O presidente ilegítimo Jair Bolsonaro determinou, nessa semana, que as Forças Armadas organizassem atos de comemoração ao golpe militar de 1964, que deu início a uma ditadura que durou até 1985. A ditadura matou e torturou milhares de pessoas e entregou uma parte significativa do patrimônio nacional para o imperialismo norte-americano – não há, portanto, nada o que comemorar. No entanto, a determinação de Bolsonaro em celebrar o golpe de 1964 indica que, no que depender dele, os mesmos episódios sangrentos da ditadura militar irão se repetir.
A ditadura militar de 1964-1985, além de impor um clima de terror generalizado na população, procurou, na medida em que lhe era possível, destruir a organização dos trabalhadores. Isto é, cassou partidos políticos da esquerda, atacou sindicatos de diversas maneiras, assassinou lideranças do movimento operário e do movimento popular etc. Financiados pelo imperialismo, os militares tentaram desarticular, pela força, a organização dos trabalhadores para que pudessem levar adiante uma política entreguista e completamente avessa aos interesses da população.
Em seu discurso de posse, Jair Bolsonaro deixou claro que se esforçará para destruir todas as conquistas da classe operária. Seu combate ao “socialismo” deve ser interpretado como o combate a todas as políticas que não signifiquem o desvio direto do dinheiro do Estado para os bolsos dos capitalistas, como o combate a todas as organizações que reivindicam que seus direitos democráticos sejam atendidos e como a perseguição a todas as figuras políticas que denunciam as contradições do regime político golpista.
O governo Bolsonaro foi estabelecido pelo imperialismo para que a reforma da Previdência, a privatização da Petrobras e dos Correios e todos os demais itens da agenda dos capitalistas sejam cumpridos. Como isso inevitavelmente levará a uma revolta ampla dos trabalhadores, Bolsonaro e os militares estão dispostos a impedirem que os trabalhadores se organizem para enfrentar o governo. Por isso, é necessário aproveitar o momento de fragilidade do governo Bolsonaro, em que a burguesia se encontra dividida, para mobilizar os trabalhadores e exigir a derrubada imediata do regime político golpista. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!