Por meio da Portaria 493, de 1º de setembro de 2020, foi publicada ontem no Diário Oficial da União (DOU), o governo ilegítimo de Bolsonaro, por meio do ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, o emprego da Força Nacional em assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) nos municípios de Prado e Mucuri, localizados no extremo-sul da Bahia,até o dia 2 outubro, para ações de reintegração de posse contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na região.
A portaria decide,
“Autorizar o emprego da Força Nacional de Segurança Pública em apoio ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, nos assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA nos Municípios de Prado e de Mucuri, no Estado da Bahia, nas atividades e nos serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, em caráter episódico e planejado, pelo período de 30 (trinta) dias, a contar de 3 de setembro de 2020 a 2 de outubro de 2020″
O governo genocida quer, em plena pandemia, usar de um dos aparatos mais violentos do Estado Nacional, para despejar trabalhadores miseráveis e suas famílias, que há anos buscam produzir para sustentar milhares de pessoas, para defender os interesses de latifundiários assassinos e reacionários de uma das regiões mais pobres do País.
Na região há diversos assentamentos e acampamentos liderados por militantes do MST e a direita é comandada pelo latifundiário e pistoleiro Antonio Nabhan Garcia (na foto, ao lado de Bolsonaro), secretário de assuntos fundiários, defensor dos grileiros e grandes monopólios da indústria de Celulose e Papel, como a empresa Suzano, que possui milhares de hectares na Bahia e frequentemente atacam os trabalhadores rurais sem-terra, indígenas e quilombolas.
Nabhan e Bolsonaro, querem esmagar o MST e as famílias de trabalhadores sem-terra devido aos seus planos de acabar com a luta pela terra e de privatização de assentamentos rurais.
Diante da determinação fascista de mobilizar as tropas federais contra os sem terra, é preciso uma mobilização nacional de toda a esquerda, dos partidos vinculados à luta dos trabalhadores, dos sindicatos, da CUT e do MST, para evitar um banho de sangue e a derrota dos trabalhadores rurais.
A arma dos trabalhadores nessa luta está na mobilização, na cidade e no campo, contra os ataques. É preciso realizar uma ala campanha de denuncia, atos públicos nas principais capitais, mobilização geral das organizações dos explorados no Sul da Bahia e todo tipo de solidariedade ativa com a luta dos sem terras. A situação evidencia a necessidade da organização da autodefesa armada dos trabalhadores do campo, contra os latifundiários criminosos e as forças fascistas sob o comando de Bolsonaro e cia.