Este 8 de março ajudou a chacoalhar a luta política brasileira, que já vinha de uma série de acontecimentos importantes no último período. O ato em S. Paulo, que reuniu um pouco menos de 5 mil pessoas, ajudou a propagar a palavra de ordem de “Fora Bolsonaro”.
Além do PCO, que tem levantado a questão desde 2018, praticamente todas as organizações políticas, sindicais e do movimento de mulheres levantaram a questão.
A questão da derrubada do governo tomou a dianteira do ato, com todas as falas nos caminhões de som ecoando esta luta, e a esmagadora maioria dos manifestantes gritavam enfaticamente contra o presidente ilegítimo.
Essa atuação por parte da maioria da esquerda é uma enorme mudança se for ser comparado com o ano passado. Durante 2019, a esquerda estabeleceu um cordão sanitário em torno da palavra de ordem de “Fora Bolsonaro”, com a maioria de suas lideranças se opondo, formulando política para conter o avanço dela, e até exigindo que defensores da saída do capitão reformado fossem censurados nos atos.
Ao que tudo indica a pressão dos de debaixo é intensa, o governo é catastrófico para si mesmo e para o País de conjunto e levou a este deslocamento, além da intensa campanha que foi travada em defesa do Fora Bolsonaro.
A esquerda pequeno-burguesa contra o PCO
Também na manifestação de S. Paulo houve confusão entre as correntes que integram o movimento. Um setor não queria deixar que companheiros do Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo do PCO, falar. Uma forma brutal de censura em uma manifestação de massas. Após inúmeros protestos, tanto dos manifestantes quanto das próprias oradoras, finalmente a ânsia de censura cedeu e as companheiras puderam falar. Até o momento da redação desta matéria ainda não recebemos os informes de todos os lugares, mas o mesmo ocorreu em Belo Horizonte, com o agravante que a oradora naquele foi efetivamente impedida de falar.
Esse tipo de tática semeia a desunião e enfraquece qualquer movimento, que deveria ser plural e democrático.