No último sábado (21) o movimento social Coalizão Negra por Direitos que une mais de 100 entidades do movimento negro no Brasil, lançou uma campanha em parceria com a agência de publicidade Wunderman Thompsom Brasil que denuncia o avanço do genocídio negro no Brasil. Intitulada “Alvos do Genocidio” as ilustrações digitais mostram alvos de tiro como sendo um “gráfico do genocídio”, dentro de uma série de seis peças citando os números de crianças e adultos negros mortos no país.
Segundo o relatório final da CPI do Senado sobre o Assassinato de Jovens, com base nos números do Mapa da Violência que é realizado desde 1998 com dados oficiais do Ministério da Saúde. Todo ano 23.100 jovens negros de 15 a 29 anos são assassinados, são 63 por dia, e um a cada 23 minutos.
Um dos gráficos da campanha apresenta que no Brasil 75% das vitimas de homicídios são negras, de acordo com Atlas da Violência 2019 referente ao ano de 2017. Os mais atingidos pelas mortes violentas foram homens na faixa etária dos 15 aos 29 anos (59,1%). Consta no relatório que 65.602 jovens foram assassinados no Brasil em 2017, 75% são negros o que representa uma taxa de 43,1 homicídios negros para cada 100 mil habitantes- para não negros a taxa é de 16. “É como se negros e não negros vivessem em países completamente distintos”- Atlas da Violência.
Outro gráfico traz a informação do relatório do Mapa da Violência de 2016 de que no Brasil negros são 2,5 vezes mais vítimas de arma de fogo do que brancos, após o golpe de Estado com a escalada direitista racista ao poder é provável que este número possa ter aumentado. Para cada 100 mil habitantes, a taxa de vitimas de cor branca ficou em 11,8 óbitos, enquanto a de negros registrou 28,5 morte.
Em outra imagem da campanha aponta uma mulher agredida a cada quatro minutos e uma morta a cada oito horas, como divulgou o Anuário Brasileiro de segurança Publica de 2019, o número entre mulheres negra é de 61% e quase 71% destas têm até o ensino médio fundamental. Só em São Paulo entre janeiro e julho de 2019 foram registrados 15.561 casos de agressão contra mulheres, a maioria em bairros da periferia da cidade.
Ainda de acordo com o Anuário representado no “Alvos do Genocídio” 75,4% das pessoas mortas em intervenções policiais entre 2017 e 2018 eram negros, enquanto pessoas brancas foram 24,4% das vitimas de letalidade policial. Os óbitos em decorrência da intervenção policial cresceram 19,6% de 2017 para 2018, atingindo a 6.220 casos. Outros dados que mostram as ilustrações digitais são que 91% das crianças mortas por bala perdida no Rio de Janeiro (RJ) são negras.
No entanto enquanto você toma um café ou almoça, provavelmente um negro está sendo morto ou espancado em algum lugar do Brasil, os números devem aumentar, com o pacote anti-crime expelido pelo Juiz e atual Ministro da Justiça Sérgio Moro que dá licença para o policial matar a população, negros tendem a ficarem mais expostos aos homicídios e assassinatos. Situação essa de genocídio que se repete com governadores fascistas de São Paulo e Rio de Janeiro que estimulam e autorizam o braço armado do estado a atirar em pobres e pretos.
O movimento negro deve organizar um verdadeiro movimento de luta do povo negro contra toda essa direita fascista e golpista que tomou de assalto o poder no país, nas ruas e dentro das periferias.