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Em defesa da Frente Ampla

A canalhice do PCdoB explicada em seis pontos

Executiva do PCdoB emite nota sobre a anulação dos processos contra Lula e defende que Lula não saia candidato e se coloque a reboque da frente ampla

Diante da decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de anulação das condenações contra o ex-presidente Lula no âmbito da Operação golpista e entreguista dos procuradores e juízes da Lava Jato, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) emitiu uma nota canalha onde utiliza os mesmos argumentos da direita e a análise semelhante do abutre Ciro Gomes sobre Lula e sua participação no pleito eleitoral. Veja dois parágrafos da nota oficial publicada pela Comissão Executiva Nacional do Partido Comunista do Brasil.

A direção partidária expressa a expectativa de que a liderança do ex-presidente possa reforçar a união de amplas forças políticas com o objetivo de livrar o país do desastroso governo Bolsonaro”, diz a nota e completa “seria péssimo para o país, se essa importante conquista de Lula viesse a resultar em condutas que sobrepõem os interesses do Brasil e de seu povo a outros menores e que venha reavivar polarizações que já se revelaram úteis à tática política e eleitoral da extrema-direita”.

Ponto 1. A crítica da polarização emitida na nota é um ponto chave da questão. Essa posição é a mesma da direita porque permite uma manipulação das eleições e vimos isso de maneira muito explicita durante as eleições em 2018 que levaram Jair Bolsonaro de maneira fraudulenta as Presidência da República.

Enquanto o candidato era Lula, Jair Bolsonaro perdia as eleições e num momento decisivo das eleições, pouco antes de Lula ter sua candidatura rejeitada pela judiciário golpista, os números de intenções de voto indicavam Lula próximo de ganhar em primeiro turno. Após o lançamento da candidatura do petista Fernando Haddad, um candidato contra a polarização e com posições centristas e até mesmo de direita, com elogios a Operação Lava Jato e a Sérgio Moro, acabou levando Bolsonaro a presidência devido a crise política e a manipulação da burguesia contra o ex-presidente Lula.

Fica evidente nesse primeiro ponto que fugir da polarização é uma política da direita e não te um partido de esquerda e que reivindica a defesa dos interesses da população pobre e trabalhadores, e em particular, de um partido que tem ‘comunista’ no nome.

Ponto 2. A afirmação sobre o “interesse nacional” apresentado na nota é outra enorme confusão. A executiva do PCdoB colocou a questão dos interesses nacional de maneira bem genérica, talvez por puro interesse oportunista. Isso porque a esquerda não tem que defender os interesses da nação em abstrato e sim de maneira bem clara e direta. A esquerda defende o povo e seus interesses e não de monopólios da burguesia e seus interesses no lucro e na exploração da classe trabalhadora. A esquerda tem como foco defender os interesses da classe trabalhadora, que é a esmagadora maioria da população brasileira e defender esses interesses é defender os interesses do Brasil perante a burguesia nacional e o imperialismo.

Os partidos de esquerda devem defender a soberania popular, o governo dos trabalhadores, e não a nação como algo em abstrato fora da luta de classes, pois esse discurso de defesa da nação em abstrato ainda é muito semelhantes aos governos da direita fascista, que não passa de defesa dos interesses da burguesia.

Ponto 3. Executiva do PCdoB faz intriga contra Lula. Na nota fica evidente que o PCdoB diz que Lula não pode ter a hegemonia da esquerda e tem que se colocar e usar sua presença política para “a união de amplas forças políticas”. Essa posição apresentada que Lula não pode ter a hegemonia da esquerda é a mesma posição apresentada pela direita frente amplista, em particular Ciro Gomes. Ciro Gomes intensificou seus ataques contra o PT no ultimo período sempre se contrapondo a figura de Lula e do PT.

Ponto 4. Sobre a unidade para derrotar o bolsonarismo. Ao contrário da análise falsa que a direção do PCdoB faz sobre a situação política, se aliar com a direita ‘civilizada’ ou centrão não derrota o bolsonarismo ou é um fator de mobilização, e muito menos ganha as eleições. Um bom exemplo dessa política foi durante as eleições para a presidência da Câmara dos Deputados, onde somente a esquerda ficou para apoiar o candidato do ‘centrão’ e a frente ampla se debandou para o lado do bolsonarismo.

O oposto dessa política é ter uma unidade em torno do nome do ex-presidente Lula. É natural que o candidato seja uma pessoa com a força política e do enorme apoio popular que Lula possui tenha as melhores condições para disputar e vencer as eleições e não figuras em grande medida desconhecidas e sem nenhum apelo popular como alguns candidatos da esquerda e que nenhum da direita possui.

Nessas condições, o único candidato com capacidade para mobilizar e vencer Jair Bolsonaro nas eleições é Lula e nenhum outro, seja da esquerda ou seja da direita, como vimos em 2018.

Ponto 5. O PCdoB apresenta a frente ampla como uma política em oposição a Jair Bolsonaro, mas é um tremendo equívoco. A formação da frente ampla é justamente para evitar a candidatura e a mobilização em torno de Lula, sendo que essa política é aplicada para Bolsonaro de maneira secundária. A frente ampla é uma necessidade para evitar a polarização entre Bolsonaro e Lula, que enfraquece ainda mais a direita tradicional que é responsável pelo ascenso de Bolsonaro, e a derrota da direita através de Lula e sua ala dentro do Partido dos Trabalhadores.

Ponto 6. O PCdoB se utiliza de todos esses argumentos para apoiar na prática o PSDB. A política da frente ampla busca ficar a reboque de uma direita tradicional, apoiada pela burguesia, mas amplamente rejeitada pela população, como é o caso do PSDB. Esse partido é amplamente rejeitado pela população e não possui nenhum apoio popular, nem mesmo com a classe média direitista e isso ficou evidente nas eleições de 2018, onde o candidato tucano Geraldo Alckimin obteve apenas 4% dos votos, mesmo com todo apoio da burguesia e da imprensa.

Em vários momentos o PCdoB buscou se apoiar na direita como no Maranhão, para eleger Flávio Dino e no ABC paulista, e essa política demonstrou uma profunda rejeição e um suicídio político.

A nota do PCdoB é uma enorme confusão politica e de um oportunismo para obter ganhos em colocar os trabalhadores e a luta contra o golpe a reboque da direita golpista.

A polarização é um resultado da crise capitalista e de uma mobilização dos trabalhadores contra a direita e o golpe. É preciso estimular a polarização e a candidatura de Lula, pois qualquer candidatura da direita vai polarizar contra Lula.

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