Nesse final de semana, a extrema-direita organizou um novo ato em Brasília pedindo um golpe militar. Dezenas de pessoas foram em carreata até a Esplanada dos Ministérios e terminaram na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto, com a presença do presidente ilegítimo e fascista Jair Bolsonaro.
Esse ato é mais uma manifestação organizada pela extrema-direita em pouco mais de duas semanas e revela uma atividade de organização de um grupo para pedir uma intervenção militar e até formar uma espécie de “milícia” para proteger Bolsonaro. Esse grupo é chamado de “300 do Brasil”.
O ato foi tão radicalizado que nem mesmo os jornalistas da imprensa burguesa – que realizaram uma enorme campanha para a fraude que levou Bolsonaro à presidência – escaparam, e, quando acompanhavam o ato, foram agredidos pelos manifestantes.
E isso ocorre em diversas cidades. Quase todos os dias há relatos de manifestações de empresários que realizam carreatas e se utilizam dos meios necessários para forçar prefeitos e governadores a flexibilizarem a quarentena ou até extingui-las, para que os trabalhadores voltem ao trabalho e o comércio reabra.
Enquanto a direita sai às ruas, organiza manifestações e grupos para enfrentar a situação, a esquerda se resume a poucas ações solidárias, como distribuição de alimentos, e ficar escondida do coronavírus em casa.
Essa decisão da esquerda de ficar em confinamento em vez de organizar a população está resultando num rápido avanço da extrema-direita mesmo com a crise dentro do governo Bolsonaro. Isso podemos ver com o aumento da violência das forças policiais, nos assentamentos e terras indígenas pela pistolagem, ataques aos trabalhadores dentro dos locais de trabalho e, principalmente, na retirada de direitos realizada pelo Congresso Nacional pelos deputados e senadores.
A inatividade da esquerda pequeno-burguesa e a política de deixar o governo Bolsonaro “cuidar” do combate à crise econômica e sanitária do coronavírus está levando a mortes e sofrimento da população pobre e trabalhadora. Isso porque o governo Bolsonaro está colocando milhares de empecilhos para que a população não tenha acesso nem ao “auxílio miséria”, com longas filas, documentação e exigências que a população mais pobre e necessitada do país não consegue cumprir. Para os que estão empregados, são cortados salários e impostas condições de trabalho cada vez piores; e para os que lutam por moradia e terra, só resta a violência da direita.
É preciso reverter com urgência esse quadro. A esquerda pequeno-burguesa precisa acordar e organizar a população contra esses ataques em vez de ficar repetindo a política da burguesia de ficar em casa enquanto a direita realiza todos esses ataques que citamos acima. O primeiro de maio demonstrou quem está disposto a lutar contra a direita e quem busca um acordo com setores golpistas visando às próximas eleições.
A crise do coronavírus está se agravando e a burguesia já está vendo a necessidade de colocar grupos fascistas nas ruas e o fechamento do regime para impor um governo de salvação desse setor e o esmagamento dos trabalhadores.