O Partido dos Trabalhadores, a Frente Brasil Popular e os comitês pela liberdade de Lula estão chamando ato público para esta segunda-feira (10/dez), para defender Luiz Inácio Lula da Silva, preso político da operação golpista que avança contra o povo brasileiro. A convocação foi feita pela página oficial do ex-presidente.
O ato principal foi chamado para a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, às 18h. Comitês locais também estão organizando atos em várias cidades brasileiras e até no Exterior. Confira a seguir 7 motivos para participar da mobilização:
1. Só a mobilização pode derrotar a direita
A direita tomou de assalto o Estado, para fazer valer os interesses do capital, isto é, aprofundar a exploração dos trabalhadores. Para isso, intensificou a corrupção em todo o poder público. Os três poderes aprofundaram seu caráter ditatorial e órgãos como Ministério Público, Polícia Federal e Forças Armadas aumentam a atividade repressiva contra organizações populares. A população não pode contar com estas instituições para garantia dos mínimos direitos. Sendo assim, só resta lutar nas ruas até inviabilizar o regime.
2. Não existem provas contra Lula e ele é um preso político
Se tem uma coisa que a operação Lava Jato conseguiu provar foi a inocência de Lula em todas as acusações que lhe são imputadas. As acusações se baseiam em relatos de outros presos, negociando a própria liberdade – as famosas “delações premiadas”. Não há documentos e provas. Não há extratos bancários nem dinheiro apreendido. Lula é acusado de ser beneficiário de bens relativamente modestos para um ex-presidente, e que não são de propriedade sua nem de familiares.
3. O movimento popular ficou paralisado com as eleições
Eleições são um momento em que a população naturalmente aumenta seu interesse na política. No entanto, as candidaturas mobilizaram boa parte da militância para o jogo eleitoral. Ao invés de denunciarem o avanço do golpe e a fraude nas urnas, e temendo a impugnação de suas chapas, a maioria dos candidatos preferiu acatar as regras do jogo burguês, participando de forma pouco combativa e levando a militância por este caminho capitulador. Não defender a candidatura de Lula até as últimas consequências foi o principal exemplo de como as eleições levaram a esquerda a jogar o jogo imposto pelos golpistas. É hora de retomar a mobilização de rua!
4. Lula deveria ser o presidente se tivesse participado das eleições
Se participasse das eleições, Lula provavelmente venceria no primeiro turno. Esta foi a constatação dos próprios institutos de pesquisa burgueses. Este era o grande medo dos golpistas. Por isso, de maneira anticonstitucional, acelerou-se o processo para prendê-lo, antes do trânsito em julgado, e retiraram-se seus direitos políticos. Isso também evidencia que a população não é fascista, o apoio a Bolsonaro é pequeno e a tendência de o povo apoiar a esquerda é grande.
5. O carrasco de Lula virou ministro de Bolsonaro
Bolsonaro venceu graças à manobra fraudulenta que tirou Lula das eleições. E Sérgio Moro – o Mussolini de Maringá – foi o principal protagonista desta manobra. Tão logo foi eleito, Bolsonaro indicou Moro para ser Ministro da Justiça. Ficou evidente o jogo de interesses entre ambos. São escandalosas as evidências de como a Justiça brasileira tem partido, e seu partido é pelo capital e contra as organizações populares. Com Sérgio Moro nesse ministério – que agora acumula parte das funções do extinto Ministério do Trabalho – a capacidade de articular operações de perseguição a lideranças operárias e sindicais é muito maior. Toda esta operação precisa ser denunciada e combatida, antes que não sobrem organizações populares para defender nossos interesses.
6. Pode ser o início de um movimento contra Bolsonaro
Bolsonaro cresceu por seu protagonismo na luta ferrenha contra as organizações populares. Eleito, sua capacidade de ataque aumenta. Seus filhos falam em prender 100 mil pessoas, em classificar comunismo e organizações do campo e da cidade como terroristas, em colocar o Partido dos Trabalhadores na ilegalidade, entre outras barbaridades. A classe trabalhadora não pode ter ilusões! Este não é um governo disposto ao diálogo. Nada será mais desastroso às organizações populares do que seguir caminhos capituladores, como a de quem deseja “sucesso” ou afirmam disposição em “respeitar as urnas”. É preciso muita mobilização para efetivamente inviabilizar o governo Bolsonaro e colocar no seu lugar um verdadeiro representante da classe trabalhadora.
7. Lula continua sendo uma questão central no golpe de estado
Lula não é um candidato, um representante parlamentar. Se fosse isso, prendê-lo não provocaria a menor reação popular. Mas Lula é efetivamente uma liderança construída em conjunto com o movimento operário, desde as greves do ABC em 1979, que inviabilizaram a ditadura militar. A força de Lula está na sua relação com os trabalhadores. Sua capacidade de mobilização é muito grande e ameaça os planos dos golpistas.
É por isso que, para a direita, é fundamental mantê-lo preso. Portanto, para os trabalhadores, é fundamental libertá-lo.
Todos aos atos no dia 10!