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Henrique Áreas de Araujo

Militante do PCO, é membro do Comitê Central do partido. É coordenador do GARI (Grupo por Uma Arte Revolucionária e Independente) e vocalista da banda Revolução Permanente. Formado em Política pela Unicamp, participou do movimento estudantil. É trabalhador demitido político dos Correios e foi diretor da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios)

Copa América

A carta da Seleção Brasileira e a desorientação da esquerda

Jogadores brasileiros divulgaram carta criticando a organização da Copa América

Após mais de uma semana de polêmicas sobre a Copa América e muita politicagem de Bolsonaro e da direita golpista tradicional, como a rede Globo, os jogadores da Seleção Brasileira divulgaram uma carta pública explicitando o posicionamento sobre o problema.

E a esquerda pequeno-burguesa, programada a seguir todas as orientações políticas da direita, acreditou que os jogadores, que ela mesma sempre chamou de “alienados, despolitizados, bolsonaristas”, poderiam se transformar em grandes revolucionários e decidir abandonar o torneio e a Seleção.

Diante da frustração, que só pode ser resultado da crença nas notícias falsas veiculadas pela imprensa para atacar Bolsonaro, a esquerda passou para o extremo oposto. Ao invés de analisar a situação, as forças e interesses políticos envolvidos no problema, a esquerda passou a fazer aquilo que ela adora: atacar a Seleção e o futebol brasileiro.

Estão escolhendo o pior ângulo possível para atacar o problema. Jornalistas esquerdistas e comentários nas redes sociais revelam o quanto a esquerda é facilmente manipulada pela direita, em particular a imprensa golpista. “Não vai torcer nunca pela Seleção”; “Essa Seleção não representa os brasileiros”; “Vou torcer contra a selecinha” e por aí vai…

Dessa maneira, a esquerda toma uma posição impopular e pior ainda entra no jogo da politicagem usando o futebol. Os jogadores da Seleção afirmam na carta que são contra a organização da Copa América, mas que nunca dirão não à Seleção Brasileira. Se fossemos escolher o ponto mais correto da carta dos jogadores seria esse. E é justo nesse ponto que a esquerda está mais batendo.

Ao invés de criticar a pressão sofrida pelos jogadores por parte de empresários, clubes europeus de um lado e bolsonaristas de outro. Ao invés de mostrar a manipulação da situação política com a Copa América, no momento em que o Brasil se levanta contra os golpistas. A esquerda ataca justamente a paixão do povo que é o futebol.

Não se trata aqui apenas do debate sobre a identificação do povo com a Seleção. Ao atacar o futebol e os jogadores, a esquerda está fazendo a mesma politicagem rasteira com o futebol. É como se dissessem: “só torço para a Seleção se fizerem do jeito que eu quero”. Isso mostra mais uma vez o horror que a esquerda tem do futebol. Parece uma esquerda que mora na Europa, nos Estados Unidos, menos no Brasil. Dá para imaginar um torcedor do Corinthians, do Flamengo ou de qualquer clube brasileiro condicionando a sua torcida ao posicionamento político dos jogadores.

A esquerda trata a Seleção dessa maneira, o que mostra que ela não entende nada de futebol. E assim, ela está atacando uma das maiores expressões da cultura brasileira, apenas para fazer politicagem.

O governo Bolsonaro, o golpe, o caos no Brasil, a fome, a miséria e as mortes pelo coronavírus devem ser combatidos politicamente, com o maior radicalismo possível. Tudo isso, no entanto, não vai impedir o brasileiro de cantar e de sambar, e não vai impedir de torcer e de gritar gol. Porque somente uma esquerda de classe média, acostumada a imitar a burguesia, poderia pensar em tirar o pouco divertimento que o povo tem.

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