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A esquerda liberal

O sítio na internet Esquerda online, ligado à corrente do Psol Resistência (um racha do PSTU) publicou uma coluna assinada por Jéssica Millaré intitulada “Diferenças e semelhanças entre nazismo e stalinismo”. Nela, a autora procura comprara o fascismo alemão com o regime stalinista da união Soviética e ao perseguir tal objetivo revela uma doutrina anti-trotskista e uma ideologia liberal.

Depois de tentar explicar em linhas gerais o que é o nazismo e as características do regime da burocracia soviética, eis que a autora aponta o que ela chama de semelhança entre os dois regimes: “Ambos utilizaram extensivamente a repressão e até o extermínio de quem ousava dizer que pensava diferente”. Segundo ela, nazismo e stalinismo teriam então em comum uma característica perversa que é a ditadura política que colocou em marcha o extermínio dos opositores, que ela denomina como pessoas que “pensam diferente”.

Nada poderia ser mais infantil. Para ela, o poder do Estado seria ditatorial apenas em determinados casos, no caso m questão o nazismo e o stalinismo. A concepção marxista que explica que o Estado é por sua própria natureza a ditadura de uma classe sobre a outra é ignorada e no lugar dela a autora traz à tona uma concepção liberal. Podemos concluir, segundo a lógica da autora, que o Estado pode ser “puro”, mas ele se torna uma terrível ditadura se aqueles que estão no poder decidem perseguir quem “pensa diferente”.

O Estado, então, deixou de ser um aparelho político de dominação de uma classe sobre a outra, ou dito de outra forma, o Estado deixou de ser a expressão mais aguda da luta de classes. A burguesia não impõe sua ditadura como um meio para manter seu domínio econômico como classe exploradora. Segundo a autora, tudo seria um problema de pensamento, uma concepção idealista, que não estaria fundada em nenhuma realidade material. É como se alguns homens maus decidissem macular a pureza do Estado e praticar a perseguição contra os que pensam diferente deles.

A concepção liberal da autora leva a outro erro importante. Ao atacar o stalinismo por utilizar “extensivamente a repressão”, ela na realidade está atacando o próprio regime soviético, não da época de Stalin, mas da época de Lênin e Trótski. Se formos levar ao pé da letra a crítica da autora, precisaríamos escolher entre duas opções: ou o Partido Bolchevique não reprimiu ninguém quando estabeleceu a ditadura do proletariado, ou Lênin e Trótski são tão canalhas quanto Stalin, e portanto, tão canalhas quanto Hitler.

A concepção liberal da autora a empurra direto para a caçapa daqueles que atacam não Stalin, mas o marxismo e a Revolução Russa. A ditadura do proletariado, desenvolvida cientificamente por Marx e Engels e colocada em prática por Lênin, Trótski e os milhões de operários russos é como o próprio nome diz, uma ditadura. Às vezes é preciso dizer o óbvio! Segundo a concepção da colunista do Esquerda Online, a ditadura do proletariado não poderia reprimir a burguesia.

Durante os primeiro anos do governo soviético, milhares de pessoas foram executadas pelo Partido Bolchevique, em primeiro lugar durante a Guerra Civil, mas não só durante ela. A repressão política era parte necessária da luta de classes que se desenvolvia de maneira aguda durante a revolução. Jornais opositores – inclusive os de esquerda – foram fechados. Pessoas foram presas e fuziladas. Toda esta repressão foi colocada em marcha pelo Estado operário ou melhor dizendo pela ditadura do proletariado. Ao tomar o poder do Estado, o partido operário, agindo em nome da classe operária, estabelece uma ditadura de classe. Dessa vez, não da burguesia sobre a maioria dos trabalhadores, mas da classe operária sobre a minoria burguesa.

Os pseudo trotskistas, influenciados pela campanha liberal e imperialista, acreditam que a diferença entre Stalin e Trótski está em que o último era um democrata. Nada poderia ser mais fantasioso. Trótski era partidário da ditadura do proletariado, enquanto Stalin não. Stalin estabeleceu um regime de domínio de uma burocracia privilegiada que se ergueu como uma espécie de classe dominante no aparelho do Estado, embora Trótski não tenha deixado de caracterizar o Estado soviético durante o stalinismo como um Estado operário degenerado.

Mas Leon Trótski, segundo homem da revolução depois de Lênin, comandante do Exército Vermelho e integrante do Estado controlado pela ditadura do proletariado, não era um democrata e tampouco sua crítica essencial e fundamental ao stalinismo era uma abstrata “falta de democracia”. O problema essencial para os marxistas, como era para Trótski, era saber a serviço de qual classe social se estava impondo a ditadura.

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