O crescimento da extrema-direita é uma situação que ameaça todo o Brasil. Como ficou claro ao longo da história, os grupos fascistas atuam na base de uma brutal violência para acabar com o movimento operário, toda a população e suas organizações de luta. O desastre que os fascistas causaram no mundo todo desde seu surgimento é tremendo, de tal forma que muitos grupos da esquerda estão apavorados com o crescimento da extrema-direita brasileira e o governo Bolsonaro.
Os grupos fascistas estão se sentindo à vontade para atacar a população, seus representantes e suas organizações. É nesse sentido que o deputado federal do PSOL, Jean Wyllys, saiu do país, sob ameaças de morte dos grupos fascistas. Obviamente, os direitistas começaram ameaçando Wyllys por se tratar de um representante da comunidade LGBT, um elo mais fraco da sociedade com menos capacidade de organização. Não poderiam começar atacando diretamente o movimento operário e seus dirigentes – que são o objetivo final.
Trata-se de uma tática militar: ataca-se os batalhões mais fracos para depois destruir totalmente o inimigo. Todavia, fica claro que o crescimento da extrema-direita ameaça toda a população brasileira e o movimento operário. Começa-se com um deputado do PSOL, representante dos LGBTs, depois estendem os ataques aos deputados do PT, aos sem-terra e aos sindicalistas, até acabarem com todos os direitos democráticos da população.
Por isso, a medida tomada por Jean Wyllys é totalmente equivocada. Quando saiu do país, o deputado deixou de mensagem de que não é possível combater e reagir contra os bandos fascistas. A única solução seria a fuga, entregar o país para os fascistas. E dessa forma, confundiu ainda mais a cabeça daqueles que, por conta do pavor, não estão se mobilizando para derrotar os fascistas na rua.
Diante da situação teria sido muito mais eficaz reunir o PSOL e chamar toda a esquerda a defender o deputado das ameaças fascistas. O momento atual exige uma unificação total das organizações de luta para combater a extrema-direita, não apenas no discurso, mas nas ruas. Os fascistas precisam ser combatidos; quando mais terreno é cedido, mais eles avançam.
Por isso, para cada deputado de esquerda ameaçado, para cada sede de sindicato ou de partido atacada, para cada agressão realizada, a esquerda precisa organizar sua própria autodefesa. Foi o que fizeram os estudantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), que reagiram às ameaças dos fascistas da UniLivre que queriam atacar a sede da organização estudantil. Militantes de diversos partidos e entidades se reuniram em frente à sede para enfrentar as provocações dos fascistas.
Também, assim reagiram os militantes de diversas organizações que reagiram às agressões dos grupos de extrema-direita cubanos que queriam atacar o consulado do país castrista.
É dessa forma que a esquerda precisa atuar, formando uma frente única de todas as organizações de luta das massas trabalhadores, sem os partidos burgueses supostamente “democráticos” e sem se limitar aos moldes institucionais. Reagir com a mesma moeda às manifestações da extrema-direita, organizar a autodefesa dos trabalhadores e expulsar os fascistas das ruas na base da força.