Vem sendo alertado neste diário o fato de que o Estado brasileiro não tem capacidade, nem interesse, em preservar a vida da população brasileira durante o período de pandemia do novo coronavírus.
Esse fato é comprovado quando analisamos o número de leitos hospitalares, número de leitos de UTI e equipamentos necessários para se realizar o atendimento a toda população. A situação fica ainda mais trágica quando olhamos para a distribuição desses meios para a população, já que a maioria dos equipamentos e leitos ficam dispostos para a burguesia e não para o povo.
O país possui 55.101 leitos de UTI e 61.219 respiradores (que são necessários em uma grande parte dos casos da doença, já que a fase mais avançada da doença impede que o indivíduo respire sem a ajuda de aparelhos), no entanto, apenas metade desses leitos estão disponíveis para o SUS, que é utilizado pela maioria esmagadora da população, ficando o restante dos leitos disponíveis para hospitais e clínicas particulares.
A situação é ainda pior nos estados do norte e do nordeste, já que o número de respiradores e de leitos por pessoas é mais escasso. Enquanto estados como o do Rio de Janeiro e o de São Paulo possuem um leito para cada 2400 pessoas, o Amapá possui 1 respirador para cada 8997 pessoas e o do Piauí 1 respirador para cada 7.226 pessoas. Em cidades como Labreá, no sul do Amazonas, é necessário andar 800 km para se chegar até uma UTI equipada com um respirador.
Visto que o número de leitos já não é o suficiente em países como a Suíça, um dos países mais ricos do mundo e que contam com recursos muito mais avançados do que o Brasil em se tratando de aspectos medicinais, a situação do Brasil é catastrófica, ainda mais com o governo fascista de Jair Bolsonaro no poder, que em meio a todo esse caos, procurou diminuir o salário da população, privilegiando os patrões para que esses não percam dinheiro.
É de extrema importância nesse momento mobilizar a população para levar adiante um programa de combate à crise econômica e à crise de saúde.