A posição das mulheres na sociedade de classe é sempre uma contradição, muitas alcançaram seus postos no mercado de trabalho, na vida política, mas esse avanço demagógico nunca foi o suficiente para emancipar a mulher trabalhadora das agruras do mundo capitalista. Com o recrudescimento da crise que vem se instalando no Brasil desde o golpe de Estado, e das formas de repressão e opressão do governo bolsonarista, a situação de segurança das mulheres está em pura decadência.
Somente em 2018, foram registrados 66.041 casos de estupros, representando um aumento de 4,1% em relação a 2017, segundo os dados divulgados na última terça-feira(10), pelo Fórum Brasileiro de Segurança. Em outras palavras, a cada uma hora, sete mulheres são estupradas. Esse é o retrato do golpe, que coloca a mulher numa completa situação de inferioridade às explorações às quais a mulher é submetida.
Desses casos, 75% desses estupros são praticados por conhecidos da vítima, tendo grandes chances de ser um parente e acontecer dentro de casa, sendo que 70% das vítimas têm entre 0 e 17 anos. Quanto mais o governo fascista e conservador de Bolsonaro quer mostrar a política familista como sendo a correta, em que as necessidades da mulher são ignoradas por completo em prol da “família”, isso só as oprime cada vez mais, e é aí que elas acabam naturalizando as violências sofridas.
O Mato Grosso do Sul é o estado que mais registrou casos de estupro, tendo uma taxa de 70,4% para cada 100.000 habitantes. O Fórum de Segurança Pública ainda deixou frisado que esses casos de estupros são bastante sub notificados no Brasil, pois, em geral, as vítimas têm medo em fazer uma denúncia. Sendo assim, a realidade é muito mais cruenta do que parece e mostra a urgência em tirar os conservadores do poder para que, só então, a mulher possa se emancipar numa sociedade não capitalista.