Reportagem publicada no sítio da revista Rolling Stone no último dia 16/10 dá conta de que o deputado Charlles Evangelista, do PSL em Minas Gerais, apresentou um um Projeto de Lei em setembro que visa criminalizar estilos musicais. Segundo as informações, o objetivo é censurar músicas que trazem conteúdo considerado “ofensivo”, contendo palavrões e xingamentos. Mais ainda, o Projeto prevê a censura prévia dos estilos musicais considerados ofensivos, citando o rock, o funk e o rap. Logicamente que podendo ser ampliado para outros gêneros musicais. O deputado afirma que esses estilos não costumam poupar “expressões pejorativas ou ofensivas” nas composições.
A notícia é mais um exemplo da política obscurantista da direita golpista, que visa controlar a população. Até aí, não há muita novidade
Mas o mais interessante é que a justificativa usada pelo deputado da extrema direita é a mesma usada pela esquerda pequeno-burguesa quando defende a censura contra aquilo que ela considera “ofensivo”.
Tem sido assim, por exemplo, na defesa da censura contra opiniões consideradas “homofóbicas”, “machistas”, “racistas”. A diferença é que justamente a esquerda usa outros pretextos morais, mas são igualmente morais. Mas como tudo o que é moral, é subjetivo. Se o Estado capitalista pode censurar algo considerado ofensivo para um, também poderá censurar para o outro caso.
E quem se dará mal nessa balança: a esquerda, é claro. Por isso, é um erro pedir a censura, pedir que o Estado capitalista aumente a repressão sobre o cidadão não importa sob qual pretexto.
É melhor deixar falar e defender que cada um fale o que quer e o outro também responda o que quiser. Melhor deixar a máquina de repressão estatal fora disso.