Dados divulgados esta semana pela Secretárias de Segurança Pública dos estados de Pernambuco, Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo, demonstraram mais uma vez a verdadeira política de extermínio das forças policiais de todo o País contra a população negra.
Em 2019 os negros corresponderam a imensa maioria dos mortos pela PM, uma sequencia dos números registrados nos anos anteriores, nos quais o povo negro sempre configurou entre os maiores índices de mortes pela polícia. Um dado que chamou atenção em 2019 foi que em todos os estados onde fora realizado o levantamento, o número de negros mortos foi sempre superior à quantidade de negros que compõem a população de cada estado.
O recorde de mortes ficou com o estado da Bahia, onde das 650 pessoas mortas pela polícia, 97% eram negras. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, o percentual de negros na Bahia é de 76%.
Em Pernambuco, o número de negros mortos também foi quase a totalidade dos assassinatos praticados por policiais, 93%. No estado de Pernambuco, a taxa de negros na população é 61,9%.
No Rio de Janeiro, 86% dos mortos pela PM foram negros, neste estado os negros correspondem à 51% do total da população.
Já em São Paulo, 62% dos mortos pela PM em 2019 foram negros. O número corresponde a quase o dobro da taxa de negros no estado, 34%.
Este ano, apesar da pandemia, os números de negros mortos pelas forças policiais tendem a ser muito altos, batendo novos recordes. Exemplo deste fato é a polícia de São Paulo que no início do ano, mesmo com o isolamento social, bateu recorde no número de assassinatos.
No início deste mês, a PM carioca assassinou duas garotas negras Emilly Victoria, de 4 anos, e Rebeca Beatriz, de 7 anos, enquanto aguardavam o avô em frente a casa onde moravam na cidade de Duque de Caxias. Somente 2020, 22 crianças foram baleadas no estado e oito morreram.
O aumento exponencial da política genocida da PM contra os negros e a população pobre em todo o Brasil, é consequência direta do aprofundamento do golpe de estado e da ditadura contra o povo.
A política eleitoreira e demagógica da esquerda também contribui para o fortalecimento dos órgãos de repressão contra o povo, vale destacar, por exemplo, que nas eleições deste ano em duas capitais importantes do País, Rio de Janeiro e Salvador, a esquerda lançou nas chapas à prefeitura candidaturas de policiais, o Coronel Íbis Pereira pelo PSOL e a major Denice pelo PT.
A única forma de barrar o genocídio dos negros e a única política antirracista consequente é a mobilização independente de toda a direita golpista e de todo o aparato de repressão. Neste sentido, é necessário defender de maneira intransigente a dissolução da Polícia Militar. É preciso colocar abaixo esta máquina de guerra contra os negros e todo o povo pobre do País.