No último período, veio à tona novamente o debate sobre levantar ou não bandeiras nos atos públicos. Tal discussão já tinha sido há muito superada por qualquer pessoa ou grupo minimamente sério da esquerda depois da experiência de 2013, quando a direita se aproveitou dessa política para sequestrar as manifestações.
As bandeiras e a cor vermelha são a representação de um programa político. Nesse sentido, quando um bolsonarista aparece de verde e amarelo nos atos, seu falso patriotismo está identificado com tudo o que há de ataques contra os direitos do povo. O vermelho da esquerda, por sua vez, representa a luta do povo.
Um partido da esquerda tem em suas bandeiras o seu programa de luta. Diferentemente dos partidos burgueses que contam com o Congresso Nacional, o monopólio da imprensa, o dinheiro, o apoio dos capitalistas, um partido de esquerda, operário e revolucionário só pode dar divulgação a suas ideias por meio de suas palavras de ordem, de sua imprensa e propaganda próprias.
A direita não levanta bandeiras porque é impopular. É daí que vem a imposição contra a esquerda. Assim, a esquerda fica calada e amordaçada enquanto a direita faz a política parlamentar e aparece na imprensa capitalista diariamente.
Nesse sentido, a bandeira e a cor vermelha são também a identidade da esquerda. Aqui, não se trata de identidade no sentido subjetivo que a esquerda pequeno-burguesa procura dar, mas de algo bem concreto, como dissemos: o programa, as palavras de ordem e as reivindicações dos partidos.
Diga-se de passagem, é até interessante ver que justamente a esquerda pequeno-burguesa identitária que gosta de falar em símbolos e representações é a primeira a aceitar e a ser conivente com a política reacionária de abaixar bandeiras.
A experiência recente no Brasil e a experiência pregressa do movimento operário ensinaram os operários e os revolucionários que eles não devem aceitar nenhuma imposição. Os partidos não devem abaixar suas bandeiras jamais. Esse é inclusive um direito democrático elementar que só foi atacado na história pelas ditaduras. Não será um esquerdista demagógico que conseguirá essa façanha. O PCO sai e sairá com suas bandeiras e suas cores vermelhas e chama todos os partidos de esquerda, organizações populares, sindicatos, torcidas, anarquistas, independentemente das diferenças políticas, a fazerem o mesmo. A rua é do povo, não é propriedade de ninguém!