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A agressão da OTAN à Iugoslávia: a mesma receita do imperialismo para a Venezuela

Por Roberto Molina Hernández, Belgrado (Prensa Latina)* A menos de 24 horas de cumprir-se duas décadas do início da agressão da OTAN à Iugoslávia em 1999, o tema está longe de esgotar-se em todas as esferas da vida na Sérvia e promete se estender pelos próximos meses.

Aqueles 78 dias de intensos bombardeios com o emprego de 1.032 mil aviões, navios e submarinos, que deixaram cerca de quatro mil mortos, entre eles 79 crianças, aproximadamente 6.500 mil feridos graves e a destruição da infraestrutura da Sérvia, calculada em dezenas de milhares de milhões de dólares, estão ainda frescos na mente e nos corações da população. Nas ruas e praças de Belgrado e demais centros urbanos do país, entre estes os mais açoitados pelos ataques, sucedem-se os atos de recordação e condenação nos quais se repete como uma constante uma expressão assumida pela imensa maioria da população: ‘Perdoaríamos se pudéssemos, esquecer só se não existíssemos’.

Após aqueles fatos que concluíram com a conquista pelos Estados Unidos e as potências ocidentais de um pedaço do território nacional, a província de Kosovo, para convertê-la através de duvidoso voto em República – que eles mesmos se apressaram em reconhecer – a paz e a reconciliação luzem por sua ausência.

Isso se deve a que toda a malha de pretextos para iniciar a agressão e o crime – justo termo para o ocorrido – se ergueu sobre falsidades e meias verdades.

O que agora chamam de fake news (notícias falsas) já era uma prática diária no início dos anos 90, quando todas as potências ocidentais, aproveitando a desintegração da União Soviética e o desmantelamento do chamado campo socialista da Europa oriental, apontaram seu dedo destruidor para a Iugoslávia.

Iniciaram o processo de desestabilização nas provocadas guerras na Bósnia e Herzegovina e Croácia, e depois de alcançar ali seus objetivos com os controversos Acordos de Dayton, começaram a preparar-se para separar Kosovo com a exacerbação e sobredimensionamento dos conflitos étnicos entre sérvios e albaneses que ali viviam.

Até um filme de Hollywood, Wag the dog, que apareceu nas telas antes desse conflito interno, abordou o tema e mostrou com total desenvoltura o que depois se faria realidade.

Durante uma recente visita a Sarajevo, veio à tona um episódio que ilustra sobre os planos do Pentágono nesta região para impor sua presença e influência nos chamados Balcãs ocidentais.

Conta-se que em 1995, em um estabelecimento onde bebia café com efetivos de outros países da força internacional ali empregada, um soldado estadunidense se despedia com a frase: ‘Vemo-nos em Kosovo’. Quatro anos antes dos bombardeios contra a Iugoslávia!

A combinação de sanções econômicas, guerra midiática e subversão interna, mediante ações de grupos de insatisfeitos com a situação interna, manipulados por organizações não governamentais a serviço das agências de inteligência de Washington e seus aliados europeus, se converteram em um padrão.

Esse mesmo foi aplicado depois para lançar verdadeiras guerras de ocupação no Afeganistão, Iraque e Líbia, impondo-se também à Síria, e agora se desloca para a América do Sul contra a Venezuela, todas com o mesmo fim: dominar o fluxo petrolífero e outros recursos naturais.

Esta percepção, cada vez mais clara para cientistas sociais e analistas políticos, foi exposta com detalhes quase de maneira unânime, por várias centenas de especialistas de todas partes do mundo participantes em vários foros internacionais aqui pelo 20′ aniversário dos bombardeios da OTAN.

Eles convergiram em afirmar sem rodeios que todas essas incursões bélicas serviram de precedente e modelo para o que denominaram Globalização do Intervencionismo e observaram que o modus operandi está sendo empregado em toda sua magnitude e perversidade contra o governo legítimo de Nicolás Maduro. Fracassadas as tentativas de ocupar o poder pela via das urnas, diante do apoio majoritário do povo aos candidatos chavistas, recorrem como em outros países às sanções econômico-financeiras e à desordem interna para provocar caos e desgosto na população e criar as condições para a já conhecida ‘intervenção humanitária’.

Por isso, em um documento intitulado ‘Para que não se esqueça 1999-2019’, na Declaração de Belgrado expressaram plena solidariedade e apoio ao povo e governo da Venezuela e seu presidente, bem como total respaldo ao seu repúdio decisivo e digno às tentativas dos Estados Unidos, União Europeia, OEA e outros de depor pela força o poder legítimo outorgado pelo povo.

* Os artigos reproduzidos não expressam necessariamente a opinião deste diário e do Partido da Causa Operária

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