burguesia como classe consciente de seus interesses sabe que a polarização política existente é profundamente desfavorável a si. Por isso, prontamente, após o suposto atentado, saiu em defesa da “democracia”, da normalidade institucional, da moral democrática etc., logicamente, não por ideologia, mas por necessidade prática: o acirramento da luta de classes latente no Brasil é um perigo a implementação de sua política e até mesmo, no limite, a sua dominação de classe.

A esquerda pequeno burguesa, em seu seguidismo tradicional, converteu a orientação política da burguesia, de pacificação das massas diante do golpe, para uma linguagem esquerdista. A esquerda em geral repudiou o atentado e seu autor, exigindo pronta investigação e punição, e até mesmo o pronto restabelecimento do fascista. Não ao ódio! o ódio não pode substituir o debate político e programático! a violência e o ódio não servem ao Brasil! Brada a esquerda nacional contra a polarização política crescente.

São muitas e absurdas as declarações, destaquemos alguma. O Psol em nota da executiva Nacional afirmou que:

“A agressão sofrida pelo candidato do PSL, Jair Bolsonaro, configura um grave atentado à normalidade democrática e ao processo eleitoral. Nosso partido tem denunciado a escalada de violência e intolerância que contaminaram o ambiente político nos últimos anos. Por isso, não podemos nos calar diante deste fato grave”.

Guilherme Boulos, candidato à presidência pelo Psol também se manifestou:  

“Soube agora do que ocorreu com Bolsonaro em Minas. A violência não se justifica, não pode tomar o lugar do debate político. Repudiamos toda e qualquer ação de ódio e cobramos investigação sobre o fato”.

O PCB, Partido sem expressão política e aliado do Psol também saiu em defesa do debate político e contra o “ódio” e a “intolerância”. Manuela D’ávila do PC do B também bem afirmou: A violência e o ódio não servem para o Brasil e nosso povo”.

Por sua  vez, Fernando Haddad do PT também se manifestou equivocadamente:“Repudio totalmente qualquer ato de violência e desejo pronto restabelecimento a Jair Bolsonaro”. Essas são apenas algumas declarações, muitas outras houveram.

O cinismo desta afirmações é atroz, o Psol, inacreditavelmente, quer contrapor à violência contra Bolsonaro à normalidade democrática, ora, o país vive um golpe Estado profundamente violento, em que os direitos democráticos são pisoteados diariamente, em que a repressão e a violência da direita contra a população aumentam enormemente. É como se dissessem e endossassem a tese de que só é legítimo a violência do Estado, dos poderosos contra o povo, dos oprimidos contra poderosos não é permitido.

Sob a aparência de uma campanha contra o ódio, o que de fato fazem é campanha pela passividade das massas exploradas e oprimidas para que manifestem sua revolta única e exclusivamente nas urnas. É a defesa dos princípios elementares do regime de dominação burguês.

A esquerda não deve solidarizar-se com Bolsonaro

Bolsonaro é  inimigo mortal dos Trabalhadores, é defensor da ditadura, da tortura, do esmagamento do povo para atender os interesses dos capitalistas. O povo trabalhador, o conjunto dos oprimidos e explorados do país não deve a mínima solidariedade a este fascista, ante, deve combater intransigentemente, a ele seus asseclas.

A ação violenta de Bolsonaro contra população, sua defesa da ditadura, a qual estamos ameaçados constantemente, da tortura contra a esquerda e o povo, seus ataques aos negros, às mulheres, LGBTS etc., despertam o ódio de esmagadora maioria da população, atestada, inclusive nos índices de rejeição deste candidato nas pesquisas da própria burguesia.

Diferentemente do que defende a esquerda-pequeno burguesa, que quer prender a luta dos trabalhadores nos limites da institucionalidade burguesa, o ódio do povo a Bolsonaro e aos golpistas em geral é absolutamente legítimo. Quem pode obrigar o povo a amar, a tolerar seus algozes? É absurdo. O ódio não só é legítimo como uma arma na luta tenaz dos oprimidos contra os opressores, e sempre foi.

A facada em Bolsonaro resulta dos constantes ataques deste fascista contra os trabalhadores, uma reação a violência deste. Evidentemente, que como método político, este ataque não é defensável, ainda que compreensível, uma vez que não resolve em absoluto o problema do Golpe e da opressão contra os trabalhadores.

O método de luta correto é o de mobilização e organização das massas populares para lutar contra o golpe e contra a burguesia golpista, sem prender-se nos limites da institucionalidade, é mobilizar e organizar os trabalhadores para derrotar o golpe pelos meios que forem necessários e em defesa dos direitos democráticos do povo. É essa a nossa tarefa.  

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.