Em levantamento realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), que consta na última edição do Observatório Covid-19 da CNM, aponta que a crise brasileira do coronavírus continua a se aprofundar. De acordo com a pesquisa, que verificou mais de 50% dos municípios de todo País, uma em cada quatro cidades brasileiras consultadas tem pessoas com covid-19 em situação gravíssima aguardando por um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para seu tratamento.
Entre as 3,1 mil prefeituras que responderam o estudo, 24,2% dos municípios se encontram nessa situação, com 768 cidades. Outras 2.350 cidades alegaram ainda não ter filas de espera com pacientes infectados pela Covid-19. Outro importante dado da pesquisa apresenta que 1.207 (38,1% do total) municípios relataram o risco eminente de desabastecimento de medicamentos usados para intubar pacientes que evoluíram para condições graves em função da covid-19, o chamado “kit intubação”.
Em muitos hospitais do país já se tornou comum os pacientes terem que ser amarrados por equipes de enfermagem, pois sem o “Kit entubação” que anestesia o paciente para sua internação na UTI, um dos primeiros atos dos pacientes é arrancar os aparelhos que estão em seus corpos. A crise do oxigênio que se iniciou em Manaus, agora já foi relatado por 589 prefeituras, o equivalente a 18,7% do total, que o risco de faltar oxigênio é bem provável.
Entre as várias medidas ditatoriais colocadas em prática pelas prefeituras e que se mostra no país inteiro ineficaz no combate à Covid, foram mostradas também na pesquisa da CNM que verificou também a implantação de medidas de distanciamento para combater a circulação do vírus. Nas respostas a estas ações, 819 municípios disseram ter implementado o fechamento de atividades não essenciais, o equivalente a 25,8%, o chamado lockdown, outras 2.308 prefeituras (72,8% do total) não implementaram o lockdown.
Outra medida de reclusão forçada ineficaz contra a proliferação da doença, foi o toque de recolher, implantado por 2.379 cidades (75,1). A CNM levantou que a paralisação das aulas presenciais se deu em 2.761 cidades, 87,1% das prefeituras pesquisadas. Já em 378 municípios, não houve suspensão das atividades educacionais, o equivalente a 11,9% dos participantes do levantamento. A pesquisa não detalha a população destes municípios que tiveram as escolas abertas em meio à pandemia.
Os dados da pesquisa são a demonstração que os governos burgueses não querem investir no sistema público de saúde, como meio de combate à proliferação sem limites da pandemia. A política de austeridade fiscal dos governos de direita, em especial, o federal, implementada com o golpe, inviabiliza os investimentos necessários.
Toda a catástrofe sanitária que dizimou mais de 350 mil vidas no país, está ligada única e exclusivamente ao regime político golpista, é expressão deste, que impõe a total ausência de investimentos condizentes com a realidade, seja no tocante à doença, seja no tocante à fome, que faz ampliar de maneira decisiva a catástrofe, pois com a população subnutrida, a infecção pelo vírus se torna extremamente grave.