Os trabalhadores da esmagadora maioria das categorias não tiveram um dia sequer o direito de ficar em casa durante a pandemia.
Os governos golpistas – federal, estaduais e prefeituras – não moveram uma palha para combater a doença. Não construíram leitos de UTI, não disponibilizaram testes em massa, não compraram vacinas, não garantiram uma compensação econômica para que a população pudesse se resguardar fazendo um verdadeiro isolamento social. A única coisa que esses governos fizeram foi demagogia, fazendo uma campanha do “fique em casa”. O problema justamente é que tudo não passou de pura propaganda, porque, como dissemos, a esmagadora maioria do povo nunca deixou de ir trabalhar.
E é por isso que a maior parte dos doentes e mortos é de trabalhadores.
A esquerda, que dirige a maior parte dos sindicatos, acatou essa política demagógica da direita e ingressou numa profunda paralisia. Os sindicalistas fecharam as portas dos sindicatos e foram para casa. Alguns chegaram ao extremo absurdo de oferecer a sede do sindicato para os governos golpistas utilizarem como leitos.
Os sindicalistas foram para casa enquanto os trabalhadores que eles deveriam representar continuaram trabalhando. Uma política criminosa. Eles se colocaram, com essa política, como cúmplices do genocídio que já resultou em mais de meio milhão de mortes.
Não existe mais o “fique em casa”
Mas agora o Brasil está vivendo um novo momento. A política do “fique em casa”, que resultou na morte de 500 mil pessoas, foi rompida na prática pelo povo nas ruas, protestando contra Bolsonaro e contra os golpistas.
A esquerda, as organizações populares, o povo está mobilizado. Uma multidão saiu às ruas de centenas cidades do País.
O período de recesso dos sindicatos acabou. Está na hora de a CUT impulsionar a imediata abertura de todos os sindicatos para uma ampla mobilização das categorias organizadas.
Uma das condições para a vitória das mobilizações que tomaram as ruas do País é a presença da classe operária organizada. Por isso, já passou da hora dos sindicatos irem às fábricas, locais de trabalho e bairros populares, convocar os trabalhadores para a próxima manifestação e garantir a ida desses trabalhadores.
Levantar as reivindicações operárias
Os trabalhadores de base nunca tiveram o privilégio de ficar em casa desde o início da pandemia. Aqueles que foram eleitos para representá-los, isto é, os sindicalistas, devem, portanto, sair debaixo da cama e trabalhar ativamente na organização e agitação de suas bases.
A presença dos trabalhadores é fundamental para o desenvolvimento da mobilização, que tem muitas chances de derrubar o governo, colocar em xeque todo o regime político golpista e garantir para o povo suas principais reivindicações.
A CUT precisa chamar uma reunião urgente com seus 4 mil sindicatos para convocar amplamente os trabalhadores para as novas manifestações. A ação sindical decidida é uma das tarefas fundamentais para a próxima etapa.
Essa tarefa é ainda mais importante porque as empresa públicas estão sendo privatizadas pelo governo Bolsonaro. Eletrobrás, Correios, Petrobrás, Caixa Econômica e Banco do Brasil estão sendo preparados para serem entregues aos capitalistas estrangeiros. Isso vai gerar demissões em massa e a piora dos serviços para toda a população.
As demissões e o rebaixamente salarial também são mazelas que assolam todas as categorias, em particular as das empresas privadas.
Quanto mais tempo esse governo e o regime golpista estiverem de pé, mais os trabalhadores serão jogados na miséria.
É preciso lutar e os sindicatos e a CUT são os mais poderosos instrumentos de luta dos trabalhadores. Os sindicatos devem atuar em função da mobilização que toma conta das ruas, devem se juntar ao povo para conquistar as reivindicações populares e fazer desenvolver a luta por um governo dos trabalhadores, que passa pela defesa da candidatura de Lula.