Na última quinta-feira, a Conmebol (Confederação Sul-americana de Futebol) multou a CBF em R$ 57 mil por que a torcido brasileira, no jogo de abertura da Copa América no Morumbi, teria supostamente entoado gritos “homofóbicos” contra a Seleção boliviana.
Segundo a Conmebol, a grito de “bicha” contra o goleiro adversário seria um perigoso crime por parte da torcida brasileira e merecedor, portanto, da multa.
Esse tipo de multa vem sendo aplicada em todos os campeonatos na Europa e na América Latina. Os clubes e as federações teriam responsabilidade sobre o que gritam seus torcedores no estádio. Por exemplo, a CBF teria que impor uma espécie de censura aos torcedores, teria, não se sabe como, controlar o que cada um das dezenas de milhares de torcedores presentes no estádio irá falar. A mesma coisa vale para os clubes.
Outra questão importante é: quem decidirá o que será ou não será “ofensa”. Será que o grito de “bicha” seria ofensivo para um alemão que não faz a menor ideia do que significa tal palavra? Como definir o que é ou não “ofensivo”.
É o tal do politicamente correto sendo usado para atacar o futebol, mais uma forma daqueles que dominam o futebol controlarem os jogos. Se não se consegue determinado resultado em campo, basta acusar determinado clube ou federação de algum torcedor ter sido “ofensivo”. Quem poderá controlar isso? Ninguém. Estamos à mercê dos dirigentes das federações que estão sempre prontos a arranjarem resultados, a punir determinado time ou jogador de acordo com seus interesses.
Mais uma vez, em nome de uma moralidade alheia ao esporte, que no final das contas é definida sabe-se lá por quem, estão destruindo o futebol e a festa dos torcedores.