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Bacurau

A barbárie é a direita e o imperialismo, não o povo

Fernando Haddad, ao escrever sobre Bacurau, revelou sua política de adaptação completa aos golpistas

O filme Bacurau dos diretores Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles tem gerado enormes debates entre a esquerda e a direita. A primeira, em geral, defende o filme como uma alegoria da resistência do povo contra o sistemático ataque aos direitos democráticos do povo por uma burguesia golpista totalmente subserviente ao capital estrangeiro; a segunda, por sua vez, repete as críticas contra qualquer arte crítica definindo-o como “panfletário”. Fato é que o filme tem por si só o mérito de ter trazido à tona a profunda polarização política no País, contra inclusive aqueles que se esforçam por escondê-la por terem interesses na passividade do povo.

É entre esses últimos que preferiu se situar o ex-candidato Fernando Haddad (PT). Diante da polarização política que o debate sobre o filme trouxe à tona, Haddad preferiu ignorar o próprio conteúdo da produção para tirar a conclusão que melhor se adaptava à seu interesse político na atual situação. Em coluna na golpista Folha de S. Paulo – o próprio veículo já diz muito sobre a posição do ex-prefeito -, ele conclui o seguinte sobre o filme: “Bacurau não é um filme sobre imperialismo, mas sobre a nossa barbárie”.

O objetivo aqui não é trazer uma interpretação sobre o filme em si, mas fazer uma polêmica sobre a ideia de Haddad. Independentemente se o tema central do filme é ou não o imperialismo, a conclusão do petista revela sua posição política diante da situação. Quem assiste ao filme é levado a vibrar com as cenas de reação dos moradores do vilarejo contra os invasores cuja principal brincadeira é extermina-los. O filme nos leva a isso justamente porque nosso instinto de sobrevivência nos impele a reagir diante do risco imediato.

Do ponto de vista jurídico, temos uma justificativa para a reação violenta dos moradores. Eles precisam se defender, eles tem todo o direito de agir em legítima defesa. É sua obrigação como seres humanos que precisam sobreviver e garantir a vida de seus pares.

Diante de tudo isso, Haddad está preocupado com a “barbárie” não daqueles que atacam, mas daqueles que se defendem. Ao dizer que o filme revela uma espécie de barbárie intrínseca ao povo brasileiro, Haddad equipara a violência daqueles que sorrateiramente invadem uma vila para dizimar os moradores, à reação legítima desses moradores. Diga-se de passagem legítima e em condições muito piores. Dito de outra forma, Haddad está comparando essa reação a um ataque covarde de um grupo melhor equipado e que não declara guerra abertamente ao vilarejo, mas entra de forma sorrateira, assassinando friamente pessoas inocentes.

Não precisamos de muito esforço para comparar essa situação ambientada pelo filme com a política do imperialismo no mundo todo, mas Haddad prefere “denunciar” a barbárie do povo.

Essa ideologia de que o povo é naturalmente bárbaro tem duas conclusões fundamentais. A primeira é que, se todos são igualmente bárbaros e intolerantes, não se deve reagir diante do inimigo. Chama o povo à paralisia e portanto favorece o domínio daqueles que nos invadem todos os dias. A segunda diz respeito à luta política atual: se todo o povo é bárbaro, não adianta lutar contra Bolsonaro, contra o golpe, contra a burguesia, afinal, a culpa é de todos os brasileiros. É assim que pensa Haddad.

Essa posição de Haddad, que é uma ideia que tem se difundido entre setores da esquerda burguesa e pequeno-burguesa, revela sua política de frente ampla com a direita golpista, de contenção da polarização política. A direita, que é a invasora do País, tem medo da reação popular, Haddad também.

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