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A “Autocrítica” de Battisti

Carlos A. Lungarzo

Este artigo contém os detalhes enunciados no texto intitulado Battisti: Auto-delação Premiada e 41-bis, incluindo informação recente no disponível na semana anterior, e algumas imagens ilustrativos.

No Brasil, a esquerda há perdido muito tempo criticando o PT, porque ele não quer fazer “autocrítica”. Deve ser por estar tão ocupados nesses sermões que esses militantes ainda não tomaram uma posição combativa contra o sistema de barbárie que nos governa. Nestes dias, Cesare Battisti fez, sim, uma autocrítica. Mas, parece que alguns setores da esquerda se desiludiram e se consideram enganados. Gente, como se deve agir para deixar esses severos críticos satisfeitos??? Autocrítica sim, ou autocrítica não?

Introdução

Na Segunda Feira 25 de março, o procurador adjunto distrital para o  “Antiterrorismo” ofereceu uma conferência da imprensa no setor da Procuradoria do Tribunal Ordinário de Milão. Nesse evento, respondeu perguntas e mencionou (literalmente) alguns poucos trechos dos dois depoimentos que Cesare prestou junto a ele na prisão de Massama (em Oristano, Sardenha), na presença de seus advogados, de um tabelião e de uma representante do DIGOS, uma divisão das forças de segurança.

Divulgada a “confissão, que também contém uma discreta autocrítica, houve reações de perplexidade e de “indignação” de pessoas autopercebidas como esquerda. Eu não tive muito contato com esses censores, mas alguns se comunicaram comigo por e-mail e Facebook, incluindo alguns/algumas jornalistas internacionais pelo(a)s quais tenho grande apreço. Quero deixar claro que entre meus amigos pessoais e colegas de ativismo houve, sim, algumas surpresas, mas a conclusão de todos foi que (do ponto de vista de nossa campanha pela liberdade de Battisti) nada tinha mudado.

Passados dez dias e, portanto, com uma perspectiva mais calma e com maiores informações, vou esclarecer o que aconteceu.

Brevíssima Síntese da Época

Em meu livro (em especial, na versão brasileira) relatei com algum detalhe os fatos de violência que aconteceram na Itália entre finais dos anos 60 e começos dos anos 80, que se tornaram muito intensos e apavorantes a meados da década de 70. Agora quero resumir apenas os assuntos principais num estilo trailer.

Acabada a Segunda Guerra Mundial, os aliados não tinham interesse em punir os fascistas tal como fizeram com os nazistas, pois a Itália não tinha prejudicado os interesses das grandes potências. Apenas havia exterminado populações de países africanos desarmados, o que não interessava aos líderes do capitalismo. Os serviços de inteligência americanos (que depois criaram a CIA) tinham interesse em apoiar a Itália, pois sabiam que os fascistas seriam úteis para combater a esquerda na Europa. Na época, os EUA não tinham condições para diferenciar o stalinismo da verdadeira esquerda, mas todos eles viraram inimigos. O pentágono não sabia que os grandes stalinistas italianos acabariam sendo seus grandes parceiros.

Pela razão simétrica, o líder stalinista Palmiro Togliatti também indultou os fascistas, pois Stalin (que ainda vivia nessa época) sabia que a base popular do Partido Comunista Italiano, que se havia batido bravamente contra os fascistas, não tinha muito em comum com os burocratas que bajulavam o Khremlin. Talvez tivesse uma intuição de que eles gerariam a verdadeira esquerda, pois Stalin já havia tido a experiência de Lev Trotskii que se havia recusado a submeter-se a seu despotismo, e havia criado um novo movimento.

Contudo, é um erro comum considerar só os fascistas como os causantes do terrorismo de estado e da repressão dos anos 70. É verdade, claro, que as principais forças que agiram no terrorismo explícito (explosões) eram, em sua maioria, fascistas. Todavia, na repressão dos movimentos populares tiveram um papel destacado também os stalinistas (que seguiram a tradição de Togliatti após a morte dele), setores da máfia, a direita da democracia cristã, a maçonaria e terroristas independentes.

Os que queiram aprofundar podem ler:

https://www.amazon.com/Italian-Neofascism-Strategy-Politics-Nonreconciliation/dp/085745174X

http://www.php.isn.ethz.ch/lory1.ethz.ch/collections/coll_gladio/chronology76c1.html?navinfo=15301

Os PAC, como outros movimentos da Esquerda Autônoma, se juntaram num grupo para resistir a perseguição policial, a tortura, as detenções arbitrárias, as ameaças contra os ativistas operários e suas famílias, e outras violações aos direitos humanos.

Atenção com as FAKE NEWS:

  1. Os PAC não são o mesmo que as Brigadas Vermelhas, nem tinham relação com elas. Eles provinham da esquerda operária autônoma, eram pessoas simples das classes populares, e muitos deles tinham chegado à Lombardia desde lugares pobres da Itália, cujos habitantes eram desprezados pelos pelegos stalinistas. Já as Brigadas se inspiravam em movimentos de guerrilha urbana, e tinham, em geral uma extração social mais alta, contando incluso com quadros de chamada “esquerda católica”.
  2. Aldo Moro não foi executado pelos PAC. Os executores foram das Brigadas. Por outro lado, o primeiro ministro Andreotti favoreceu a execução de Moro, que era seu rival político, dificultando as negociações sobre sua liberdade. Os PAC nem sequer estavam sabendo o que acontecia em Roma e souberam disso graças a imprensa.
  • Se vocês procuram no Google (olhando a origem da informação) encontrarão mais de 500 textos confiáveis sobre o assunto. É bom lembrar que centenas de notícias e comentários sobre o caso Battisti e assuntos conexos são distribuídos pelo governo italiano e utilizados sem escrúpulos por numerosos charlatães.

 

O terror de estado gerado pelos fascistas incluía grandes atos destrutivos com centenas de vítimas (explosão de bancos, trens, shoppings, ruas, praças e estações), realizados com explosivos C4 de alta potência. Em onze anos, houve, por causa deste terrorismo fascista, 350+ mortos e cerca de mil feridos e mutilados. A autoria dos atentados incluía fascistas, membros das forças armadas, policiais, mercenários e alguns “profissionais” da máfia.

De todos eles, hoje há apenas um preso: Vincenzo Vinciguerra. Ele não foi solto porque tinha muita informação e, quando foi preso, denunciou seus mandantes, que eram figuras muito poderosas da Democracia Cristã, dos partidos estritamente fascistas, funcionários militares e numerosos empresários.

Já o principal autor do superataque a Piazza Fontana (em Milão em 1969, quando foi colocado um super-explosivo num banco) Delfo Sforzi, figura proeminente do neofascismo, virou um magnata em seu exílio em Japão, sem que a Itália fizesse o mínimo esforço para pedir sua extradição. Sobre Sforzi nunca ouvimos a voz de crítica daqueles hipócritas denunciantes que acusavam Battisti de dar-se a grande vida em Copacabana.

A situação dessa época foi muito complexa, mas vou fazer um esquema simplificado que talvez ofereça uma ideia aproximada.

PRIMEIRO:

Fascistas, mafiosos, membros das forças armadas e de segurança, junto com o apoio muito discreto da Embaixada dos EUA, planejaram superataques que foram chamados stragi (que significa, mais ou menos, o mesmo que em português: estragos e massacres).

(Observação: Em 2006, o Departamento de Estado dos EUA reconheceu que tinha ajudado na implantação da Operação Gladio, mas que seu objetivo era proteger a Itália de um ataque soviético. Como era de esperar, negou que tivesse auxiliado nos ataques explosivos. A participação americana era notória, mas nunca pôde adquirir estado oficial, porque o sistema reconhecidamente corrupto de juízes e promotores, que inocentavam e adiavam as penas dos autores, evitava que se soubesse do interesse dos EUA em destruir a esquerda Italiana, e também de provocar golpes de Estado).

Ao mesmo tempo que os ataques terroristas massivos grassavam no Norte, bandas armadas fizeram múltiplos ataques individuais contra ativistas de esquerda, em especial, estudantes. Centenas de jovens pacíficos, que simplesmente se queixavam pela opressiva situação social, pela má qualidade do ensino nas Universidades, e pela brutalidade policial típica da Itália, foram feridos e às vezes mortos pela polícia, pelos serviços de Inteligência, e por bandas fascistas.

Os dados exatos são inacessíveis, mas mesmo os dados aproximados são difíceis de obter. Há uma poderosa entidade que faz um estudo sistemático das vítimas (Vittime del Terrorismo = AIVITER), mas é controlada e financiada por membros do establishment italiano. Portanto, omite colocar a origem dos ataques quando os agressores eram membros do sistema de repressão. Se os atacantes são fascistas conhecidos e não cabe dúvida da autoria, então podem informar, mas nunca reconhecem os massacres policiais, nem, muito menos, as torturas. Veja:

http://www.vittimeterrorismo.it/

O ex-ministro de defesa de Berlusconi, chamado Ignazio La Russa foi um dos líderes dessas provocações em sua juventude. Vocês podem conferir isto e, ao mesmo tempo, se divertir com o excelente cinema da época. Assistam o filme Esmaguem o monstro na Primeira Página! Cuidado: a sequencia onde aparece este cara não é parte da ficção do filme. Aparece um trecho documental dele na abertura, onde está arengando à multidão para atacar os comunistas. O resto, sim, é realidade romanceada por Marco Bellocchio.

Segundo:

A polícia e alguns juízes (nem todos, porque também havia juízes democráticos, pelo menos até 1974) acusavam falsamente anarquistas, comunistas de esquerda (pois o PC não estava ainda 100% à direita), e autonomistas, e colocavam a culpa neles. Um delegado chamado Calabresi torturou e arremessou pela janela do 4º andar da delegacia o anarquista Pinelli, mas transcendeu que ele nada tinha a ver com o atentado do qual era acusado.

Terceiro:

Os grupos de esquerda autônomos e muitos desertores do PC, cuja viragem à direita (em procura de votos) preocupava, formaram gruppi de autodefesa, um dos quais foi o dos PAC.

Quarto:

Após sua grande vitória eleitoral, em 1976, dada em especial pela classe média e setores do operariado industrial, o Partido Comunista se aproximou da democracia cristã. O PCI continuou tendo setores de esquerda, agora muito pequenos, mas suas grandes figuras colaboraram na repressão policial com enorme habilidade. Eles trouxeram “novidades” ensinadas pelos soviéticos, como o uso de tortura química com alucinógenos e antipsicóticos. O grande pogrom contra a esquerda foi feito pelo PC em abril de 1977.

Foi logo depois dessa época que floresceram os grupos de esquerda, pois o PCI estava mais interessado no alto operariado e estimulava o peleguismo, a discriminação contra meridionais, e o colaboracionismo com o Estado, incluída a alcaguetaria.

O Caso Giorgina: Exemplo de como Funciona o Terror de Estado

É muito conhecido o caso da adolescente GIORGIANA MASI (assassinada em 12/05/1977, sendo o autor protegido pelo depois presidente Francesco Cossiga, que na época era o ministro dell’Interno), mas os casos de crimes cometidos contra jovens progressistas pacíficos foram muitos. Giorgina (ou Giorgiana) participava de uma passeata para celebrar a lei de divórcio, que estava sob a ameaça constante da Igreja, ávida de revogar a lei.  

No site de AVITER, que é muito prolixo e circunstanciado quando a vítima foi alvo de algum militante de esquerda, a descrição da morte de Giorgiana Masi coloca, como única informação expressiva, esta:

  • A investigação não conseguiu individualizar o autor do homicídio; sucesso desfavorável terão também as ulteriores indagações realizadas sucessivamente.

O Partido Comunista Italiano, que já estava claramente na direita, acusou à esquerda de ter forjado essa morte para erigir-se em vítima e culpar o Estado. No entanto, minutos antes de sentir-se o disparo, foi visto esse policial de paisana, Giovanni Santone, não muito longe do lugar da morte.

O consenso de que Santone foi o matador foi unânime entre os membros da passeata. Apesar da opinião de fascistas e stalinistas, é óbvio que as pessoas que lutam por um direito tão básico (que até existe no Brasil !!!) como o divórcio não podem ser todas terroristas. Também o Partido Radical, o mais comprometido com os direitos humanos da Itália, atribuiu o crime ao Estado.

Como é comum na Itália, o crime foi coberto por uma nuvem de fumaça, e numerosas hipóteses dispersivas foram levantadas à medida os protestos aumentavam. A morte foi atribuída a um colega de Giorgina, a um infiltrado nas forças policiais, a dois fascistas e assim em diante, mas o nome do policial Santone nunca foi oficialmente investigado. Em 2003, o ex-presidente Cossiga confessou que sabia quem era o assassino, mas não podia dizer.

Os Homicídios do PAC

Como disse em meu texto anterior (A Autodelação), os PAC decidiram executar quatro membros da direita. Dois foram acusados de aplicar torturas. De um deles (o motorista Andrea Campagna) não há, na minha opinião, provas suficientes. O outro era o chefe de carcereiros de Udine, conhecido por seu sadismo. Há numerosos relatos sobre ele em diversos livros da época como A pequena tenda de azul, e também nos Anais dos Anos de Chumbo, colecionados por antigas vítimas dos torturadores. Podem procurar na Internet por “Anni di Piombo” e “Torture”.

Os dois civis, Sabbadin e Torregiani, eram conhecidos por pertencer à associação Maioria Silenciosa, um grupo de extermínio de pequenos ladrões, mendigos, favelados e moradores de rua. Eles provocavam situações de conflito para poder usar suas armas. Torregiani era o mais conhecido e ganhou fama por levar seus filhos em suas aventuras por Milão, e várias vezes os expôs a situações de perigo. Por sinal, segundo a polícia, quando ele foi morto, estava protegido por um colete, mas seu filho, Alberto, não estava.

Notícia Fake:

É falsa a afirmação de que Battisti teria sido responsável pelo tiro que deixou paraplégico o jovem Alberto. Mesmo se a recente confissão de Battisti, de que ele estava perto do lugar das mortes, fosse verdadeira, a bala que a polícia encontrou na espinha de Alberto era do revólver de seu pai.

A Relevância da “Confissão” de Battisti

Qual é a relevância da “confissão” em que Battisti assume a autoria que rejeitou durante 41 anos??

Por que nunca Battisti foi acusado pelos outros membros do PAC, salvo Pietro Mutti e Sante Fatone? Os outros são os irmãos Marco e Sebastiano Massala, Giuseppe Memeo, Luigi Lavazza, Enrica Migliorati, Gabriele Grimaldi, Diego Giacomini, e outros que estão exilados. Por que alguns, que foram abertamente torturados na presença do famigerado procurador Armando Spataro (como o enfermeiro Sisinnio Bitti), tampouco o mencionaram, mesmo que fosse para fugir do tormento?

Qual é, enfim, a relevância desta suposta “confissão”?

Bom, para Cesare, a confissão tem a máxima relevância, porque lhe servirá para não ser internado, pelo resto de sua vida, numa câmara de tortura instituída pelo artigo 41-bis do Código Penal. Falarei logo deste tipo de tortura.

Para as pessoas que são ou se autopercebem como esquerda a relevância desta confissão é NULA.

  • Com efeito, há pessoas que dizem estar na esquerda (ou ainda na centro-esquerda) e consideram criminosa uma pessoa que executa algum de seus algozes. Essas pessoas deveriam perguntar-se se realmente a esquerda é o tipo de ideologia que satisfaz seus princípios!

Pessoalmente, não tenho nada a dizer. Em 2008, alguns meses antes de conhecer Battisti na prisão da Papuda, tive acesso aos poucos dossiês sobre Cesare que a Itália liberou. Após lê-los algumas vezes, comparei as datas: 1978 e 1979. TRINTA ANOS! Uma perseguição de 30 anos só poderia ser uma vingança. Aliás, uma vingança por defender seus direitos, porque são pouquíssimos os países do mundo onde os trabalhadores conseguem que o Estado defenda seus direitos. E a Itália não é um desses!

Conflito de Consciência: Autodefesa

A execução de um torturador não é equivalente a aplicar a pena de morte. Na vida jurídica comum, a pena de morte consiste em executar cruelmente uma pessoa que já está rendida, e cuja morte não fornecerá nenhuma proteção à sociedade. Aliás, é um ato de sadismo, que se alastra durante meses ou anos com um ritual de tortura psicológica e crueldade. Ao mesmo tempo, transforma seres humanos no pior tipo de criminais covardes, porque os carrascos não matam por convicção, mas por dinheiro e por delírios místicos.

É verdade que matar um torturador pode ser uma vingança, que é um ato vil, mas nem sempre é isso. Quando se executa alguém que está numa posição de poder, se está salvando as vidas das pessoas que ele torturaria e mataria se continuasse em suas funções. Mesmo assim, pessoalmente creio que a luta armada é errada, e não sei se seria capaz de matar um opressor mesmo em minha própria defesa. Não obstante, é obvio que não pode exigir-se de ninguém que abdique de sua defesa e se deixe arrebentar por seus algozes.

Os que duvidam da justeza deste raciocínio são convidados a assistir o magnífico filme O Senhor das Armas, no qual Nicholas Cage encarna um frio e poderoso traficante de armas.

Entre outros momentos maravilhosos do filme, há um em que o traficante zomba de um funcionário internacional que o quer deter por crime contra a humanidade. Ele responde com uma calma arrogante, porém suave:

“Vou sair livre de imediato, porque os governos mais fortes do mundo são meus clientes”.

Então, o funcionário o algema e responde:

“Sim, isso é verdade, mas eu tenho direito de mantê-lo detido por 24 horas. Nesse prazo, muitas pessoas que seriam alvo de seus clientes salvarão suas vidas”.

Esta frase foi muito iluminativa para mim, e penso que também se poderia dizer: “Se você matar esse traficante de amas, milhares de pessoas que são vítimas de seus clientes, salvarão suas vidas”. Aliás, isso pode valer para um torturador, embora o vendedor de armas seja socialmente muito mais truculentos e nocivo.

Veja um dos melhores fragmentos do filme.

https://www.youtube.com/watch?v=tj4WiCDgAj8

O Brasil é um dos lugares onde a tortura fez estragos enormes. Há apenas uns dias multidão de pessoas manifestaram em diversas cidades para lembrar aqueles monstros dos anos 60 e 70.

Se você se horroriza pensando que Battisti poderia ter matado Santoro, eu lhe aconselho, amigavelmente: Fale com os que foram torturados pela ditadura, com os parentes dos torturados, com os que perderam pessoas queridas (inclusive crianças), nas mãos desses sádicos insanos. Eles não têm a culpa de ser doentes, degenerados, seres pervertidos. Eles são doentes. Mas, às vezes, a única cura para uma doença é a eutanásia. Nenhuma das vítimas da esquerda nos Anos de Chumbo foi torturada, apesar de várias terem sido mortas. As vítimas do PAC morreram de imediato, sem aparente sofrimento.

A justiça popular quando não há justiça do Estado não é terrorismo. O terrorismo é matar de maneira indiscriminada gente inocente. Alguns grupos que se dizem de esquerda fizeram isso e merecem repúdio. A esquerda não deve admitir “baixas colaterais”. Mas não foi o caso dos PAC.

A execução seletiva, embora indesejável, não significa o ódio do inimigo, mas apenas sua neutralização. A ideia de que o inimigo deve ser “amado” foi inventada pelos patriarcas para garantir a submissão das pessoas as quais dominavam. Isto está em Mateus, 5:44. Por algo os membros do partido de Bolsonaro, o PSL pertencem a essas seitas que estimulam a venda de armas, nutrem ódio racial e misoginia, odeia a educação, e citam sempre aqueles livros que eles consideram “sagrados”.

Talvez os “companheiros” moralistas de esquerda se fariam um favor a si próprios deixando a esquerda e se unindo aos bolsominions.

Com efeito, três dos vários militares que puxam dos fios do capitão-marionete (que chegou a governo pelos WhatsApp fake) foram comandantes da MINUSTAH. Nessa missão, que deixou em pânico o povo haitiano, foram torturados, estuprados e mortos milhares de favelados, que defendiam o único governo democrático que o país teve: o do padre Aristide, um sacerdote salesiano expulso pelos americanos.

Este recorte é de Brasil de Fato, uma das mais sérias publicações progressistas do Brasil.

Podem ler o artigo completo em:

www.brasildefato.com.br/2017/09/01/estupros-colera-e-30-mil-mortos-conheca-o-legado-da-minustah-no-haiti/?utm_source=bdf&utm_medium=referral&utm_campaign=facebook_share&fbclid=IwAR0CgC9glc_WUgYrRjG3iqY3JYGnn3lZVcs51DTKAG1VqC6EakaOuPekZu0

Como Battisti entrou na História?

Foi entre 1983 e 1985 que a Procuradoria de Milão encontrou um dos mais eficientes atores dos homicídios dos PAC: Pietro Mutti. Antes dele, já havia caído preso Sante Fatone, um menino bem diferente de Mutti: tímido, indeciso, sujeito a crises de pânico.

Segundo o mesmo Battisti declarou na entrevista com ele que publiquei no apêndice de meu livro, Mutti sempre tinha sido um bom amigo e tinha mostrado muita lealdade. Eu não precisava dessa informação, pois, como qualquer pessoa adulta, eu sabia que as confissões obtidas nas prisões se baseiam em tortura, coação, e, como aconteceu no Brasil e em outros lugares dominados por monstros, também na tortura de familiares, incluindo crianças.

Após ter lido vários depoimentos cruzados de torturas que a Itália não pôde ocultar, como a de Marco Massala e outros simpatizantes (nem sequer membros) dos PAC, deduzi facilmente que Mutti deveria ter sido barbaramente torturado.

Algumas pessoas de esquerda que se consideram heróis pensam que resistir a tortura é questão de “moral revolucionária”. Eles nunca foram torturados, mas, mesmo os que nos salvamos da fúria sádica de milicos e tiras, podemos imaginar facilmente o que significa a tortura. Se você duvida, faça este experimento: tente pegar um cabo com voltagem média, porém com baixa amperagem, para assegurar que não ficará ferido. Quanto tempo você resistiria? Casos como o de Dilma Rousseff são raros, e exigem não apenas nível moral (que ela tem em grande proporção) mas também resistência neurológica à dor, que é uma condição natural e não é voluntária.

A teoria da tortura é muito complexa, mas a forma mais eficiente de exercê-la é alternar castigo com o acolhimento. Num dos depoimentos de Mutti, o juiz se refere a ele chamando-o de “Pierino”, um nome carinhoso para Pietro. A coação por meio da tortura nem precisa ser explícita e violenta. Pode ser apenas uma insinuação, uma simples amostra do que acontecerá com os teimosos (por exemplo, uma visita ao calabouço onde uma pessoa torturada parece apenas um monte de ossos e pele ensanguentada).

Quando ficou completada a alcaguetaria de Mutti, possivelmente em 1987, (os interrogatórios reais estão em partes do processo que só são acessíveis aos mercenários do regime), os juízes já tinham um novo nome, Cesare Battisti, para completar o quadro de supostos autores dos homicídios.

  • Battisti foi julgado em 1988 em ausência. Sua condenação foi confirmada em 1991 e, finalmente, em 1993. A Itália permite a condenação em ausência, desde que o reu esteja consciente de que estava sendo julgado, e de que possua advogados de confiança por ele designados. Mas isto não aconteceu. Cesare estava no México, sem qualquer comunicação com a Europa, e seus advogados foram escolhidos a dedo pelos mesmos magistrados que o condenaram. As procurações mostradas eram evidentemente falsas.

Observe como foi a falsificação dessas procurações:

Veja os detalhes da construção da falsificação no Powerpoint seguinte:

https://sites.google.com/site/lungarbattisti/

Como foi Obtida a “Confissão” + “Autocrítica”

A “confissão” de Battisti cria várias dúvidas. A primeira, sobre a verdade ou falsidade do depoimento, carece, para mim e para muitas outras pessoas, de total importância.

A outra é: O que ganha Battisti?

Há numerosos indícios que Cesare não foi fisicamente torturado na prisão de Oristano. Ele recebe visitas familiares e de seus advogados com muita frequência. Ele nunca teria ficado calado. Aliás, todos teriam percebido. Mais difícil ainda seria ter sofrido tortura química. O uso de Haropelidol em doses gigantescas, feito popular pelos soviéticos, exige muito tempo para fazer efeito e deixa a pessoa num estado progressivo de destruição mental. Tanto essa droga, como a insulina, e os antipsicóticos aplicados em doses enormes não teria passado despercebidos, pois afetam toda a personalidade.

É natural a suspeita de muitos militantes que acreditam que Battisti foi torturado, mas, ele não sofreu torturas em aquele estilo típico, ou seja, por ação de agentes físicos (golpes, eletricidade, afogamento, fogo, etc.) nem químicos. A tortura foi psíquica, aliás foi apenas uma sugestão de tortura futura. Os procuradores possivelmente disseram algo como isto. “Você é acusado de terrorismo. Terroristas são enviados ao 41-bis, e não têm direito a redução de pena. Se você reconhecesse seus crimes, poderíamos pensar aliviar sua situação no futuro”.

Battisti primeiro pensou em rejeitar. Ele aceitaria morrer no 41-bis, e muito antes do esperado. Ele não queria ser considerado um delator, e deixou isso muito claro no seu depoimento. Mas, os procuradores não queriam sua delação. Todos os verdadeiros culpados eram conhecidos havia mais de 30 anos. Os procuradores queriam apenas sua humilhação.

É importante destacar que não tenho provas de que a iniciativa viesse de Alberto Nobili, o procurador adjunto. Há boatos muito críveis de que a maior ênfase provêm dos políticos, em especial dos partidos do governo, que querem extremar ao máximo seu sadismo. Também não sabemos qual é a posição dos juízes do Tribunal de Milão que julga o caso.

Devemos ter apenas isto presente: Em Tangentopolis tudo é possível. Tangentopolis é o nome irônico dado à Italia dos anos 90 e significa cidade da corrupção. O sisudo New York Times usou várias vezes o nome Bribing Paradise (paraíso das propinas).

Os membros de família de Cesare, que são muitos e seus amigos mais íntimos, que formam também um grupo grande, o convenceram. Se ele aceitasse o acordo e assumisse as culpas alheias, salvaria e vida, e talvez pudesse sair num futuro. O contrário seria ser mergulhado no sistema 41-bis, onde as celas são buracos onde um condenado fica até enlouquecer, morrer ou se suicidar.

A foto seguinte é da prisão de Asti, uma comuna no Piemonte, norte de Itália. A cela é do tipo exigido pelo artigo 41-bis do código penal. Este exemplo não é o pior possível. Escolhi esta foto para dar uma ideia intermédia do que significa esse estilo de câmara de tortura, mas suspeito que, se Battisti não tivesse assumido as culpas alheias, a cela reservada a ele seria ainda pior.

Neste buraco nojento a pessoa fica a vida toda. Ela não recebe visitas, nem cartas, nem ligações telefónicas, não pode ler nem escrever, não têm luz natural nem meios de comunicação. A comida chegará a ele por uma mão sem rosto. Se for detectado que ele está doente, poderá ser atendido por um médico apenas para que seu sofrimento possa continuar mais algum tempo. Como se vê na foto, a cela é suja. Loucura, doenças, infeções, atrofias sensoriais, paralisias, destruição orgânica por falta de sol, são coisa frequente. Quem sobrevive mais de um ano, vira uma espécie de cadáver vivente. Contudo, ele é alimentado para que a tortura seja prolongada.

Este brutal sistema foi inventado em 1986 e foi destinado especialmente a presos políticos que o sistema chama terroristas. É falsa a informação difundida por alguns chefões da comunidade ítalo brasileira de que a alinha 41-bis foi acrescentada ao Código Penal pensando na máfia. Em realidade, só foram colocados aí membros da máfia após 1992, mas só os mais perigosos, aqueles “dons” que comandam muito capiregime. Porém, mesmo assim, suas condições de vida são melhores. Aliás, eles podem sair rapidamente.

A família e os amigos de Cesare insistiram em seu desejo dele preservar sua vida e sua saúde. Ele devia assumir tudo o que os juízes tinham escrito no processo, mas ele esclareceu que não delataria ninguém, não envolveria outras pessoas, e não se declararia tecnicamente arrependido, Simplesmente reconheceria que aquele uso da violência havia sido um erro histórico, apenas isso. Não era nenhuma traição a seu passado, a seus amigos, nem a sua causa. Essa posição de não colaboração fica clara na penúltima página de sua Confissão + Autocrítica.

A última pergunta é:

O que ganhavam os procuradores com aquele ato de “humanidade”?

Os que ganhavam não eram apenas os procuradores, mas algumas figuras ainda mais sórdidas: os membros do governo.

 

  • O primeiro lucro para o governo foi transformar Cesare num troféu, um objeto para mostrar na praça pública, como se fazia com os hereges ou os escravos fugitivos em outros tempos: uma espécie de pelourinho. O fato aconteceu em Roma, no dia 13 de janeiro, logo após a chegada dos captores e sua presa desde a Bolívia. O fato produziu uma reação negativa nos setores saudáveis da sociedade, o que significa uma mudança, ainda leve, na alienada cultura italiana. Os sindicatos de advogados (algo como a OAB brasileira) apresentaram uma denúncia por abuso de autoridade e crime contra os direitos humanos contra os ministros Salvini e Buonafede. Foi arquivada, como se esperava, mas o fato da denúncia teve um efeito positivo na parte mais esclarecida da população.

 

Essa foi uma das razões pelas quais o governo exigiu a confissão de Battisti, e a procuradoria obedeceu servilmente. Os algozes do governo não queriam que Battisti ficasse com uma boa imagem junto à população. Queriam evitar que sua não participação nos homicídios fosse desmentida.

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  1. O lucro dos promotores foi fingir provar que eles e seus antecessores estavam certos ao condenar Battisti. Não importa para eles se é verdadeiro ou falso. Os inimigos de Battisti e a ralé linchadora, vingativa e ignorante, fará de conta que é verdade. Os amigos dele na Europa não poderão, por enquanto, modificar a situação e deverão esperar.

Outro aspecto, talvez secundário, pode ter sido o interesse dos procuradores de amortecer a imagem de crueldade, arbítrio e punitivismo da procuradoria de Milão. Esta foi a que começou a operação Mani Pulite, uma caçada de bruxas para destruir os partidos que continham ainda algum vestígio de esquerda, e colocar no cume o poder judiciário, usando o pretexto da corrupção.

Embora sem atingir o grau de sadismo, barbárie e corrupção da brasileira Lava Jato, a operação Mani Pulite (Mãos Limpas) foi uma inspiração para esta. Algo mais civilizados que nossos linchadores togados, os procuradores italianos se sentem talvez sintam necessidade de apagar a má imagem daquela época de terrorismo jurídico. A “vitória” de capturar uma pessoa indefesa perdida no fim do mundo é para eles uma compensação.

Na figura, artistas progressistas mostram Salvini e Bonafede à frente da ralé linchadora, exibindo Battisti no pelourinho.

Reflexões Finais

Sempre me perguntei se a vendetta faz felizes aos que a praticam. Como tetraneto de napolitanos (possíveis membros da Camorra) e bisneto de genoveses, essa é uma preocupação que foi despertada em mim desde criança, não apenas por minha extensa família, mas também pela vizinhança que tinha 70% ou mais de italianos. Até ora, fracassei nas tentativas.

Para evitar o preconceito, tentei (e ainda tento) encontrar algum caso, mas não parece fácil. Após a “confissão” de Battisti li alguns comentários das famosas vittime de Battisti, aquelas que possuem o poder da auto-clonagem, pois, com o passar do tempo, parece que seu número aumenta. Segundo a imprensa, os parentes das vítimas temem a redução da pena, e acham que a confissão é um truque para consegui-la.

Ora… embora não entendo, eu respeito o direito à vingança dos familiares. Afinal, os membros da esquerda sempre proclamamos o direito à diversidade. Se você é sádico, não pode ser-lhe negado o direito a manifestá-lo.

No entanto, minha preocupação é mais científica que moral. Com efeito, esse “temor” a que seja reduzida a pena de Battisti parece violar alguns critérios lógicos. Vejamos.

Battisti foi condenado a duas prisões perpétuas. Muito prudentes e apegados ao pensamento rigoroso de Galileu, os juízes preferiram não correr riscos. Ele levará uma pena por vida, mas o que acontecerá o dia da Ressurreição da carne (sem trocadilho)? Então, decidiram aplica duas.

Uma redução da pena mais do que generosa, difícil de imaginar, seria reduzir a pena de dois prisões perpétuas a apenas uma. Trata-se de um desconto infinito (com efeito: infinito dividido por dois, continua sendo infinito). Ninguém faz hoje em dia tamanha oferta: off infinito.

Mesmo com uma única prisão perpétua, os familiares das vítimas poderiam ver Battisti definhar na prisão até morrer. Porém, eu entendo a preocupação deles. Se a segunda prisão perpétua for anulada, os familiares das vítimas de Battisti não poderão ver ele preso na vida eterna.

É aí onde eu vejo um erro lógico.

Com efeito, não tenho dúvida de que todos os familiares das vítimas de Battisti irão ao céu. Afinal, sendo da mesma família, eles devem ter herdado as mesmas virtudes dos que foram assassinados. Não diz em Romanos 12:19 que a vingança é prerrogativa de Deus?

(Cuidado, aqui posso ser eu que comete um erro. Talvez a genética seja bruxaria, como o resto da ciência, e meu pensamento esteja errado.)

Mas, sem dúvida, Battisti irá ao inferno. Acredito sem qualquer dúvida Cesare estará no segundo giro do nono círculo do inferno de Dante, no Antenora, onde estão os traidores à pátria. Não disse recentemente um ex juiz ítalo-brasileiro, famoso por sua atuação na época da ditadura, que Battisti era um traidor à pátria?

Então, lamento informar a meus amigos italianos que não poderão ver o sofrimento de Cesare, porque desde o céu não é possível ver o inferno. Como a visão do inferno é horrível, se ele for visto do céu destruiria a beatitude celestial. Desculpem por ter colocado Salvini e Napolitano no mesmo céu. Recém me disseram que não existe um paraíso stalinista.

Se a redução da pena for menor, por exemplo, 30 anos a menos, mesmo assim continuará sendo infinita. A única maneira que tem de aproveitar a prisão de Cesare, é pedir que transmitam por TV contínua desde sua cela. Os procuradores e governo adorarão a proposta.

Mas, finalmente, há uma possibilidade interessante para as mentes piedosas. Fora da ironia que contém este parágrafo, quero dizer algo muito desagradável, porém necessário.

Na Argentina, é comum que a polícia, quando não encontra viva sua presa (e não pode tortura-la) se contente com mutilar o cadáver, e às vezes estupra-lo. Desculpem a repugnante história, mas é algo que sempre conto para que as pessoas que não viveram entre militares e policiais saibam os extremos a que pode chegar a perversão de quem vive na violência.

Por exemplo, o antigo líder populista Juan Perón, teve seu túmulo violado e suas mãos cortadas em outubro 1985. Aliás, outros políticos e também membros de suas famílias tiveram seus cadáveres mutilados por seus inimigos. É uma forma de linchamento post mortem. Isto talvez se entenda melhor por aqueles que conhecem o grau de superstição da sociedade argentina, que é uma das duas únicas nações do mundo que ainda mantém uma concordata com o Vaticano.

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