Antes do impeachment de Dilma Rousseff, o PCO, setores do PT e outras organizações avisavam que o golpe iria aprofundar os ataques contra os trabalhadores, e agravar a situação social do povo como um todo, isso porque era o golpe de Estado.
Algumas organizações falavam que não, que tudo era a mesma coisa, que PT era igual ao PSDB, que devíamos chamar o “fora todos”, que o povo negro sempre sofreu e não seria o golpe nenhuma novidade, nesse sentido nem haveria golpe.
Wilson Witzel (PSC) se sagrou vitorioso na campanha eleitoral para o governo do Rio de Janeiro. Ele sempre foi um fiel impulsionador do golpe de Estado, das políticas de Bolsonaro, de toda a ideologia do golpe, especialmente a do aumento da repressão contra o povo.
Witzel prometeu dar carta branca para os policiais agirem “contra o crime”, ou seja, tudo que os policiais cariocas fizerem sob esse pretexto está coberto de legitimidade conferida pelo próprio governo estadual, exercido por um ex-juiz federal.
Como “não é tudo igual”, a carta branca de Witzel já produziu seus primeiros resultados. Somente em janeiro de 2019, a PM do Rio de Janeiro assassinou 160 pessoas, é o segundo maior número registrado na série histórica, que se iniciou em 1998. Em comparação com dezembro de 2018 o aumento foi de mais de 80%.
Durante sua campanha, Witzel prometeu abater “marginais” com tiros na cabeça, em um estado que ainda em 2018, sem a gerência de Witzel, já batia recordes de assassinatos de pessoas cometidos por policiais militares. O que se espera para 2019 é um verdadeiro banho de sangue contra o povo pobre, negro e trabalhador.
Aqui se coloca a questão sobre o que fazer diante de tanta atrocidade. Como o povo deve reagir diante dos ataques armados do estado golpista? Num primeiro momento é preciso organizar os comitês de autodefesa da população, que se tornariam capazes de resistir à altura os ataques do estado; por outro lado está a luta pelo verdadeiro armamento do povo e de seu direito a autodefesa, únicas medidas que podem ter alguma eficácia diante da carta branca de Witzel.
A política desse governador está sendo repetida pela maioria dos governadores golpistas, eleitos na grande fraude de 2018, e precisa ser combatida energicamente. Se tudo se mantiver como o esperado pelo golpe, mais 160 almas foram ceifadas pela PM do Rio neste mês, por isso a urgência das medidas de autodefesa.