Na última quinta-feira, dia 05 de setembro, o candidato fascista Jair Bolsonaro recebeu uma facada durante um ato público realizado pela direita na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Após o ataque, o fascista foi levado para o hospital onde teria passado por cirurgia e, logo em seguida, o que pôde ser observado foi um verdadeiro show de horrores protagonizado por vários setores da esquerda pequeno-burguesa através de sua declarações.
Todos os candidatos da esquerda (PSTU, PT, Psol, etc.) foram a público dar declarações de solidariedade a Bolsonaro e declararam que desejavam sua recuperação. Tais declarações chegam a ser um escarnio com a população que vem sofrendo na mão da direita desde o Golpe de Estado de 2016, que vem observando a retirada de todos os seus direitos, a perda da sua aposentadoria e que todos os dias é massacrada pela direita nas ruas. Se solidarizar com Bolsonaro é jogar no lixo toda a campanha de denuncia e combate da direita que vem sendo feita aqui, é se solidarizar com um monstro que frequentemente declara que pretende massacrar a população caso seja eleito.
Vale lembrar que Jair Bolsonaro já deu inúmeras declarações de caráter fascista e que incentivam a violência contra a população. Bolsonaro já anunciou que pretende metralhar a favela da Rocinha, homenageou o notório torturador Coronel Brilhante Ustra, defendeu o assassinato dos militantes do movimento sem-terra e de militantes petistas, além de muitos outros absurdos contra o povo brasileiro. Por isso, a política que a esquerda adotou após o atentado, que é a política de “dar a outra face”, se torna ainda mais absurda e sem sentido, pois quem incentiva a violência não é o movimento operário, mas a própria burguesia que apoia Bolsonaro.
A esquerda, os movimentos populares e as organizações da classe operária não podem, de forma alguma, aceitar a intimidação da direita e apanhar sem reação. A verdade, é que o cenário que vem se estabelcendo no Brasil, coloca cada vez mais em pauta a necessidade do movimento operário de se organizar para se defender e para reagir a truculência e a violência promovida por setores fascistas da direita nacional. As forças populares devem analisar de forma realista a situação da politica nacional e se organizar para derrotar a direita nas ruas através de amplos movimentos de massa. Pregar o pacifismo e levantar palavras de ordem sobre “amor” e “solidariedade” não fazem parte da política do movimento operário no enfrentamento com o fascismo, não contribui em nada para o avanço da luta do povo e, ainda mais, funcionam para adormecer o movimento de polarização politica no pais.
O fascismo, que colocada a direita nas ruas para apoiar figuras como Jair Bolsonaro, é um inimigo declarado dos interesses da classe operária e precisa ser derrotado nas ruas pela força das organizações populares. Dar a outra face, é levar adiante uma politica de apanhar calado e sem reação, o que abre ainda mais espaço para o avanço da direita fascista cujo único interesse é esmagar a população.
Nesse sentido, o que aconteceu na última quinta-feira com Jair Bolsonaro não é mais do que uma expressão da enorme rejeição que ele acumulou ao longo dos últimos anos através de sua politica fascista e antipopular. Defender Bolsonaro ou demonstrar qualquer tipo de solidariedade com este tipo de monstro é jogar água no moinho da direita, é impedir que o movimento popular contra a direita se desenvolva, é facilitar a vitória do fascismo, é entregar o povo de bandeja para os abutres parasitas da burguesia e do imperialismo.