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Renato Farac

Membro na Direção Nacional do Partido da Causa Operária e colunista do Diário Causa Operária.

Em favor dos latifundiários

A ditadura para esconder a grilagem de terras na Amazônia

Governo Bolsonaro coloca em marcha um plano com os militares, profissionais da mentira, para esconder os dados de desmatamento e grilagem de terras na Amazônia Brasileira

Nesta semana, o governo Bolsonaro prorrogou até 10 de julho, por meio do decreto 10.394, a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nos estados da Amazônia Legal na chamada Operação Verde Brasil 2. A GLO é a imposição de uma ditadura na região Amazônia em meio ao aumento do desmatamento, queimadas, conflitos de terra e grilagem.

A operação de GLO que já havia sido iniciada há cerca de um mês devido aos números de desmatamento e grilagem de terras dispararem durante a pandemia de coronavírus. Diante desse cenário, o governo tomou uma série de medidas para esconder os números e culpados. E segundo a declaração do vice-presidente, General Mourão, estão conseguindo.

Em um mês de operação, o General Mourão afirmou que o “desmatamento no mês de maio caiu ao mínimo comparado com anos anteriores. Então o nosso primeiro objetivo foi conquistado”. O cinismo é tão grande que os números do desmatamento apresentado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontam 641 quilômetros quadrados de área desmatada somente no mês de maio, maior que nos cinco anos anteriores.

Depois de impor a censura dentro do Ministério do Meio Ambiente e de suas autarquias, como Instituto Chico Mendes de Conservação (ICMBio) e do Ibama, tiveram de aplicar medidas ditatoriais, como a GLO, para esconder a situação.

A censura contra os servidores do Ministério do Meio Ambiente

O ministro fascista do Meio Ambiente, Ricardo Salles, realizou a militarização dos órgãos ambientais colocando policiais militares em todos os cargos de chefia. Essa medida foi clara no sentido de intimidar servidores e colocar em prática um plano de desmantelamento da legislação ambiental e favorecimento da grilagem de terras públicas.

Mesmo assim, não conseguiram impedir algumas operações realizadas por estes órgãos contra o desmatamento e invasão de terras indígenas e unidades de conservação. Enquanto isso, os números de desmatamento apresentado por diversos órgãos ambientais mostravam a explosão do desmatamento e queimadas na região Amazônica.

A aplicação da GLO colocou os órgãos ambientais, como Ibama e ICMBio, e suas operações sob a coordenação direta dos militares.

Conselho Nacional da Amazônia só com militares

Em abril, o vice-presidente General Mourão (PRTB), reformulou o Conselho Nacional da Amazônia e retirou diversas entidades governamentais e substituiu somente com militares. Em fevereiro, o decreto de Bolsonaro que retirou o Conselho Nacional da Amazônia da coordenação do MMA, onde estava desde 1995, retirou os governadores da região e não tem nenhum representante de comunidades da região ou de trabalhadores da cidade, num conselho responsável por discutir os problemas e o desenvolvimento da região.

Agora o Conselho Nacional da Amazônia possui 19 militares e quatro delegados da Polícia Federal, indicados pelos golpistas do Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Ou seja, só golpistas da extrema direita.

Militares são especialistas em manipulação de dados e mentiras

Toda essa militarização dos órgãos ambientais, do Conselho da Amazônia e da aplicação da GLO tem um único objetivo: esconder os dados de desmatamento, queimadas, violência contra os trabalhadores, invasão de terras indígenas e unidades de conservação, e principalmente, do aumento exponencial da grilagem de terras públicas.

É uma tentativa desesperadora do governo Bolsonaro para proteger os latifundiários e grileiros de terras colocando os profissionais da mentira, os militares, para impor uma ditadura e tentar silenciar quem se coloque contra ou denuncie essa situação.

Como vimos após um mês de GLO na Amazônia e essas mudanças do governo Bolsonaro, o General Mourão já afirma que o desmatamento está no mínimo. O que seria esse mínimo? É claro que é falso, sendo apenas uma medida para tentar diminuir a pressão sob o governo.

Se o governo Bolsonaro não for derrubado vamos ver uma destruição e grilagem da Amazônica numa escala nunca vista, além do aumento exponencial da violência no campo. O fato curioso é que esse aumento da grilagem de terras se deu em grande parte durante a pandemia, quando setores da esquerda pequeno-burguesa adotaram a palavra de ordem do fique em casa e permitiu o avanço ainda maior dos latifundiários no campo.

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