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Ditadura e cultura

A ditadura militar e a destruição de um teatro operário

Ditadura destruiu forma de teatro popular no Brasil

O Centro Popular de Cultura da UNE (União Nacional dos Estudantes), criado em 1962, desenvolveu, no seu curto período de existência, um teatro de rua com grande apelo à classe operária.  Uma de suas lideranças era Vianna Filho, o Vianinha, dramaturgo, intelectual e militante do PCB desde os nove (!) anos de idade e o autor teatral mais premiado da história do Brasil.

Antes de se tornar um órgão da UNE, o CPC já estava realizando um teatro operário em outras cidades. É o caso da encenação, por exemplo, do espetáculo “Pátria o muerte”, com texto de Vianinha, e estreia no final de 1960, em Curitiba.

A equipe de teatro do CPC atuava em centrais de fábricas, praças, estações de trem, favelas e era um grande desafio criar uma grande quantidade de peças para um público tão vasto, em tão diferentes espaços. Também tratava de temas novos para o teatro brasileiro como inflação, imperialismo, exploração capitalista de latifundiários. Os textos das peças eram produzidos numa velocidade instantânea. Escreviam roteiros até mesmo a partir das notícias do jornal do dia.

O estrago do banimento do CPC pela ditadura significou a destruição de um movimento artístico inteiro, muito próprio daquela prática junto à classe operária. Entre os pesquisadores de teatro, lamenta-se a quantidade de textos que se perderam. Esse material permitiria uma base mínima para saber qual o lugar do teatro popular do CPC na tradição dessa arte no Brasil. Só em 1992 que algumas dessas peças foram publicadas na obra O melhor teatro do CPC da UNE, por Fernando Peixoto.

Peças como “Cuba si, yanques no” e “Pátria o muerte”, que se perderam totalmente, apresentavam ao espectador uma visão da Revolução de Cuba de maneira inédita ao ponto de o elenco propor discutir com mais profundidade a situação dentro do próprio PCB. Deve-se lembrar que a maioria das pessoas envolvidas com o Centro Popular de Cultura também eram militantes ativos do PCB ou relacionados com o partido.

Numa obra acadêmica de referência como História do Teatro Brasileiro, dirigida por João Roberto Faria, pode se contar nos dedos de uma só mão a quantidade de páginas a respeito do teatro de rua de agitação e propaganda do CPC. A seção do livro que eles chamam “Teatro de resistência” é para um público necessariamente pequeno-burguês e não operário. As apresentações lotam, mas, apesar do pleno desenvolvimento do texto e da encenação de trabalhos do Teatro Arena, comandado pelo futuro exilado Augusto Boal, eles não eram um enfrentamento à ditadura. Quando se lê a respeito, tem-se uma impressão de resistência passiva e sentimental.

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