Da redação – Diante da crise do novo coronavírus, é necessário entender quem mais sofre com a pandemia: o proletariado. Apesar de ser uma catástrofe natural, ou seja, não provocada pelo ser humano (embora haja acusações de que seria uma guerra biológica do imperialismo), a máxima objetiva das classes revela a situação ignóbil dos trabalhadores e trabalhadoras no Capitalismo. Como se sabe, o vírus afeta todos os indivíduos, indiferentemente de quem seja, da mesma forma. Porém, os riscos e os efeitos da doença, juntamente com o seu devido tratamento, são diferentes.
A situação precária de vida dos moradores de rua, cujo número vem aumentando nos últimos tempos, proporciona a rápida contaminação da doença, ocasionando uma propagação incontrolável que afeta esta população carente de todos os bens e serviços necessários à sobrevivência, inclusive, saúde. Somente na cidade de São Paulo, a população de rua ultrapassa os 20 mil indivíduos. Esta é a população mais vulnerável e, possivelmente, a que apresentará o maior número de enfermos.
O Neoliberalismo vigente no atual momento político-econômico brasileiro torna esta crise ainda mais aguda, pois, com sua política de privatizações dos setores de produção de serviços públicos, provoca uma crise na saúde pública brasileira. Este descalabro total da saúde pública no Brasil vem desde a aprovação da PEC 55, que estabelece um teto nos investimentos do Estado em políticas públicas. Em 2019, no Brasil, havia, em média, 1,95 leito de hospital para cada 1.000 habitantes, número muito abaixo do necessário para combater a pandemia. É nessa situação que se encontram as pessoas que não podem arcar com as despesas de um hospital particular que, atualmente, representa a maioria no número de hospitais no Brasil. Estas pessoas são a maior parte da população, são os trabalhadores e trabalhadoras de todo o país. Soma-se a isso as condições de trabalho atuais em fábricas, refinarias, plataformas e outros locais de produção. Isto afeta diretamente os produtores expostos ao alto risco de contaminação da doença, é um total descaso com a vida destes.
Só podemos combater o vírus de forma objetiva adotando medidas eficazes com e para a classe trabalhadora. Devemos nos mobilizar contra o atual governo de Jair Bolsonaro, que é irresponsável e nocivo. Enquanto houver políticas de austeridade no país, com a privatização dos hospitais, por exemplo, estaremos propagando uma catástrofe anunciada. Não há outra alternativa que não seja o “Fora Bolsonaro!” através da mobilização popular.