O Partido da Causa Operária (PCO), compreendendo a importância fundamental da imprensa na luta política, apresenta todas as sextas, a partir das 14h, o programa Análise Internacional, com o companheiro Rui Costa Pimenta, presidente do partido, onde são discutidos os principais acontecimentos políticos do Brasil e do mundo.
Todos os vídeos das análises apresentadas encontram-se disponíveis no YouTube, no canal da Causa Operária TV (COTV), além de uma vasta programação, que atualmente conta com mais de 8 horas de programas diários ao vivo.
Abaixo segue a transcrição da fala do companheiro Rui Costa Pimenta, apresentada em 19 de mai de 2019, durante a Análise Internacional.
“Outro quadro, em outro país chave da unidade europeia (Alemanha) a situação é muito parecida porque a AFD (Alternative für Deutschland – Alternativa para a Alemanha) ameaça “abiscoitar” uma boa parte do eleitorado nessas eleições europeias, o que seria uma coisa desastrosa tanto para o partido conservador da Angela Merkel – a Merkel inclusive já renunciou antecipadamente participar de novas eleições e já apontou substituto –, como para o partido social democrata. O Partido Social Democrata Alemão tem sido sócio da política de direita alemã, e agora ambos se veem contestados pelo crescimento da extrema direita.
No panorama geral, o receio de todo mundo, que é um receio muito grande, eu vou explicar porque que esse receio é grande, é que a extrema direita forme um bloco, se não majoritário no parlamento europeu, um bloco que seja uma força decisiva nas votações.
Vamos explicar o pânico.
O pânico diante disso está dado pelo seguinte: A especulação nos jornais europeus é se a extrema direita vai conseguir se unificar para formar o bloco unitário apesar de suas divergências.
Quer dizer, quando você começa a fazer esse tipo de especulação é porque você já conta com a enorme possibilidade de que a extrema direita saia vitoriosa das eleições. Suponhamos que eles vão ser vitoriosos. Será que eles vão conseguir montar um bloco assim, assado, unitário, etc e tal. Muita gente fala: “-Não, é muito disperso”. Aquele otimismo, otimismo de quem não tem o que fazer então fica otimista falando: “-Não, eles não vão se unificar”. O que é bobagem, eles podem se unificar principalmente se eles ganharem uma posição importante a unidade vai servir para que eles levem a diante suas propostas.
Segundo. O grande problema é que, inclusive os jornais analisam isso, uma parcela da extrema direita não quer sair da unidade europeia e aparentemente esse sentimento está se transformando num sentimento geral da extrema direita. Por que? Porque a extrema direita está vendo a possibilidade de conquistar o controle da unidade europeia. Se eles conquistarem o controle ou se tiverem uma influência decisiva, por que sair? “- Vamos influenciar de dentro”. Essa é a ideia.
Aparentemente essa é a ideia dos italianos que são a parte fundamental do bloco. Pode ser a ideia dos franceses e o resultado das eleições vai mostrar pra onde vai isso. Então um dos receios da burguesia imperialista europeia e mundial é de que ao invés de haver uma ruptura geral da unidade europeia, possa acontecer uma coisa pior, que é que a comunidade europeia cai sobre o controle da extrema direita.”