Por Eduardo Vasco
A vida de um militante de esquerda não é fácil. Muito menos a de um revolucionário, porque ele não se contenta apenas com reformas sociais: luta pela total libertação da sociedade da opressão capitalista, ou seja, pelo comunismo.
É provável que todos os militantes já tenham sentido, ao menos alguma vez na vida, vontade de desistir, de jogar a toalha, de abandonar a luta, porque ela é difícil demais.
Uma dificuldade comum é conciliar a vida pessoal, a vida profissional e a vida militante. Não são poucos os que ficam pelo caminho. Mas a vida é cheia de contradições, isso é algo absolutamente natural. E um marxista, mais do que ninguém, deve ter isso bem claro.
Há momentos em que bate um desespero, uma aflição, uma angústia por não saber conciliar as diversas facetas da vida de um militante revolucionário. Até mesmo dentro do próprio trabalho revolucionário existem ocasiões nas quais nos vemos com problemas que, a primeira vista, parecem impossíveis de se resolver.
O cenário político, econômico, psicossocial influencia bastante o moral de um militante, naturalmente. Se a conjuntura apresenta-se nitidamente favorável, se as massas estão agitadas e o inimigo fragilizado, o moral do militante tende a se elevar. Se, pelo contrário, a conjuntura é desfavorável, há um refluxo no movimento de massas, o inimigo se vê fortalecido e a vanguarda revolucionária confusa ou recuada, o moral do militante tende a recair.
O mesmo vale para quando o militante enfrenta problemas na vida pessoal, problemas particulares que acabam afetando sua atuação revolucionária e partidária.
Mas é preciso ter em mente e não haver dúvidas disto: para um revolucionário, mesmo que não haja mais sentido na vida, mesmo que as coisas estejam difíceis, mesmo que o sofrimento seja gigantesco, ainda assim ele é um revolucionário, está na vanguarda da humanidade na luta por sua libertação. Se há uma única coisa que vale a pena na vida, essa coisa é a Revolução.
O militante revolucionário deve ter a certeza de que ele luta pela mais bela de todas as causas, aquela pela qual vale a pena morrer e também viver. Deve ter em mente a sua responsabilidade, porque não luta apenas por si mesmo, mas por todos os seres humanos.
E essa luta merece ser travada até o final. Porque, parafraseando um catador de lixo que liderava a sua categoria por melhores condições de sobrevivência: a batalha é dura, companheiro. Mas a vitória é certa!
