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A esquerda precisa abandonar as ilusões e agir contra todos os ataques bolsonaristas e pela liberdade de Lula

Em meio ao agravamento da crise capitalista e da polarização política, impulsionada pela reação da classe trabalhadora aos planos de forme e miséria dos grandes monopólios e seus “neoliberais”, a burguesia se viu forçada a lançar mão de um regime de arbítrio, surgido do golpe de Estado, uma vez que o funcionamento “normal” do regime não dava mais conta de conter a “ameaça” da reação operária e popular.

A direita se vê cada mais impelida a lançar mão de medidas arbitrárias, por cima e por fora da Lei, do devido processo legal; a lançar mão da fraude, da repressão, do golpe e de todo tipo de medida “de exceção” para fazer valer os interesses daqueles que representa, o grande capital imperialista e seus consorciados.

Ao mesmo tempo, no entanto, a ofensiva da direita contra os direitos democráticos do ex-presidente Lula e de todo o povo brasileiro, evidencia – uma vez mais – as profundas ilusões democráticas da esquerda burguesa e pequeno burguesa do País, sua crença nas instituições do carcomido regime democrático brasileiro que, nunca, chegou a ter plena vigência como tal, sendo incapaz de garantir de forma integral o pleno funcionamento das instituições republicanas e os direitos mais elementares da imensa maioria da população, mesmo aqueles que se encontram limitadamente estabelecidos na própria Constituição Federal.

São muitas as demonstrações dessa ilusão. Desde a preparação do golpe de Estado que derrubou Dilma (que a a maioria da esquerda não viu, “analisou” como sendo parte de um “terceiro turno” das eleições, “caracterizou” como uma rixa pessoal  da parte de setores da direita (Aécio, Eduardo Cunha etc.) ou até mesmo como uma armação do PT, do PCO etc. para defender o governo.

Diante da intensificação da campanha golpista, a maioria dos setores da esquerda procuram apontar que o golpe poderia ser contido por meio de articulações com setores da própria direita, no governo, no congresso, entre os militares etc.

Imposto o impeachment, novas e profundas ilusões. Um acordo permitiria a aprovação de uma emenda antecipando as eleições e a direita permitiria a vitória de um candidato da esquerda como Lula, sem maiores problemas.

Metida nessas ilusões, a esquerda se recusou a lutar contra a prisão de Lula (“não havia o menor risco de que isso acontecesse”, diziam; outra “loucura” do PCO) e diante do avanço da direita apoiou a  “tática” de que ele se entregasse, pois “isso facilitaria a sua libertação e comprovaria sua inocência (como se isso tivesse alguma importância para a direita que controla o judiciário). Neste e em outros tantos episódios, a crença em uma decisão favorável do judiciário golpista, deixou claro a enorme crença, sem qualquer base material, no inexistente caráter imparcial do judiciário, um dos pilares do golpe de Estado e que, mesmo, dividido – como todas as instituições do regime – atuou sempre por cima da Lei para garantir a condenação e a prisão ilegal de Lula, sob a direita “supervisão” dos militares, que nomearam um general para “assessorar”  o presidente da Corte e, quando julgaram necessário, ameaçaram diretamente o STF e o País com um golpe militar, fechamento do Supremo etc.

Ao longo desse processo, essa esquerda também apoiou a “legitimação” do processo persecutório da direita, defendendo propostas típicas da direita como o reforçamento do reacionário Ministério Público, a criminosa operação lava jato, a intensificação da repressão (UPPs, intervenção militar nos Estados etc.), a lei da ficha limpa, a censura, a criminalização da opinião (extinção da liberdade de expressão) etc.

Agora, a condenação de Lula em terceira instância, junto com as ameaças de novas condenações, todas fraudulentas, ao mesmo tempo que a direita busca intensificar os ataques contra as condições de vida dos trabalhadores (reforma da Previdência, corte dos gastos públicos, demissões em massa, rebaixamento dos salários etc.) e da destruição da economia nacional (privatizações, leilões fraudulentos etc.), intensifica-se a política de repressão aos direitos do povo (censura etc.) e contra as organizações de luta dos explorados (ataques aos sindicatos, partidos de esquerda etc.) é recebida por esses setores da esquerda com a política de buscar uma frente com setores golpistas (“frente ampla”) e de esperar pelas eleições, de 2020, 2022 etc. Uma política que é garantia de novas derrotas e retrocessos. Abre assim caminho para a rearticulação dos golpistas em crise (governo Bolsonaro) e para sua reorganização para novas etapas, como seria o caso de um golpe militar.

Na medida em que cresce a crise do regime golpista, cresce o apoio a Lula, visto como uma alternativa por amplas parcelas da classe trabalhadora. Por isso a perseguição continua como antes. E por isso lutar por sua liberdade continua sendo uma campanha fundamental para enfrentar o golpe e a direita fascista.

A esquerda precisa abandonar as ilusões e agir contra todos os ataques da direita e pela liberdade de Lula. É preciso opor uma dura resistência ao avanço do golpe e contra e pela liberdade do ex-presidente o que não pode ser feito pela via institucional dominado pelos golpistas financiados e orientados pelo imperialismo norte-americano.

A luta deve ser travada nas ruas, nas fábricas nos bairros operários com uma intensa e permanente mobilização, com um amplo trabalho de agitação e propaganda junto a todos os setores dos explorados.

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