As enormes manifestações que aconteceram em todo o Brasil no dia 15/05, juntando mais de um milhão de pessoas, não podem ser reduzidas apenas a protestos contra os cortes da educação. Apesar desta ser a pauta de chamada foram presentes em todos os atos as palavras de ordem contra o governo golpista de Bolsonaro em suas diversas formas, desde os gritos mais lúdicos ao mais explicito “Fora Bolsonaro”. Além disso a grande popularidade das faixas, materiais distruibuidos e falas dos companheiros contra o governo indicam o quanto essa luta foi o fator unificador da manifestação.
A agressão generalizada contra a educação realizada pelo MEC foi o estopim para as manifestações que só puderam ser tão impactantes devido a organização prévia de um dos setores mais bem estruturados dos trabalhadores brasileiros, os professores da educação básica e seus sindicatos. Como essa categoria já esta sob ataque a algum tempo com o sucateamento da educação pública e o projeto fascista do escola sem partido ela esta mais organizada, na realidade já havia convocado uma greve nacional da educação antes mesmo do anuncio dos cortes. Mas isso não significa que a luta foi apenas pela educação.
Não se pode esquecer que Bolsonaro só pode assumir o poder devido à fraude eleitoral garantida pela impressa burguesa, pela lava jato, partido de extrema direita do judiciário, e pelos militares. As prisões e retirada das urnas de Lula não foram somente ilegitimas como ilegais e só aconteceram porque ele era o candidato mais popular e venceria as eleições. Todo processo da farsa eleitoral na realidade foi apenas uma continuação do golpe de 2016 que removeu a presidenta Dilma do poder e instaurou Temer e suas políticas neoliberais contra o povo brasileiro.
Sendo assim o processo de luta atual não pode ser enxergado como algo novo e sim como a continuidade da luta que vem desde antes do golpe, passando pela luta contra o governo Temer e agora se amplificando contra o governo Bolsonaro. Este novo estágio do golpe, com sua face de extrema direita, em menos de 5 meses já é claramente rejeitado pelo povo, como se viu no carnaval ou nas pesquisas de avaliação feitas por institutos controlados pela própria burguesia, e isso se materializa na palavra de ordem “Fora Bolsonaro”.
Se a palavra de ordem pelo fim do governo de extrema direita esta no clamor popular, é o momento de partir para ofensiva e adotar a postura de derrubada de todo regime golpista. Ao se negar esta postura combativa o que esta se colocando é o “fica bolsonaro”, ou seja, o represamento da mobilização popular e uma perigosa abertura para a direita tomar dianteira na disputa política.
Fora Bolsonaro! Eleições gerais já! Liberdade para Lula! Lula candidato!
