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Caso Witzel

A burguesia orienta a política da esquerda pequeno-burguesa

Sempre com a política errada, os mesmos setores da esquerda que agora comemoram a derrubada de Witzel pela direita defenderam o governador fascista na pandemia

Dois acontecimentos recentes da política nacional mostraram como a opinião pública da pequena-burguesia é volátil, ou seja, está sempre seguindo a orientação da burguesia, sem ter uma política própria.

Duas atitudes em relação a Wilson Witzel em dois momentos diferentes revelam bem esse fato. Na pandemia, a esquerda pequeno-burguesa fez uma frente com o governador do Rio acreditando na propaganda de que ele estava verdadeiramente combatendo a pandemia, diferente de Bolsonaro.

Agora, muitos setores da esquerda pequeno-burguesa comemoraram a queda do governador. Segundo esses setores, o acontecimento seria progressista, afinal, trata-se de um elemento da extrema-direita. Mas é preciso analisar mais cautelosamente os movimentos reais que estão em torno de determinados acontecimentos.

Está muito claro para qualquer pessoa com o mínimo de discernimento que quem está por trás da queda de Witzel é Bolsonaro. Ou seja, trata-se de uma vitória e um fortalecimento da ala bolsonarista da direita golpista. O caso é simples: elementos ligados ao bolsonarismo dentro do aparato de repressão encontraram algum “podre” do governo, o que não é difícil no regime burguês, e Witzel caiu com certa facilidade.

Sobre isso, é importante fazer um parêntese: a queda do governador do Rio de Janeiro não encontrou nenhuma resistência o que coloca ainda mais às claras o caráter artificial da eleição de Witzel.

Bolsonaro, portanto, sai fortalecido em relação à disposição dos elementos políticos no Rio de Janeiro. Inclusive, o vice de Witzel, que assumiu, fez questão de se declarar aliado do bolsonarismo.

É fato que havia um conflito entre essas alas da direita golpista. A supressão dessa contradição, não sabemos ainda se provisória ou defintiva – fortalece o governo Bolsonaro. Não pode haver nenhum sentido positivo nisso.

Mais um fator é a relação com o prefeito da capital, Marcelo Crivella. Bolsonaro é um aliado da prefeitura e com isso cria uma situação favorável a ele para as eleições de 2022.

Um dos possíveis adversários de Bolsonaro para 2022 é João Doria, seja como candidato seja apoiando alguma candidatura. Doria conta com a mais poderosa máquina política do País, o governo de São Paulo, e deve contar com o apoio de um setor fundamental da burguesia. Se conseguir êxito na sua luta no Rio de Janeiro, Bolsonaro tem uma máquina que pode ajudar a fazer frente na disputa eleitoral.

Portanto, a esquerda pequeno-burguesa que apoiou a queda de Witzel ignora que quem saiu fortalecido foi o próprio blsonarismo.

Mais ainda, o episódio reforça a ditadura do regime político. O regime político funciona totalmente sobre a base da força, não há lei, não há Constituição. 

A remoção de Witzel se soma a todas as arbitrariedades feitas contra o PT desde o golpe. Naquele momento, eram um princípio de desmantelamento do regime político que continua a ser desmantelado. A não ser que as massas populares intervenham, a situação aponta para o estabelecimento de um regime declaradamente ditatorial, em grande medida, que já estamos vivendo no momento.

O interessante desse episódio é o comportamento da esquerda. Os mesmos que agora comemoraram a queda de Witzel, se colocaram numa frente com o mesmo Witzel por conta da pandemia.

A política do agora ex-governador do Rio de Janeiro divergia apenas numa questão de prazo, como fica muito claro agora. Enquanto Bolsonaro fazia propaganda pela abertura total, Witzel, Doria e outros governadores, defendiam um isolamento social para disfarçar a ausência completa de uma política real para a pandemia. Agora, estão todos na mesma política  de abertura, governadores, rede Globo e toda a burguesia e a imprensa anunciando cinicamente que as mortes estão diminuindo.

A esquerda fez uma frente com Witzel e Doria, acreditando na propaganda, chamando ambos de governadores “civilizados”. Uma política desesperada, que coloca a esquerda e os trabalhadores a reboque da burguesia.

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