Na última quarta-feira (25) completaram-se 90 dias da prisão política de Preta Ferreira, ativista negra que luta pelo direito dos sem teto a moradia digna e pela liberdade do ex-presidente Lula.
Apresentadora do Boletim Lula Livre – pertencente aos comitês Lula Livre – e uma das lideranças do Movimento dos Sem Teto do Centro de São Paulo (MSTC), Preta recebeu, em 24 de junho, uma intimação por suspeita de extorsão, baseado em denúncias de testemunhas anônimas, e cujo acusador é o promotor do Ministério Público de São Paulo, Cassio Conserino, um reacionário, antipetista e anticomunista.
Além de Preta, outras nove pessoas receberam, junto com ela, mandados de prisão. Membros de sua família também são perseguidos pelas autoridades golpistas a mando do prefeito Bruno Covas, do governador João Doria (ambos do PSDB) e, finalmente, do próprio governo federal de Jair Bolsonaro, uma vez que os golpistas atuam em conjunto na perseguição à esquerda e aos movimentos populares.
Além de membros do MSTC, foram presas lideranças da Frente de Luta por Moradia (FLM) e do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM).
Em entrevista para a Rede Brasil Atual em julho, Preta Ferreira afirmou: “Estou presa porque briguei por direitos constitucionais. Quem deveria estar preso é quem não cumpriu com seus deveres constitucionais. Moradia é um direito constitucional.”
Em depoimento mais recente, para o canal do Jornal GGN no Youtube, ela disse que “assim como eu, inocente, estou aqui presa, existem outras mulheres, em sua grande maioria negras, presas injustamente. Jogaram a gente em um navio negreiro”.
Preta Ferreira é uma presa política. Assim como ela denunciou, está presa há três meses por fazer parte do movimento popular, por integrar uma organização da classe trabalhadora. E, assim como ela, no Brasil do golpe existem dezenas de presos políticos da ditadura golpista e bolsonarista, sendo o mais famoso deles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A esquerda precisa organizar atos e manifestações exigindo a liberdade dos presos políticos do regime. De norte a sul do País, cada vez mais militantes e ativistas estão sendo perseguidos, atacados, torturados e mortos pela extrema-direita. No campo, nas cidades, a repressão tem crescido de maneira exponencial. A prisão de Lula permitiu que todo e qualquer membro da classe trabalhadora ficasse na alça de mira dos golpistas, facilitando a repressão.