Quem são os fascistas? Onde são recrutados os membros fascistas? Por que são constituídas as Milícias Fascistas? Quem financia as Milícias Fascistas? Qual a cara do fascista? Afinal, quem fascista é?
O Partido da Causa Operária, o PCO, e a Aliança da Juventude Revolucionária, a AJR, pelo segundo ano, realizou o Curso Fascismo. O que é, e como combatê-lo. Totalizou-se cerca de 60 horas de aula, três semanas de Universidade de Férias. De forma didática, esclarecedora, as duas centenas de militantes do Partido da Causa Operária e de militantes outros da esquerda do Brasil, aptos estão a desvendar que são os fascistas e onde estão constituídas as milícias fascistas de nossos dias. Sabem identificar os fascismo. Como combater o fascismo.
Um ou mais caminhões de carroceria aberta saem em uma rotineira “expedição de castigo”. Neles, dezenas de jagunços armados com um bastão de nome “manganelo”, um punhal, também armas de fogo, revólveres, fuzil, etc. Chegam, em uma pequena cidade rural de 10 a 15 mil habitantes. Dirigem-se para a bolsa de trabalho, à cooperativa, ao sindicato ou a casa do povo. Derrubam as portas. Jogam, toda a mobilha no chão, livros, mercadorias, despejam gasolina e minutos depois tudo está pegando fogo. Todos os que se encontram no local, são brutalmente golpeados pelo terrível manganelo, ou assassinados. As bandeiras vermelhas encontradas no local são queimadas ou guardadas como troféu.
Os que se encontram na rua com uma gravata ou um lenço vermelho, são brutalmente espancados. Se alguém protesta, ou se um fascista é ferido, ou apenas empurrado, o castigo é de maiores proporções. O mais comum é que a expedição saia com o objetivo preciso de limpar a localidade. Os caminhões param em frente as organizações vermelhas e destroem tudo. A seguir, alguns fascistas vão, em busca dos chefes. O prefeito, alguns conselheiros municipais, o secretário da liga, ou ainda o presidente da cooperativa. Os obrigam a se demitir, ou são desterados do país para sempre, sob ameaça de morte ou de destruição de seus lares. Se os ameaçados conseguem escapar, vingam-se em suas famílias.
Eram as milícias fascistas em ação. 1920/1921. Itália. O fascismo. Trechos do livro “A história da revolução fascista” de Úrico, historiador oficial do fascismo.
Fica-se sabendo que, os líderes, que resistem a se demitir, recebem à noite, a visita da terrível milícia fascista. A horda de jagunços, batem a porta da casa do prefeito. Tão logo ela aberta, uma saraivada de tiros, deixam ali o prefeito estirado no chão crivado de balas. Sabe-se que o prefeito era filiado ao partido socialista. Vão embora.
Repete-se o enredo, sem o prefeito matar, desta vez. No entanto, ao bater à porta. Dão ao prefeito, também socialista, prazo para que ele renuncie ao cargo de prefeito, ou então voltarão. Ameaçam. Eram as milícias fascistas na Itália de Mussulini. Berço da criação do Fascismo de raís. Modelo copiado por dezenas de países, com pequenas variantes, mas copiado no essencial por todos. Inclusive pelo Brasil.
Milícias fascistas. Um plano do estado maior das forças armadas
Sabe-se então, segundo relato no livro “A história da revolução fascista”, que coronel A. R. especialista em guerra civil, em 1920, apresenta o seguinte relatório para fazer frente às mobilizações revolucionárias dos trabalhadores italianos, que estavam na iminência de tomar o poder.
“Um plano anti-socialista, contém análise das debilidades do movimento que se quer dominar. segundo o cel. A.R. criar sólido grupo de oficiais e sub-oficiais voluntários, bem pagos. Selecionados com cuidado. (Constituir exército mercenário). Aos soldados e os 250.000 mercenários, que teremos a nossa disposição, relatava o coronel, precisamos também organizar uma Milícia idealista (fascista), com os mais experientes, os mais fortes, os mais agressivos. Criar esquadrões, Companhias, Batalhões com os elementos mais capazes. Em 20/10/1920, o Ministro de guerra italiano, envia carta circular, dizendo que, os 60.000 oficiais do exército a serem em breve desmobilizados, deverão aderir ao “fashio”. Serão mantidas para eles 4/5 de seus salários. Ou seja, 60 mil oficiais continuariam empregados, mas agora, não no exército, mas nas milícias fascistas. Isto relatado por Úrico, o historiador oficial do fascismo italiano.
À época, o PSI, detinha 2.150 prefeituras.
A ação das milícias fascistas italianas, organizadas e financiadas pela grande burguesia, colocaram um plano de ação do exército, sequer respeitaram as 2150 prefeituras comandadas pelo Partido Socialista Italiano, destruíram 17 jornais do Partido Socialista, 107 cooperativas de trabalhadores, 83 ligas camponesas, 100 casas de cultura popular, 28 sindicatos.
Instituições que organizam, comandam e protegem o fascismo
Outro trecho do livro de Úrico, traz precioso ensinamento para os que acreditam que as instituições do estado, como o judiciário ou próprio governo conteriam os fascistas. O livro é taxativo, “o terror se mantém com ameaças e intimidações, que os fascistas enviam e publicam, sem que houvesse a menor sanção pela magistratura ou pelo governo”.
Não foram as instituições. Foi a mobilização operária a dar um fim ao fascista Mussolini
Em 1945, após sangrenta guerra civil, mobilizações de da classe operária, greves, e milícias armadas de auto-defesa dos trabalhadores, põem fim à Mussolini, após 20 anos de ditadura fascista. Mussolini morto pelas organizações operárias´é pendurado de ponta cabeça.
Fascismo. Operação militar da burguesia do grande capital, disposta, sempre que a situação exigir, a colocar em prática, uma ditadura para suprimir a democracia operária, destruir os sindicatos dos operários, cooperativas de trabalhadores, jornais, casas de cultura, e destruir os partidos e organizações de esquerda.
Uns milicos tipo Mourão, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, comandados por grandes capitalistas, banqueiros, industriais, com o objetivo de colocar todo o país sob controle e esfolar a população trabalhadora.
Isso, é o fascismo.
